terça-feira, 22 de maio de 2018

A prevalência da insanidade


O ditador venezuelano conseguiu se reeleger para novo mandato de seis anos, em um país que se esfacela em má gestão e generalizada degeneração dos princípios econômico, social, moral, político, administrativo, entre outros, que contribuíram para o seu isolamento da maioria dos países sul-americanos, que discordam do regime ditatorial ali implantado.  
Segundo os especialistas eleitorais, o pleito foi marcado por fraudes e, de acordo com os números oficiais, foi registra a expressiva abstenção de 54% do eleitorado.
O governo do presidente chavista demonstrou completa falta de afinidade com a eficiente administração da nação venezuelana, sendo obrigado a gerenciar estrondoso desabastecimento de alimentos, remédios e produtos de primeira necessidade, tendo como consequência quadro desolador e preocupante de fome, doenças, miséria e hiperinflação, situação essa que ainda se torna mais traumática diante da absoluta falta de perspectiva, além das fugas tanto dos investidores, principalmente estrangeiros, que poderiam ajudar na reconstrução da economia, como da própria população, que, em desespero, está fugindo da sua pátria, se refugiando onde possa, pelo menos, saciar a fome.
Causa estarrecimento que o país absolutamente massacrado pelo cruel desabastecimento, seus eleitores ainda tenham a insensibilidade e a indignidade de participar de pleito marcado por fraude e reeleger ditador sanguinário e desumano, por suas atrocidades contra a população, mas, no processo eleitoral, prometeu garantir a manutenção do cartão vermelho, que assegura algumas migalhas de alimentos, uma espécie do Bolsa Família, próprio de desastrados regimes socialistas.
Nessa eleição, era obrigatório o registro, no cartão vermelho, de que o cidadão votou, sob pena da perda do direito à comida, que mesmo racionada é o único meio de se conseguir alimentação naquele país, salvo se a pessoa preferir fugir do sacrifício imposto à população, de forma generalizada.
O principal candidato oposicionista ainda questionou a legitimidade das eleições, tendo denunciado a existência de 12.700 “pontos vermelhos” em que eleitores, identificados pelo cartão usado para os programas sociais, recebiam dinheiro no valor de US$ 12, ou o equivalente a quatro salários mínimos, para votar no ditador, em clara demonstração de que houve pressão para o eleitor votar na chapa oficial.
O Grupo de Lima, que reúne 14 países da América Latina, inclusive o Brasil, já declarou que não reconhecerá o resultado da eleição, mas também não anunciou se tomará alguma medida em represália às fraudes à pureza da democracia, denunciadas no pleito.
Houve quem levanta-se a hipótese de especulações a respeito de possível racha nas Forças Armadas venezuelanas, com a deflagração de golpe militar para derrubar o ditador, mas esse movimento não passou de boato e o presidente do país certamente ganhou direito a continuar aprontando e manipulando em seu benefício, podendo contribuir para agravar cada vez mais a já periclitante a sua situação interna e externa.
Como o presidente concedeu múltiplas e significativas benesses aos militares das Forças Armadas, notadamente com o direito ao usufruto dos principais regalias e benefícios disponibilizados pelo “socialismo bolivariano”, as lideranças militares quedam-se sob pleno domínio do ditador, de forma indiscutivelmente cúmplice e irresponsável, diante da visível tragédia que se processa aos seus olhos e simplesmente nada é feito para evitá-la.
Também como é da índole dos regimes socialistas, o ditador cuidou de aliciar o Exército, a quem concedeu o controle pleno sobre a distribuição de alimentos e colocou generais em posições-chaves da administração, podendo, com isso, ficar tranquilo no governo, com o poderoso e maciço apoio das Forças Armadas, evidentemente sob o emprego de medidas censuráveis e espúrias, próprias de regimes de exceção, pela igualdade social somente na planície do povão, enquanto que a classe dominante se beneficia normalmente de gigantescas prerrogativas e das melhores regalias, mas a pobreza tem o devido tratamento da prometida igualdade social de agruras pertinentes aos maus-tratos e à crueldade da fome e de outras desumanidades, que estão sendo denunciadas, inclusive como mostram e comprovam as legiões de imigrantes.
Certamente que agora vitorioso nas urnas, não importando se houve fraude nelas e muito menos desaprovação do resto do mundo ao pleito contaminado por graves irregularidades, o ditador jamais irá conceder qualquer chance de poder aos seus opositores, que vão continuar sendo massacrados com o habitual isolamento e as prisões arbitrárias, além de certamente continuar com o total desprezo aos princípios humanitários, impingindo forme e privações, inclusive de direitos humanos, como liberdades individuais, à população, que precisa ser aplaudida demoradamente de pé, em sentido de desprezo, por seu gesto infeliz, nefasto, prejudicial e desastrado de ter votado em brutamonte indigno de pertencer à raça humana, ante a demonstração de imensurável degeneração do país e de seu povo.
Ou seja, agora aprovado nas urnas, o tirano venezuelano continuará, com garras ainda mais fortes, no comando das políticas terríveis e arrasadoras que transformaram seu país em verdadeira catástrofe humanitária, que também terá a companhia da instabilidade econômica, fundamentada na hiperinflação, estimada para este ano, pasmem, acima de 13.000%; na queda na produção de petróleo; e na comoção social, diante da falta de alternativa, porque os métodos disponíveis são os mesmos já conhecidos e estritamente aqueles provenientes da cartilha socialista, assentados na regressão, na recessão e no subdesenvolvimento generalizados.
Na verdade, os indicadores econômicos sinalizam que o país poderá se deparar com crises gigantescas e colapso administrativo ainda mais profundos, dando azo à ampliação das revoltas sociais, de consequências alarmantes, mas nada a se deplorar, haja vista que a tragédia anunciada tem o respaldo da “democracia socialista”, em que o povo, de forma absolutamente insensata e injustificável, convalidou esse extraordinário e monstruoso processo de se reeleger tirano sanguinário e desumano para continuar com a sua insanidade de maltratar o próprio povo que o reelegeu, em consciente e indiscutível atitude de completa infantilidade suicida.
Eis aí na Venezuela, logo ali, o retrato fiel e irretocável do que seja, na prática, o regime socialista que vem sendo vendido aos brasileiros pelas esquerdas tupiniquins como o verdadeiro e deslumbrante “paraíso de democracia”, onde um tresloucado ditador, depois de massacrar o povo, com o melhor dos requintes da truculência e da desumanidade, incluindo horripilante processo de submissão do povo à fome e à falta de remédios e socorros médico-hospitalares, entre outras atrocidades socialistas, ainda consegue se reeleger para mandato de apenas mais seis anos, com o direito à compra do voto do miserável eleitor e da consciência dos insensatos militares, magistrados, juízes, intelectuais e de quantos mais estejam cediços às benesses do regime bolivariano, enquanto restará ao povo a participação na hecatombe que se aproxima cada vez mais, diante da sua inevitabilidade, comandada por presidente insensível, insano e desumano, sob os auspícios do famigerado regime socialista/comunica. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de maio de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário