O
principal político do país, mesmo estando preso e na condição de inelegibilidade,
por força da condenação à prisão, por órgão colegiado da Justiça, segue
liderando as intenções de voto para a próxima disputa presidencial, conforme
mostra pesquisa CNT/MDA.
Na
pesquisa estimulada, que foi a primeira realizada pela CNT/MDA após a prisão do
líder petista, ele lidera a corrida presidencial entre os eleitores ouvidos,
com 32,4%, vindo em seguida o deputado federal pelo Rio de Janeiro, considerado
ultradireitista, com 16,7%, a ambientalista, com 7,6%, o ex-governador do Ceará,
com 5,4%, e o ex-governador de São Paulo, com 4% das intenções de voto.
Em
outro grupo mais abaixo, vem o senador pelo Podemos, com 2,5%, o ex-presidente
e atual senador por Alagoas, com 0,9%, empatado com o presidente da República,
os candidatos pelo PSOL e PCdoB, empatados com 0,5%, e os candidatos pelos Novo
e PRB, ambos com 0,4% das intenções de voto.
Por
enquanto, o ex-ministro da Fazenda, o presidente da Câmara dos Deputados e o
ex-presidente do BNDES aparecem nas últimas colocações na pesquisa, respectivamente,
com 0,3%; 0,2% e 0,1%.
Sem
a participação do petista nas pesquisas, o deputado ultradireitista assume a dianteira das intenções de voto, nos três
cenários de pesquisas estimuladas, sendo que a melhor pontuação dele foi de
20,7%, caso disputasse o Palácio do Planalto com a ambientalista, que teria 16,4%,
o ex-governador do Ceará, com 12%, o ex-prefeito petista de São Paulo, com 4,4%,
e o ex-ministro da Fazenda, com 1,4%.
Em
mais duas pesquisas sem a participação do petista, o deputado carioca também
lidera as intenções de voto dos entrevistados.
Na
pesquisa em apreço, a CNT/MDA esclarece que foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137
municípios de 25 Unidades da Federação das cinco regiões do país.
É
evidente que pesquisa que ouviu tão somente 2.002 pessoas, em 137 municípios,
em universos de 146 milhões de eleitores e 5.574 municípios, não pode servir de
parâmetro razoável para se avaliar a tendência eleitoral dos brasileiros, à
vista da infinitésima dificuldade para se concluir sobre a ponderação do fator
preferencial dos eleitores, sabendo-se que há regiões que são mais favoráveis a
algum candidato do que com relação a outros, a exemplo do Nordeste, onde há declarada
simpatia por um candidato, que se popularizou por conta dos programas sociais
voltados para as famílias pobres e carentes, enquanto em outras regiões há
verdadeiro desprezo a ele, em razão do seu envolvimento com as falcatruas a que
se referem as investigações objeto da Operação Lava-Jato, popularmente
conhecidas pela prevalência dos desvios de recursos dos cofres da Petrobras.
Causa
estarrecimento se perceber que as pesquisas já realizadas mostrarem a
preferência das pessoas pesquisadas ao pré-candidato que foi considerado
culpado e condenado à prisão pela Justiça, diante da confirmação do recebimento
de propinas provenientes dos recursos desviados da Petrobras, embora ele negue,
com veemência, a participação nos fatos denunciados e se declara que é inocente.
Não
obstante, os fatos probatórios constantes dos autos contrariam a versão do
político, tanto que os magistrados proferiram suas sentenças condenatórias com
base exatamente no resultado das investigações sobre os casos denunciados à
Justiça, dando conta do envolvimento do político nos fatos delituosos, tanto
que ele se encontra preso e o processo pertinente se mantém em plena validade,
ou seja, ainda não foi questionada pela defesa a invalidade das provas que
sustentaram os argumentos da condenação à prisão.
De
qualquer modo, os resultados das pesquisas demonstram a pouca vontade das
pessoas pesquisadas de passar o Brasil a limpo, principalmente com a assepsia
das atividades políticas dos homens públicos que não conseguem se desvencilhar
das graves denúncias em tramitação na Justiça, dando conta da implicação deles
com as irregularidades que estão sendo investigadas sob a incumbência da
Operação Lava-Jato.
Os
homens públicos com um pouco mais de sensibilidade política e responsabilidade
cívica precisam mostrar, quando dos programas eleitorais, a imperiosidade da
urgente limpeza ética e moral na administração pública, que não pode, de forma
alguma, admitir a participação na vida pública de quem não consegue mostrar
imaculabilidade e licitude com relação aos seus atos no exercício de cargos
públicos eletivos, que condiz com a obrigatoriedade constitucional e legal de
prestação de contas à sociedade sobre as suas atividades na vida pública.
O
Brasil de nossos filhos e netos precisa ser comandado por homens públicos com as
maiores dignidade e honorabilidade, que possam ser submetidos aos testes e às provas
pertinentes aos princípios republicanos, não sendo mais admitido que políticos
inescrupulosos e aproveitadores envolvidos em gigantescos esquemas criminosos de
corrupção possam sequer imaginar em se candidatar a cargo público eletivo,
porque isso significa gigantescos afronta e desprezo à dignidade dos eleitores
de bem, puros e honrados, que exigem deles a devida comprovação de seus atos
imaculados e o compromisso da urgente e efetiva moralização da administração do
país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 18 de maio de 2018
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