terça-feira, 29 de outubro de 2019

Todos são filhos de Deus



Uma cantora gospel sugeriu, em postagem nas redes sociais, que apenas evangélicos são filhos de Deus. 
A cantora gospel ainda escreveu em sua conta no Facebook que “Para nós filhos de Deus não existe quarta-feira de cinzas, mas sim quarta-feira do fogo”.
A mensagem da cantora, como não poderia ter sido diferente, foi considerada extremamente agressiva e desrespeitosa à fé dos católicos e de outras religiões, sendo que, muitos dos quais, certamente são admiradores e seguidores do seu trabalho artístico. 
A cantora precisa saber o verdadeiro significado das cinzas, cujo ritual remonta das Sagradas Escrituras e vem sendo seguido por gerações, cuja prática faz parte da liturgia da Igreja Católica e isso não pode ser motivo de crítica destrutiva, mas sim de respeito aos sentimentos daqueles que se sentem confortáveis em comungar com a liturgia que se encaixa na sua preferência religiosa.
A verdade é que cada segmento de profissão religiosa tem os seus rituais e as suas crendices e todos precisam compreender que isso faz parte dos costumes e das tradições, cabendo às pessoas apenas bater palmas para quem adere a elas, no âmbito da liberdade de pensamento, inclusive religioso, à luz dos princípios erigidos pelo Estado Democrático de Direito.
Essa famosa cantora deve se achar, ao que se pode inferir, a dona da verdade, para chegar à conclusão tão absurda de pensar que somente a religião dela serve de parâmetro para o mundo, sabendo que o planeta se encontra deturpado exatamente porque ainda têm pessoas que se acham no direito de dizer o que é certo ou o errado, em evidente desrespeito ao consagrado direito individual, a se permitir a inferência de que ninguém, por mais perfeito que se achar, por algum motivo ou posição social, possa se considerar o dono da razão.
Todo ser humano, quer queira ou não, é filho de Deus e sobre isso não qualquer dúvida, que permite, segundo princípio bíblico, o livre arbítrio, onde cada cristão pensa e age da maneira que melhor lhe aprouver, sem essa neura de ficar julgando o seu semelhante, no sentido de que somente ela e os seguidores da religião dela estão salvos e são merecedores da glória do Senhor.
A precipitada, leviana e injusta conclusão dessa moça apenas demonstra que ela precisa se conscientizar, com a máxima urgência, sobre a necessidade de ela precisar cuidar de si própria, inclusive se abstendo de fazer avaliação ou julgamento indevido sobre as pessoas, porque, à toda evidência, falece a ela capacidade para sugerir senão que ela respeite os sentimentos das pessoas, em pura maneira de reciprocidade.
Nesta vida, já está mais do que provado que ninguém é dono da razão e muito menos em se tratando desse complexo mundo da religião, em que cada qual tem direito de se comportar e se conduzir da maneira que o seu coração se sentir sintonizado com os princípios da sua preferência religiosa, que estão perfeitamente pacificados com as suas vocações, assim como ela fez em seguir a religião que professa, só que ela é incompetente para afirmar qual seja a única religião com capacidade para acomodar os filhos de Deus, na face da Terra.
É preciso que as pessoas procurem respeitar, para serem igualmente respeitadas, os sentimentos de seus semelhantes, porque isso também é forma cristã de amor ao próximo.
Brasília, em 29/10/2019

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