quinta-feira, 17 de maio de 2018

Basta às acusações insanas


Em entrevista ao DN, de Portugal, a presidente do PT revelou o estado de espírito do seu líder-mor, reforçou a condição dele de preso político, afirmou que, com o deputado federal carioca ultradireitista, o Brasil corre o risco de voltar ao fascismo e acusou o juiz responsável pela Operação Lava-Jato de fazer parte de esquema que tinha como objetivo derrubar a ex-presidente petista e impedir a candidatura do principal político preso.
A petista, que também é senadora, afirmou que “Lula está muito preocupado com o país. (…) O estado de espírito dele é esse: indignação com as injustiças do Brasil e das injustiças para com ele próprio. Mas continua com força e responsabilidade para saber qual é o seu papel”.
A parlamentar disseminou a ideia de que a prisão do petista foi arbitrária, por ter sido “apressada” e “Injusta, porque não deixou Lula defender-se com todos os recursos que tinha à disposição, incluindo em segunda instância e política, porque não observou o que dizia a Constituição nesses casos.”.
A petista concordou plenamente que o impeachment da ex-presidente da República e a prisão do petista-mor são “faces da mesma moeda”, tendo argumentado que “Lula sempre dizia que se não o prendessem e o tirassem da circulação política não fechariam o golpe. Desde que tiraram a Dilma do cargo, começaram a tirar direitos dos trabalhadores, por isso, não podem agora deixar voltar ao poder um governo progressista e popular”.
A senadora disse também que “O Brasil corre o risco de se radicalizar à direita, de fascismo, como vemos através da candidatura do Bolsonaro”.
Quanto ao magistrado responsável pela Operação Lava-Jato, ela afirmou que ele “É um juiz parcial que tomou uma decisão baseada em atos políticos, o próprio Ministério Público, orientado por ele, disse que não tinha provas, mas que tinha convicções. Isso é muito grave para um Estado democrático de direito. O que nos dá força é que o povo brasileiro continua querendo votar no Lula, com quase o dobro do segundo colocado nas pesquisas.”.
O governo populista e caudilhista foi culpado pela desgraça dos brasileiros e do Brasil, tendo deixado terrível legado, que não tem como ser esquecido tão cedo, principalmente  pela implantação dos maiores escândalos de roubalheiras já verificados na República, em todos os tempos, a ponto de quase quebrarem a principal empresa brasileira, a Petrobras, que representava a 12ª empresa do ranking mundial, passando, em muito pouco tempo, para o patamar acima de 400ª, que também foi obrigada a contabilizar, logo em seguida, a maior dívida do planeta, graças aos requintados, sofisticados, endêmicos e sistêmicos esquemas de corrupção ali implantados, sendo que os envolvidos conseguiram desviar bilhões de reais de seus cofres, por meio de contratos superfaturados e fraudados com o conluio de empresas contratadas e diretores nomeados pelo governo, com a finalidade de roubar, segundo o resultado do que foi apurado pelas investigações implementadas.
Os resultados das investigações sobre os fatos irregulares denunciados apontaram em direção do principal político do partido, que foi considerado o comandante da organização criminosa e, por isso mesmo, já foi condenado por uma das acusações, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, por ter se beneficiado de propina repassada pela empresa OAS, conforme as robustas provas sobre a materialidade da autoria dos crimes pertinentes, que os petistas tentam descaracterizá-los e simplesmente enquadrá-los como sendo perseguição política e transformar a prisão como sendo política, quando os fatos irregulares borbulham ao meio das robustas provas constantes dos autos.
Além das inegáveis pilhagens acontecidas na Petrobrás, atribuídas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal aos governos petistas, conforme os fatos vindos à tona, a então presidente do partido foi defenestrada do Palácio do Planalto sob a acusação da prática do crime de responsabilidade fiscal, que significa que seu governo deixou de observar normas de administração orçamentária e financeira, tendo gastado muito além da arrecadação da receita, obrigando que bancos oficiais socorressem despesas governamentais, a par dos inadmissíveis e absurdos rombos nas contas públicas.
