quarta-feira, 9 de maio de 2018

Conveniência política


O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT reiterou a inviabilidade de eventual aliança com o partido do presidente do país, caso ele seja eleito, sob o argumento de que "Com a quadrilha do MDB eu não quero negócio".
Segundo o pedetista, governar com o apoio do MDB é o "caminho do fracasso sem falta".
De forma enfática, o pedetista afirmou que "O Fernando Henrique Cardoso se desmoralizou (com a aliança com o MDB), e nunca mais o PSDB ganhou uma eleição nacional".
O político cearense reconheceu as dificuldades para formalizar coalizão com os partidos e disse que não vai governar com "a inocência de um convento. Mas se você anunciar as propostas antes, se negociar no atacado, negociar o pacto federativo, para trazer uma eficiência instantânea que imediatamente mexe com o povo, o impasse pode se resolver por meio de plebiscitos e referendos".
Com relação às alianças, o pedetista voltou a lamentar a fala da presidente do PT, que teria afirmado que a indicação de um vice petista na chapa do pedetista não vai acontecer nem "com reza brava".
O político classificou de "pena" que ela pense assim, mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo país.
O político cearense voltou a afirmar que vai revogar as mudanças nas leis trabalhistas implementadas pelo presidente do país, que as descreveu como sendo "aberração".
Além disso, o pedetista se posicionou novamente contra a privatização de estatais importantes para o país, tendo citado como exemplo o caso da Eletrobrás e afirmado que "Estou tentando avisar o investidor estrangeiro que um dos candidatos pensa assim, para que amanhã ele não diga que foi enganado.", garantindo que ele vai revogar possível venda da estatal, se chegar ao Palácio do Planalto.
Para mostrar o mínimo de moralidade e equilíbrio quanto ao pensamento político, os homens públicos precisam ter firmeza nas suas declarações, não permitindo que elas sirvam de avaliação distorcida, dúbia ou vacilante, por demonstrarem que uma organização criminosa não lhes convém, mas, por conveniência pessoal e política, outras, talvez com histórico muito mais malévolo do que aquela declaradamente perniciosa, possam se encaixar perfeitamente nos seus propósitos e anseios políticos.
Isso somente demonstra a personalidade deles ou a falta dela, diante da ausência de compromissos com os princípios republicanos, mas sim com os próprios interesses, que estão acima das causas nacionais.
Os brasileiros precisam compreender, para o fim de escolher seus representantes políticos, o exato sentido do pensamento volátil dos homens públicos tupiniquins, que condenam algumas organizações criminosas, mas são condescendentes com outras com suspeitas de práticas não republicanas e assim mesmo as idolatram, porque, por certo, estas podem servir de trampolim mágico para facilitar o atingimento seus objetivos políticos, naturalmente com a formalização de coalizão espúria, com base no abominável fisiologismo presidencialista, onde prevalece o escrachado e recriminável loteamento dos ministérios e das empresas estatais, tendo como resultado o aprofundamento das crônicas precariedades na prestação dos serviços de incumbência do Estado.
É lamentável que, em pleno século XXI, ainda existam políticos com mentalidade medíocre e rasteira, que apenas pensam com o estômago ou com umbigo, em detrimento do interesse público e do bem comum, ao julgarem e condenarem de forma parcial e por mera conveniência, pensando exclusivamente no seu futuro político, quando deveriam, por questão de justiça, ter o equilíbrio de avaliar e condenar uniformemente todas as organizações criminosas e fazerem juramento à sociedade de que jamais fariam negócios senão com os políticos dignos, éticos e honestos, como forma de mostrar o seu verdadeiro caráter, em sintonia com os salutares princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 9 de maio de 2018

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