Um peão de 30 anos morreu pisoteado por um touro em
um rodeio em Brejetuba, no Espírito Santo, recentemente, quando participava de rodeio
na “Festa do Maior Café do Mundo”, naquela cidade.
O ex-montador de touros foi socorrido imediatamente
e levado para hospital de Venda Nova do Imigrante, tendo passado por procedimento
cirúrgico apropriado, mas não conseguiu resistir à gravidade das lesões, vindo,
infelizmente, a óbito.
A vida de quem se profissionaliza nessa atividade
de montador está permanentemente em risco, como visto em outro caso recente e semelhante,
ocorrido há pouco menos de um mês, em que um rapaz estava em cima de um boi,
que, bruscamente, se assustou e o derrubou e ainda terminou caindo sobre ele,
que não resistiu ao peso do animal e faleceu imediatamente, ou seja, o perigo da
perda de vidas é potencial e de maneira constante e inevitável.
Não obstante, há essa arraigada cultura de rodeio,
vaquejada e outros eventos semelhantes, com o emprego de pessoas e animais,
principalmente bovinos, que é alimentada com a energia justificável pelo negócio
econômico, em que não se levam em conta os graves riscos contra a vida humana e
muito menos dos animais, a exemplo desse caso.
Fica muito claro que pouco importa se o montador se
foi, evidentemente por mera fatalidade, porque o espetáculo do rodeio continua
em plena atividade, incentivado pelos insensíveis espectadores, que pagam para se
divertirem, evidentemente despreocupados com o que possa acontecer, nos
bastidores, com as pessoas e os animais que são apenas detalhes na atração de
eventos que até podem divertir, mas jamais poderiam ser palco de perda de vidas
de pessoas e animais, porque isso apenas demonstra muito pouco interesse principalmente
para a vida de pessoas.
Não há a menor dúvida de que essa defesa ridícula da
história da cultura regional, representada por rodeio, vaquejada e outros
eventos similares somente prevalece no Brasil adentro porque os shows dão lucro
para os seus patrocinadores, que faturam milhões de reais em cima do sacrifício
de animais indefesos, com a exposição ao risco também para os montadores e
pessoas que participam diretamente desse espetáculo selvagem e desumano, em muitos
casos.
À toda evidência, se houvesse, por parte dos espectadores,
a devida conscientização sobre a possibilidade da perda de vidas humanas e de
maus-tratos aos animis e que os eventos em si passassem a dar prejuízos para os
seus patrocinadores, com fracasso de bilheteria, certamente que seus defensores
compreenderiam que de cultura mesmo existe muito pouco a ser valorizado como
tal.
Ou seja, o
que falta mesmo é o despertar das pessoas sobre a triste realidade de
espetáculo cruel, que até pode não acontecer nada de mais grave em alguns eventos,
mas também é normal que existam casos deploráveis e lamentáveis noutros, como
nesse ora focalizado, em que, rapaz jovem morre esmagado por touro, que jamais
teria ocorrido se não houvesse evento com essa finalidade e outras que são
realizadas, mesmo sob o risco de potencial sinistro.
Tudo isso mostra que o homem, em muitos casos, ainda
se encontra na idade da caverna, quando deixa de raciocinar, de forma
inteligente e racional, sobre situações que podem ser prejudiciais ao próprio
homem, porque há casos que põem a sua vida em risco, em razão de objetivos
sabidamente passíveis de incidentes graves e contrários aos propósitos da plena
felicidade.
Diante dos fatos lamentáveis que estão acontecendo
no seio de rodeios, vaquejadas e eventos similares, em especial a incidência
mortes de pessoas, é de se imaginar que as pessoas que patrocinam tais eventos possam
refletir se realmente compensa tamanho sacrifício para a sua realização, quando
já existem outras formas saudáveis de diversão que também são seguras e não
causam nenhum perigo à vida nem humana ou de animais empregados nos eventos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 20 de outubro de 2019
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