segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Gesto de grandeza


Na crônica sob o título “Inaceitável progressão de regime”, que analisa a concessão de progressão de regime para condenados, foi dito que esse estapafúrdio sistema precisa ser eliminado da legislação penal, por não ter qualquer base de sustentação nem jurídica ou social e muito menos cabimento sobre a razoabilidade para que quem pratica o mal à sociedade possa se beneficiar graciosamente da liberdade prematura, pondo em risco, em muitos casos, a própria população, pelo aumento da insegurança, com a soltura imerecida, injusta e extemporânea de criminosos.
Diante de palavras agressivas e desrespeitosas dirigidas a mim por um senhor, recebi espontânea solidariedade do ilustre mestre Xavier Fernandes, que veio imediatamente em minha defesa, ao proferir palavras apropriadas em rechaço às acusações grosseiras e indevidas, nestes termos:Acabo de ler o infeliz comentário desse cidadão Filhinho Nivaldo Fernandes, que, francamente, dá pena! Desprovido de qualquer razão para fazê-lo, está claro e lógico que é movido pela paixão doentia alienante, o que explica muito bem a insensatez de quem não tem real isenção para discutir e debater um tema tão importante com a devida razão, raciocínio e equilíbrio. Estamos assistindo atualmente um desmonte das leis judiciais pondo em xeque ainda mais a segurança da sociedade civil organizada, quando a própria Justiça se autoflagela com viés corporativo que também protege "amigos" que infringiram as leis e por interesses escusos violam e quebram o cumprimento do que realmente está no código. Fazem manobras para escapar das condenações. E assim fazendo essa confusão na cabeça das pessoais e as ignorantes reagem assim. Então, meu dileto amigo, não leve esse comentário à sério. Trata-se de um cidadão em devaneio que desabafa uma frustação e mostra com palavras ásperas o seu inconformismo, que não aceita o contrário. Acha que devemos usar também a sua postura. Não vale a pena postergar. Continue sempre brilhante, inteligente em defesa das suas teses. Você está muito acima desse grosseiro e indelicado comentário... Meus parabéns pelo comentário e pela réplica.”.
Muito comovido e agradecido, por tão brilhantes argumentações, avalio que o inteligente e versátil professor Xavier Fernandes se houve como um dos melhores causídicos, que, por certo, nessa causa, ninguém teria condições de superá-lo, posto que a minha defesa foi feita com muita bravura e espírito de carinho ao meu trabalho literário, ao me defender com unhas e dentes, deixando-me na certeza de que estou no caminho certo, embora nunca tivesse dúvida quanto a isso, porque eu tenho me postado sempre com muito cuidando para respeitar o próximo e os princípios da escrita e da análise sobre os fatos da vida, em toda a sua dimensão, procurando aceitar, com naturalidade, como não poderia ser diferente, as críticas sadias e construtivas.
Fico feliz que você, prezado mestre Xavier, tenha me defendido nessas situações de tentativa de me intimidar por meio de palavras que jamais vão me atingir, principalmente com relação à crônica atacada que discorre sobre tema muito mais em tese e tem como cerne tão somente mostrar uma aberração de se conceder indiscutível e imerecido benefício a condenado, diante da sua índole perversa contra a sociedade, assim como tal declarado pela Justiça, à luz das provas constantes dos autos, o que não será diferente disso enquanto a sentença condenatória não for alterada ou anulada, porque a verdade é que a condenação precisa tão somente ser cumprida, sem essa de benefício por meio de progressão de regime, conquanto ainda não se fala em beneficiar quem realmente merecia, que seria, se possível, somente a vítima, que foi prejudicada, e não o agressor, que causou o mal tanto à vítima como à sociedade.
É muito estranho que, mesmo diante da evolução da humanidade, à luz dos conhecimentos avançados vindos em benefício da sociedade, ainda existem defensores de condenados e ainda falando em nome de Deus, que tem realmente poder para julgar o que seja certo ou errado, mas esquecendo do padecimento das vítimas, no caso, os brasileiros, que não tiveram chance de defesa.
Enfim, fico feliz e agradecido, por seu gesto de solidariedade e generosidade, mestre Xavier Fernandes, que é próprio das pessoas de grande coração carregado de amor ao próximo, que se arriscam e se encorajam em enfática defesa de causa justa e humana.
Meu muito obrigado.
Brasília, em 7 de outubro de 2019

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