domingo, 20 de outubro de 2019

A dura realidade


Um famoso ex-locutor de rodeios brasileiro foi acometido de câncer em estado terminal, sendo obrigado a passar por momento dificílimo com relação à sua saúde.
Nas condições em que ele se encontra, agora, conforme o próprio relato à VEJA, ele se considera arrependido por ter feito carreira nos rodeios.
Ainda praticamente jovem, com apenas 57 anos de vida, ele enfrenta a doença que atingiu suas boca e garganta, órgãos que ele usava para transmitir as emoções dos espetáculos de rodeios.
O ex-locutorl de rodeios atribui seu sofrimento à sua conivência com os animais e não tinha a menor preocupação para com os maus-tratos contra eles nos eventos que narrava, sempre carregados de muito entusiasmo, em que pesem os casos de agressão aos animais.
Ele chegou à conclusão de que "Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios".
Esse cidadão chegou a ser considerado o maior locutor de rodeios do Brasil e, por ocasião do seu sucesso, ele era tratado com a cortesia de ser transportado de helicóptero para as arenas do país.
O ex-locutor afirmou que, "Dos rodeios grandes aos pequenos, a festa era de alegria para o público, mas de dor e sofrimento para os bichos. Eu via tudo isso na época, mas não me importava".
As declarações do ex-locutor, reconhecendo com total lucidez a estupidez dos maus-tratos aos animais, que tem sido realidade ignorada por quem patrocina tamanha maldade, ou seja, o povo que paga para a judiação de animais indefesos, chamou a atenção de ativistas da causa animal, a exemplo de uma cantora e artista, que declarou, verbis: "Acho louvável ter uma referência de dentro do rodeio que reconhece como essa indústria é cruel".
Como o estado de saúde do ex-locutor é muito grave, os especialistas chegaram à conclusão de que ele não suportaria se submeter à nova cirurgia e às sessões de quimioterapia, não tendo mais esperança de cura para ele.
É evidente que não precisava que alguém chegasse a esse estado clínico de completa precariedade de vida para reconhecer a maldade explícita causada aos animais, nos eventos de rodeios, vaquejadas e outras farras promovidas em que eles são os alvos principais, onde o bicho homem se divertem sem a menor preocupação com o que possa acontecer de pior com os animais.
Foi preciso que o ex-locutor fosse acometido de doença gravíssima, nos principais órgãos usados para transmitir a emoção dos rodeios, para que ele percebesse, finalmente, que os animais são realmente sacrificados em nome da diversão e do enriquecimento dos empresários que exploram os indefesos animais, felizes da vida, diante do sucesso financeiro.
Ou seja, se ele não tivesse adoecido, na forma como mais violenta, como aconteceu, certamente que ele continuaria com os olhos vendados para a triste agonia dos animais, sem nenhum remorso por tudo de ruim que, infelizmente, continua a acontecer nas arenas do Brasil a fora.
É evidente que, longe de se pretender tragédia generalizada com quem participa diretamente dos maus-tratos com animais, mas, à toda evidência, parece que somente quando acontece situação triste como essa alguém tem a dignidade de reconhecer o que se passa de crueldade nas arenas de rodeios, vaquejadas e noutros espetáculos análogos, porque, do contrário, ninguém se sensibiliza com o drama dos animais indefesos, que são jogados às arenas das feras representadas pelos bichos homens, que não têm o mínimo de piedade em relação a eles, quando a diversão animalesca se concentra exclusivamente na especulação econômica, mediante o lucro fácil e certo.
Convém que as pessoas se conscientizem, o quanto antes possível, por que a sua participação em espetáculos que usem animais como atores principais tem contribuído para fomentar essa indústria perversa de judiação e crueldade que não se justifica mais na atualidade, diante de tantos importantes eventos que poupam o sofrimento gracioso de quem precisa ter preservada a sua integridade e até mesmo a sua vida.
A lamentável história do ex-locutor de rodeios, aqui relatada a propósito, diante de preciosa constatação sobre conhecimento de fatos reais, precisa ser disseminada com a maior intensidade possível, para se chamar a atenção não somente dos inescrupulosos patrocinadores de eventos tendo por base o emprego de animais indefesos, mas especialmente para as pessoas em geral, que são as mantenedoras desses ruidosos espetáculos, para que eles possam refletir melhor sobre o peso nas suas consciências acerca dos maus-tratos de animais, evidentemente sem necessidade de terem que adoecer para enxergarem a realidade nua e crua sobre a crueldade contra os animais.     
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 20 de outubro de 2019     

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