sexta-feira, 25 de maio de 2018

Basta de antiquado populismo


A ex-presidente da República petista disse que é importante que as eleições não sejam manipuladas, quando perguntada se os brasileiros aceitariam o resultado eleitoral em outubro sem a participação no pleito do líder maior do partido dela, que se encontra preso há pouco mais de um mês. 
A petista afirmou que "É importante que a população brasileira tenha convicção disso (da não manipulação). Você não acha que houve um golpe no Brasil, eu acho que houve. E eu tenho mais experiência de golpe que o senhor. Eu vivi um golpe da ditadura militar dentro de uma prisão. Eu sei a capacidade da elite brasileira de ser golpista. Há um processo no Brasil e ele tem que ser interrompido pelo bem dos brasileiros".  
A ex-presidente entende que quem pode ajudar a interromper esse processo e estabilizar as condições democráticas do país é o seu padrinho petista, que cumpre pena de doze anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com relação ao caso do tríplex de Guarujá (SP).
A petista também disse que o ex-presidente também é a resposta para a divisão do país, que vai da "Suprema Corte ao local mais humilde". 
A ex-presidente disse ainda que "Temos que restabelecer as condições democráticas, inclusive nas instituições. Eu acredito, de uma forma muito forte, que o presidente Lula pode ajudar nessa estabilização. Eu acredito em mais do que isso. Preso ou solto, condenado ou absolvido, ele será necessariamente uma presença na reconstrução do Brasil.".
Ela concluiu com a seguinte afirmação: "Lula é um conciliador, nunca foi uma pessoa radical que não soubesse construir consensos, nem tampouco criar pontes", tendo ressaltado que o ex-presidente é criticado pelas alianças que fez para governar. Com informações da Folhapress. 
Essa idiotice de golpe contra a ex-presidente petista não passa de desculpa esfarrapada, porque o seu impeachment ocorreu exatamente com base nos fatos consistentes, com relação ao claro descumprimento das normas de administração orçamentária e financeira, em que o governo gastava bem mais do que arrecadava e isso caracteriza crime de responsabilidade previsto na Constituição do país, que os governos são obrigados a observar, inclusive os de índole socialista, que imaginam que estão acima de tudo e de todos, sobretudo das leis, e não precisam respeitar os ditames jurídicos.
No caso que a petista classifica como tendo sido a causa do golpe, foi constatado que bancos oficiais pagavam despesas do governo, que não tinham dinheiro na data do pagamento e isso era tratado como empréstimo oficial, que é proibido pela regra constitucional, fato que caracteriza, quer queira ou não, crime de responsabilidade, à luz de disposição constitucional.
Outra importante informação que contribuiu para o afastamento definitivamente desse absurdo argumento de golpe é que o processo de impeachment transcorreu sob a égide das normas constitucionais, desde o início dele até a sua conclusão, com o beneplácito jurídico do Supremo Tribunal Federal, que sempre se manifestou, no curso do rito próprio, em harmonia com os procedimentos adotados, não tendo acolhido nenhuma argumentação da defesa da petista, com alegação sobre inconformismo, questionamento ou inconstitucionalidade acerca da tramitação pertinente ao afastamento dela do governo, tendo tudo transcorrido em clima de absoluta observância ao ordenamento jurídico do país, o que afasta a mínima suspeita de golpe, porque o processamento do caso transcorreu estritamente dentro e nos limites dos ditames constitucional e legal. 
Não passa de extrema leviandade a afirmação de pessoa considerada corrupta contra os princípios republicanos, por julgamento juridicamente imparcial e inquestionável, sob a égide da ampla defesa e do contraditório, ter condições mínimas de ajudar na pseudoestabilização do país, quando a própria desestabilização teve origem justamente na ideologia comandada por ele, que também foi responsável por indicar e ajudar a eleger pessoa que demonstrou absoluta incapacidade administrativa de comandar o país com as grandezas do Brasil.
O certo é que o país foi conduzido, em termos administrativos, aos píncaros da destruição e do abismo, por via de políticas retrógradas e suicidas, que resultaram no incontrolável rombo nas contas públicas, causando a mais completa desorganização dos sistemas social, moral, político, administrativo e democrático, tendo como consequência o afastamento, para o bem da nação e do povo, da governante totalmente fora do rumo e do controle, que não tinha mais a mínima condição de continuar no leme da nave Brasil.
Não há que se falar em restabelecimento das condições democráticas, porque elas foram rompidas quando o governo perdeu totalmente a credibilidade, em todos os sentidos, principalmente com origem no Congresso Nacional, onde ele era sempre clamorosamente derrotado, quando perdeu o apoio até mesmo de seus aliados, mas essa estabilização foi adquirida justamente depois do impeachment, embora a desgraça da desmoralização política também ressurgiu com as denúncias contra o atual governo, que também tem vinculação com a chapa da presidente afastada, por incompetência administrativa.
Os fatos mostram que o petista preso não serve de parâmetro mínimo para restabelecer coisa alguma, porque ele não teve nem mesmo condições de provar a sua inocência com relação aos fatos pertinentes à sua condenação e, diante disso, ele se encontra preso, enquanto alega inculpabilidade, sem contraprova quanto aos crimes cuja autoria é atribuída a ele.
Outra afirmação de clara idiotice é a de que o petista “é resposta para a divisão do país”, quando se sabe que partiu exatamente dele essa ideia absurda de se colocar pobre contra rico, preto contra branco, humilde contra burguesia etc., como forma de se criar clima antagônico entre classes sociais, evidentemente com o propósito do aproveitamento político da situação, nessa inútil briga que somente contribuiu para o acirramento dos ânimos entre irmãos brasileiros.
Não passa de tremenda insensatez a afirmação de que “Luta é um conciliador, nunca foi uma pessoa radical que não soubesse construir consenso, nem tampouco criar pontes”, quando se sabe que a sua história política começou com as lutas sindicais, no enfrentamento contra os empresários, onde o radicalismo prevalecia desde antanho e isso somente se intensificou por toda sua vida política, não tendo a menor cabimento nem credibilidade em se pensar diferentemente disso, salvo em momento da maior dificuldade atravessada por ele, que agora procura se passa por o melhor dos políticos e o mais inocente dos mortais, tão somente para se mostrar como sendo o salvador da pátria, que nunca aconteceu, porque a verdade mostra que os programas de assistência social tiveram viés estritamente eleitoreiros, com vistas à institucionalização de populismo histórico capaz de transformá-lo em homem público invencível, por força do marketing pessoal impregnado com a marca indevida do pai dos pobres, quando o sentido de tudo isso não passava de estratégia objetivando se alcançar, com recursos públicos, a absoluta dominação das classes política e social e a perenidade no poder, conforme mostram os fatos.   
Os brasileiros precisam se despertar dessa letargia que se apoderou nas suas consciências, principalmente em termos políticos, para enxergar a verdade sobre as ideologias disseminadas pelas esquerdas, que somente buscam a satisfação de seus objetivos pessoais e políticos, como agora no caso do político preso, tendo como pano de fundo o anacrônico populismo como sendo a salvação da humanidade, quando os fatos evidenciam que somente por meio da competência, transparência, sinceridade, do trabalho, da honestidade, reafirmação das políticas integradas de desenvolvimento, do fomento à industrialização, dos investimentos regionalizados e, enfim, da eficiência na efetivação das políticas públicas o Brasil poderá encontrar os rumos do desenvolvimento socioeconômico, com embargo das ideologias identificadas apenas com o antiquado populismo que já ajudara a levar o país à degradação dos sistemas capazes de alavancar o progresso tão sonhado pelos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de maio de 2018

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