Uma cantora gospel sugeriu, em postagem
nas redes sociais, que apenas evangélicos são filhos de Deus.
A cantora gospel ainda escreveu em sua
conta no Facebook que “Para nós filhos de Deus não existe quarta-feira de
cinzas, mas sim quarta-feira do fogo”.
A mensagem da cantora, como não poderia
ter sido diferente, foi considerada extremamente agressiva e desrespeitosa à fé
dos católicos e de outras religiões, sendo que, muitos dos quais, certamente
são admiradores e seguidores do seu trabalho artístico.
A cantora precisa saber o verdadeiro significado das cinzas, cujo
ritual remonta das Sagradas Escrituras e vem sendo seguido por gerações, cuja
prática faz parte da liturgia da Igreja Católica e isso não pode ser motivo de
crítica destrutiva, mas sim de respeito aos sentimentos daqueles que se sentem
confortáveis em comungar com a liturgia que se encaixa na sua preferência
religiosa.
A verdade é que cada segmento de profissão religiosa tem os seus
rituais e as suas crendices e todos precisam compreender que isso faz parte dos
costumes e das tradições, cabendo às pessoas apenas bater palmas para quem
adere a elas, no âmbito da liberdade de pensamento, inclusive religioso, à luz
dos princípios erigidos pelo Estado Democrático de Direito.
Essa famosa cantora deve se achar, ao que se pode inferir, a dona
da verdade, para chegar à conclusão tão absurda de pensar que somente a
religião dela serve de parâmetro para o mundo, sabendo que o planeta se
encontra deturpado exatamente porque ainda têm pessoas que se acham no direito
de dizer o que é certo ou o errado, em evidente desrespeito ao consagrado
direito individual, a se permitir a inferência de que ninguém, por mais
perfeito que se achar, por algum motivo ou posição social, possa se considerar
o dono da razão.
Todo ser humano, quer queira ou não, é filho de Deus e sobre isso
não qualquer dúvida, que permite, segundo princípio bíblico, o livre arbítrio,
onde cada cristão pensa e age da maneira que melhor lhe aprouver, sem essa
neura de ficar julgando o seu semelhante, no sentido de que somente ela e os
seguidores da religião dela estão salvos e são merecedores da glória do Senhor.
A precipitada, leviana e injusta conclusão dessa moça apenas
demonstra que ela precisa se conscientizar, com a máxima urgência, sobre a
necessidade de ela precisar cuidar de si própria, inclusive se abstendo de
fazer avaliação ou julgamento indevido sobre as pessoas, porque, à toda
evidência, falece a ela capacidade para sugerir senão que ela respeite os
sentimentos das pessoas, em pura maneira de reciprocidade.
Nesta vida, já está mais do que provado que ninguém é dono da
razão e muito menos em se tratando desse complexo mundo da religião, em que
cada qual tem direito de se comportar e se conduzir da maneira que o seu
coração se sentir sintonizado com os princípios da sua preferência religiosa,
que estão perfeitamente pacificados com as suas vocações, assim como ela fez em
seguir a religião que professa, só que ela é incompetente para afirmar qual
seja a única religião com capacidade para acomodar os filhos de Deus, na face
da Terra.
É preciso que as pessoas procurem respeitar, para serem igualmente
respeitadas, os sentimentos de seus semelhantes, porque isso também é forma cristã
de amor ao próximo.
Brasília, em 29/10/2019
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