O
juiz federal responsável pela Operação Lava-Jato recebeu, em Nova York, o
prêmio de “Personalidade do Ano”
entregue pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
A
aludida honraria é concedida anualmente, desde 1970, a uma personalidade
brasileira e outra norte-americana.
No
evento, o juiz da Operação Lava Jato foi recebido por cerca de 60 manifestantes
brasileiros, imbuídos da verdadeira paixão petista e aos gritos de “golpista”, “vergonha”, “Moro salafrário”,
“juiz partidário”, com faixas com os
dizeres “Lula livre”.
Não
obstante, durante seu discurso de quase 20 minutos no Museu da História
Natural, em Manhattan, o magistrado afirmou que sua premiação legitima a luta
contra a corrupção no Brasil, tendo dito que “Este prêmio também significa que o setor privado no Brasil e nos
Estados Unidos apoia o movimento anticorrupção brasileiro e isso faz uma grande
diferença”, tendo aproveitado a oportunidade para enfatizar que a
democracia brasileira tem consistência e não está em risco.
O
juiz da Lava-Jato afirmou que “Há riscos
de retrocesso, mas não acredito que eles ocorrerão. Os Estados Unidos podem
apostar no Brasil como nós apostamos”.
A
edição deste ano contou com a presença de cerca de 800 líderes de empresas
internacionais, financeiras e diplomáticas.
Trata-se
de evento é financiado com a venda de mesas e com o apoio de patrocinadores,
sem a participação de recursos públicos.
A
escolha do juiz da Lava-Jato, para o recebimento do prêmio, ocorreu em
fevereiro de 2017, logo em seguida de ele ter sido considerado uma das
personalidades de 2016, pela revista “Time”, americana, fato que bem demonstra
a importância dele como “Personalidade do Ano”.
A
prestigiada premiação também já foi concedida a outras destacadas personalidades
brasileiras, a exemplo do ex-presidente da República tucano e o ex-prefeito (também
tucano) de São Paulo e atual pré-candidato ao governo do estado.
Como
o evento da premiação acontece nos Estados Unidos da América, o clima foi
perfeito, tendo comparecido o herói brasileiro, na figura do laureado magistrado
na competência de quem comanda a força-tarefa da Operação Lava-Jato, que tem
por incumbência combater, de forma implacável, a roubalheira da corrupção e a
impunidade, bem assim os vilões, bandidos e antipatriotas, que marcaram
presença para dizerem que são defensores de pessoas que se organizaram para
desviar recursos da Petrobras, em clara demonstração de insensibilidade cívica
e de conformismo com práticas de atos contrários aos princípios da moralidade,
ética, dignidade, entre outros que precisam ser observados na vida pública.
A
atitude visivelmente leviana dos manifestantes tupiniquins, declaradamente favoráveis
ao político que foi condenado justamente pelo juiz homenageado, dá a exata
compreensão do quanto eles estão na contramão da história, porque o magistrado brasileiro
estava sendo prestigiado exatamente em razão do reconhecimento de ser absolutamente
implacável combatente contra a criminalidade e eles estavam lá em apoio a quem
foi considerado criminoso culpado por crimes gravíssimos de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, por não ter conseguido explicar nem justificar os fatos
objeto da denúncia feita à Justiça contra ele.
Parece
haver nítida incoerência por parte daqueles que ficam defendendo criminoso,
visto que este se encontra preso e o juiz sendo laureado pelo importante
trabalho que faz contra os corruptos e à impunidade, em clara demonstração de
que existe, na manifestação, estupenda inversão de valores, porque seria
absolutamente impossível de alguém ser premiado se fosse comparável a bandido
ou fora da lei.
É
lamentável que, em pleno século XXI, ainda exista gente que prefere defender
pessoas condenadas à prisão, de forma estritamente legítima e em conformidade
com os parâmetros jurídicos de absoluta transparência e imparcialidade, visto
que a sentença condenatória se fundamentou nas provas de materialidade
constante dos autos, que teve e tem sua integridade incólume e preservada, sem
qualquer questionamento quanto à ausência de provas, que certamente já teria
sido contestada pela defesa, sob a alegação de falha processual.
Ao
contrário disso, diante do questionamento sobre a falha processual, o político
jamais estaria preso, diante da necessidade de se suspender a execução da
prisão enquanto não se decidisse sobre a autenticidade e a legitimidade
intrínseca do veredicto, que certamente não estaria em plena execução se
houvesse o mínimo de dúvida quanto à robusteza sobre as provas da materialidade
referente à autoria dos crimes atribuídos ao político.
Além
dessa situação, é por demais sabido e provado que o juiz que julga e condena
sem a devida prova sobre a materialidade da autoria do crime apontado pode
incorrer em sanções legais, podendo ser advertido ou até afastado do seu cargo,
como medida extrema, a depender da gravidade demonstrada pela defesa, caso se
confirme a prática do crime de prevaricação, que é quando há condenação sem
provas nos autos.
À
toda evidência, o processo referente ao caso do tríplex se mantém absolutamente
imexível, não havendo qualquer questionamento quanto possíveis falhas a se
permitir alteração nos termos da sentença prolatada pelo juiz da Lava-Jato, aquele
mesmo que os antipatriotas tentaram perturbar a tranquilidade de evento
absolutamente legítimo e justo, em premiação a quem combate a podridão
defendida por eles, fato este que demonstra o senso ridículo de brasileiros
inconformados com a necessidade da moralização do Brasil, dando a entender que
existe forte intranquilidade com a eliminação da classe política contaminada
com a prática de atos irregulares e prejudicais ao interesse dos brasileiros
honrados.
É
preciso que os verdadeiros brasileiros se conscientizem de que o político condenado
à prisão e ainda tendo dificuldades para prestar contas à sociedade sobre seus
atos na vida pública, em que pese a demonstração de apoio por fanáticos e
idólatras, por motivações possivelmente ideológicas e nada republicanas, precisa
ser eliminado da vida pública, em consonância com os princípios republicano e
democrático, eis que os lídimos representantes do povo tem o dever moral de provar, de forma
permanente, a sua imaculabilidade em relação às suas atividades
político-administrativas. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 28 de maio de 2018
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