Até ontem, estava faltando uma santa genuinamente nascida no
Brasil, quando se sabe que já existe o nosso representante masculino, o
paulista de Guaratinguetá, Santo Antônio
de Sant’Ana Galvão, conhecido anteriormente como Frei Galvão.
Com as graças de Deus, agora, temos também uma doce mulher de luz,
em forma de anjo bom, na sagrada constelação das almas santificadas, representada
pela Santa Dulce dos Pobres, que foi canonizada ontem, no Vaticano, pelo papa,
a quem são atribuídos centenas de milagres e aproximadamente quatorze mil
intercessões, em indiscutível comprovação das suas excelentes relações junto ao
Todo-Poderoso, que tem a chave para a realização dos bons acontecimentos
espirituais, ungidos e processados com a força da fé.
No Brasil, ao se falar o nome da Irmã Dulce, a baianinha generosa,
todo mundo a identifica imediatamente como sendo sinônimo de caridade e amor ao
próximo, porque a sua vida de caridade e amor foi trilhada por caminhos que
levaram ao cumprimento das obras de Deus, mediante a assistência aos
necessitados, em harmonia com os ensinamentos e princípios cristãos, de bem
servir ao próximo.
A Santa Dulce dos Pobres, nasceu em Salvador (BA), em 1914, em
berço de ouro, no seio de família abastada, mas decidiu, desde cedo, servir a
Deus, no acolhimento de pessoas doentes, famintas e excluídas da sociedade,
tendo falecida pobre na mesma cidade, em 1992, depois de dedicar a sua vida aos
doentes e mendigos das calçadas, manjedouras, carentes de pão e prece.
A vida religiosa da Santa Dulce dos Pobres junto a Deus começou
logo na pré-adolescência, quando, aos treze anos, ela “sentiu o chamamento
para ingressar em um convento”, em Salvador, mas foi impedida em razão da
pouca idade.
Ela teve a ideia de ir para Sergipe, cidade de São Cristóvão, onde
ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe
de Deus, tendo obtido a formação em professora, que demonstrava não gostar de
lecionar, e retornada a Salvador, depois de feitos os votos perpétuos e a
profissão de fé.
Nessa fase da vida, a cidadã Maria Rita de Souza Brito Lopes
Pontes já se chamava Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe e é o mesmo nome de
santa, acrescido de “dos Pobres”, ou seja, Santa Dulce dos Pobres, com o qual
será agora venerada nas igrejas e santuários, nas romarias, novenas e por onde
seu santo nome foi invocado, na busca da sua intercessão junto a Deus.
A bem da verdade, a sua santidade já poderia ter sido amparada com
fulcro tão somente nas importantes obras humanitárias que foram realizadas em
vida, diante da magnificência de quem foi só sacrifício, bondade, dedicação e
empenho e amor ao próximo, no atendimento de pessoas socialmente abandonadas e
desassistidas, que receberam dela o que se chama amor ao seu humano, em forma
de gestos de valorização social e humana.
Mas, para a Igreja Católica, em termos de mérito para se avaliar o
merecimento da santidade, é preciso que haja dois milagres realizados já no
plano espiritual, ou seja, à luz do bom senso e da razoabilidade, as obras
terrenas tão suntuosas e de relevância humanitária, na caso do que ela
fez, não teriam validade alguma para
esse propósito, valendo apenas os referidos milagres de natureza espiritual,
que realmente são importantes, mas, quem já foi santa na Terra, como foi o caso
comprovado da Santa Dulce dos Pobres, que nem precisaria provar mais nada para
entrar no reino celestial já com a áurea de santa, com todos os louvores e
honras.
Não
obstante, dois importantes milagres espirituais, por sua intercessão, entre
centenas de outros já catalogados e atribuídos à sua intercessão, foram
essenciais para assegurar a santidade da então Irmã Dulce.
O primeiro milagre atribuída à Santa Dulce dos Pobres diz respeito
ao estancamento de hemorragia de mulher que, ao longo de dezoito horas de
incontrolável sangria após o parto, teria sido desenganada pelos médicos, mas
um padre apareceu para visitá-la e lhe perguntou se ela acreditava que Irmã
Dulce poderia salvá-la. A resposta foi que sim e, segundo a mulher enferma, o
religioso clamou por sua vida e o sangue estancou.
O outro milagre da Santa Dulce dos Pobres tem relação com pessoa
deficiente visual, que não enxergava nada, por 14 anos, e que, certa vez, ele
pediu em pensamento para a Irmã Dulce lhe aliviar a dor do glaucoma e eis que,
segundo seu relato, verbis: “de um momento para o outro, passei a
enxergar normalmente”.
Afora esses milagres efetivos e marcantes atribuídos à Santa Dulce
dos Pobres, vários são os relatos de seguidores dela que tiveram seus pedidos
atendidos na via espiritual e que certamente eles não vão constar dos austeros
registros do Vaticano, mas, por certo, a voz do povo, que é reconhecida verdadeira
voz de Deus, constitui precioso registro de muitos milagres já contabilizados,
o que só aumenta a devoção à santa baianinha, que terá, por certo, uma legião
de ávidos admiradores indo, doravante, em direção ao velho Pelourinho, para
admirar a gigantesca obra deixada pela santa dos pobres e também dos não
pobres, porque pedintes de milagres existem em todas as classes sociais e
certamente a santa milagreira há de recebê-los carinhosamente no seu expediente
celestial.
Amada Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós!
Brasília, em 14/10/2019
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