sábado, 12 de outubro de 2019

Salve a Santa Dulce dos Pobres


A Irmã Dulce, mais conhecida como “O anjo bom da Bahia”, se tornará santa a partir de amanhã, em reconhecimento da santa Igreja Católica, em razão de suas virtudes como a mais perfeita obreira de caridade e santidade quando estive na Terra, que teve a sua vida totalmente marcada pelas peculiaridades de quem se dedicou integralmente às obras de caridade, em harmonia com os verdadeiros princípios cristãos.
A baiana de bom coração se dedicou de corpo e alma às causas sociais e, por isso, faz todo sentido que, depois de ter deixado expressiva obra de sublime amor ao próximo, ela seja canonizada, tornando-se, com os méritos celestiais, a primeira santa brasileira.
Em homenagem à Santa Dulce dos Pobres, o site G1 levantou 13 curiosidades sobre a sua vida, conforme abaixo:
1 – A vida da Irmã Dulce foi acompanhada por fatos acontecidos em harmonia com o número 13, sendo considerados como marcantes, a começar das suas obras de caridades, que aconteceram logo aos 13 anos de idade, com o atendimento de doentes na porta da sua casa. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Por isso, 13 de outubro foi escolhido para render graças ao “Anjo bom da Bahia”.
Ela morreu em 13 de março de 1992, aos 77 anos. A cerimônia de canonização da beata vai ser realizada no dia 13 de outubro de 2019, no Vaticano. Ela tinha devoção especial por Santo Antônio, que recebe homenagens no dia 13 de junho. Além disso, ela foi batizada no dia 13 de dezembro de 1914.
2 - Irmã Dulce tinha saúde muito frágil, mas ninguém conseguia transmitir tanta força para os que eram cercados por ela e precisavam da sua ajuda. Por causa de enfisema pulmonar, ela  tinha apenas 30% da capacidade respiratória e chegou a pesar apenas 38 quilos. Os últimos 30 anos de vida foram os mais difíceis, ainda assim, continuou trabalhando em prol dos mais carentes de ajuda e amor.
3 Ela passou 30 anos dormindo sentada em cadeira para pagar promessa, cuja penitência foi feita em agradecimento à recuperação de uma irmã, que, em 1955, teve gestação de alto risco e poderia ter morrido. Somente em 1985, a religiosa voltou a dormir em uma cama, após ser convencida pelos médicos de que o estado de saúde dela poderia piorar.
4 -Irmã Dulce nasceu em 26 de maio de 1914, no bairro do Barbalho, na freguesia do Santo Antônio Além do Carmo. Era considerada criança doce, mas determinada, levada e firme.
Ela gostava de brincar de boneca, empinar pipa e jogar futebol com a garotada. A paixão pela bola era grande e ela adotou o Esporte Clube Ipiranga como time do coração.
5Aos 15 anos e escondida da família, a Irmã Dulce pediu admissão no Convento do Desterro, em Salvador, mas seu gesto foi descoberto pelo pai dela, que somente permitiu que ela se tornasse freira após concluir os estudos.Ela formou-se em professora pela Escola Normal da Bahia, concluiu o curso de Oficial de Farmácia e recebeu o título de Auxiliar de Serviço Social.
Ela deu aulas para crianças e lecionou Geografia e História no Colégio Santa Bernardete, no Largo da Madragoa, pertencente à congregação dela.
6 – Por 10 anos, a Irmã Dulce esteve afastada da congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, por força das atividades sociais, já que não seguia as regras rígidas impostas para as freiras. Só foi aceita de volta ao adoecer. Ela não deixou de ser freira nesse período, mas não precisava seguir os horários de reclusão.
7 - Em 1937, ela criou a União Operária São Francisco, que foi a primeira organização operária católica da Bahia, tendo inaugurado, dois anos depois, o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
8 - Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas vazias na localidade então conhecida como Ilha dos Ratos, onde passou a abrigar doentes. Foi expulsa e os levou para as imediações da Igreja do Bonfim.
9 – Irmã Dulce era apreciadora das artes, com preferência para a música. Ela tocava acordeon e gostava de forró. Em 1948, fundou o Cine Teatro Roma, na Cidade Baixa. O local foi primeiro palco do rei da MPB, na Bahia. Ela também fundou outros dois cinemas: o Plataforma e o São Caetano.
10 - Irmã Dulce procurava políticos, empresários e pessoas influentes em busca de donativos para os doentes atendidos por ela. Batia na porta de escritórios e lojas para pedir dinheiro, roupas, colchões, alimentos, remédios, produtos de higiene, entre outros itens de primeira necessidade.
11 - Em 1947, o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra visitou a capital baiana e foi cercado por Irmã Dulce e mais 300 crianças. O grupo criou bloqueio ao acesso da comitiva presidencial para a Igreja do Bonfim. Ela queria chamar a atenção para os excluídos da capital baiana, tendo conseguido dinheiro para as suas obras sociais.
12 - Em 1988, Irmã Dulce foi indicada pelo então presidente da República, com o apoio da Rainha da Suécia, que é brasileira, para o Prêmio Nobel da Paz, que, embora não tendo sido premiada, ela passou a ser muito mais conhecida mundialmente.
13 - Irmã Dulce demonstrava ter enorme admiração pelo papa João Paulo II, mas foi desautorizada pelos médicos a ir ao encontro dele, quando ele esteve em Salvador, em 7 de julho de 1980, por causa dos problemas no pulmão.A religiosa desobedeceu aos médicos e foi se encontrar com o papa, mas ela tomou muita chuva na ocasião, o que a fez contrair pneumonia e passar 20 dias hospitalizada. Valeu todo o sacrifício, pois na ocasião ela foi chamada a subir ao altar e receber uma bênção especial do papa, sendo ovacionada por meio milhão de baianos que acompanhavam a celebração.
Além disso, recebeu um terço de presente de João Paulo. Na segunda visita ao Brasil, em outubro de 1991, o papa quebrou a agenda de compromissos oficiais e fez questão de ir até o Convento Santo Antônio, para visitar Irmã Dulce, que já estava bastante debilitada. Cinco meses após a visita do Pontífice, o “Anjo bom da Bahia” morreu.
Eis, em síntese, um pouco sobre a belíssima vida de uma das pessoas mais importantes do Brasil e do mundo, do século XX, que nasceu, viveu e morreu em contexto estritamente relacionado com os princípios de santidade, porque toda sua obra se resume em servir o próximo com muito amor.
O sentimento que se tem é o de que Deus sabe perfeitamente que o caminho da santificação não será percorrido sem sacrifícios  e renúncias, conquanto a Irmã Dulce, em que pese a sua extrema fragilidade, se enquadro nesse figurino, tendo conseguido fortaleza e audácia suficientes para trilhar sua trajetória grandiosa de muitos e terríveis obstáculos, porém de muitos sucessos, para, enfim, alcançar a glória que somente alguns conseguem  e são escolhidos para integrar o grupo seleto dos santos, exatamente em razão de seus méritos de lutas permanentes, que agradaram os propósitos celestiais.
Salve a Santa Dulce dos Pobres, que já coleciona centenas de expressivos milagres, com sua intercessão junto a Deus, seguindo a sua missão alma de luz, em benefício de pessoas que acreditam na seu poder de ajuda celestial, na esperança de que a sua santidade, agora autenticada pela Igreja Católica, possa continuar cada vez mais poderosa, na realização de importantes milagres, como prova da sua pureza espiritual junto a Deus Pai Todo-Poderoso. Amém!
 Brasília, em 12 de outubro de 2019

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