Não há a menor dúvida de que a má gestão contribuiu para a recessão da economia; a queda na arrecadação; o progressivo crescimento do desemprego, que atingiu à casa de 13 milhões de pessoas; as taxas de juros de dois dígitos; a inflação próxima de 10%; a desindustrialização do país; o rebaixamento do grau de investimento do Brasil; a escassez de recursos; a falta de investimentos em obras públicas; a péssima prestação dos serviços da incumbência do Estado; entre outras mazelas que recomendavam o imediato afastamento da mandatária absolutamente incompetente para contornar os gargalos da economia e colocar o país no ritmo do crescimento socioeconômico.
Os referidos fatos, à luz do bom senso, da reponsabilidade pública e da dignidade na gestão pública, demonstravam o pleno desmoronamento das estruturas indispensáveis à solidez dos princípios da ética, moralidade, honorabilidade, além das indispensáveis competência, eficiência e consistência dos princípios da administração do país, que não poderiam continuar sob o signo de degenerência e da desmoralização.  
Os processos de impeachment da então presidente petista e de condenação à prisão do ex-presidente transcorreram sob a observância do ordenamento jurídico pátrio, com respeito aos princípios constitucional e legal, inclusive com o emprego da ampla defesa e do contraditório, tudo com o importantíssimo beneplácito do Supremo Tribunal Federal, que se manifestou, quando achado necessário pelas defesas, em todos os casos pela regularidade dos procedimentos adotados em ambos, ou seja, no impeachment e na condenação à prisão, deixando muito cristalino que essa história de golpe não passa de argumento sem a menor consistência jurídica, eis que os fatos questionados existiram e os culpados não conseguiram contestá-los, com base nas normas jurídico-constitucionais.
As acusações feitas pela presidente do PT contra o deputado fluminense e o juiz da Lava-Jato, por serem da maior gravidade, precisam da comprovação, por envolver autoridades públicas de deputado e juiz da República, tendo por claro objetivo denegrir as imagens e as honras deles, com a atribuição de atos que, em princípio, não condizem com a realidade, a merecerem o devido questionamento na Justiça, como forma de se exigir que a parlamentar responda por seus atos acusatórios, diante da possibilidade da prática de crimes a serem demandados nas esferas Criminal e Cível.
No âmbito do Código Penal Brasileiro, a senadora pode ter incorrido, se não comprovar as suas acusações, nos crimes contra a honra dos acusados, de calúnia, que equivale à imputação da prática de ato falso ou inconsistente, e de difamação, que consiste na atribuição de fato concreto, que se configura como desonroso e ofensivo à reputação dos juiz e deputado, caso ela não consiga provar suas alegações.
É importante que as autoridades acusadas das práticas contrárias aos interesses de petista e do país exijam a devida comprovação sobre as acusações, sob pena de concordar com elas, aceitando normalmente a desmoralização de suas honras, que precisam ser defendidas em razão da honorabilidade profissional e os seus conceitos perante a opinião pública nacional e internacional.
Não somente o Direito, mas o bom senso e a civilidade aconselham o império das extremas prudência e sensibilidade para se evitar fazer acusação que não possa prová-la, porque isso pode contribuir para denegrir a imagem e a reputação de pessoas e autoridades, tendo em vista a proteção de que trata o disposto no inciso X do art. 5º da Carta Magna, que estabelece que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”, o que significa que é preciso muito respeito à dignidade das pessoas, quanto mais em relação à do juiz da Lava-Jato, cujo conceito moral é representado pelo elevado grau de aceitação, pelas instâncias superiores, de seus veredictos, com relação aos seus julgamentos em prol do combate à corrupção e à impunidade.
Com vistas se pôr basta, em definitivo, à banalização das infundadas acusações por parte de esquerdistas inconformados com as medidas adotadas pelo Poder Judiciário, como forma de implacável combate à corrupção e à impunidade, convém que as pessoas, as autoridades e quem mais forem acusados da prática de atos inconsistentes e contrários à verdade e ao cumprimento de seus direitos e deveres institucionais, tendo como claro objetivo ofensas diretas às suas honra e imagem, é imperioso que sejam adotadas as devidas medidas corretivas na via judicial, como forma não somente de se buscar a verdade sobre as motivações ensejadas, mas de servir como contrafreios às pessoas que acham que podem acusar leviana e impunemente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de maio de 2018

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