A ex-líder do governo no Congresso Nacional, uma
deputada federal por São Paulo, afirmou que o envolvimento do Palácio do
Planalto na articulação frustrada, no primeiro momento, para destituir o
deputado da liderança do PSL, na Câmara dos Deputados, e pôr no cargo o
deputado federal filho do presidente da República evidencia-se "irregular"
e "imoral".
A referida parlamentar afirmou que "Você
não pode usar a estrutura de um palácio, do Executivo, para interferir em outro
Poder. É absolutamente irregular. É absolutamente imoral. Não se pode fazer
isso".
Segundo
a deputada, o movimento envolveu um "grupelho" e "algumas
pessoas que foram realmente pressionadas" em prol do deputado filho do
presidente.
As
declarações foram feitas numa transmissão no YouTube, onde ela rebateu
acusações de ter traído o presidente, tendo afirmado que "Eu defendo o
presidente da República. Continuarei defendendo, mas não posso defender
moleques que têm atrapalhado esse País", fazendo alusão direta aos
filhos do presidente.
Durante
a transmissão, a deputada também fez duras críticas aos filhos do presidente do
país, quando afirmou que "Todas as grandes crises envolvendo mandato de
Bolsonaro têm os filhos envolvidos.".
Impende
se ressaltar que a mencionada parlamentar foi destituída da liderança do
governo no Congresso em meio à implosão do partido, que ainda passa por enorme crise
interna.
A
situação da deputada ficou insustentável após ela ter assinado lista de apoio à
permanência do deputado na liderança do partido na Câmara, que depois veio a
ser destituído pelo filho do presidente.
É
preciso que a verdade seja, finalmente, dita para que a nação não tenha dúvida
de que os filhos do presidente do país já deveriam ter sido calados há muito
tempo, ficando proibidos de se manifestar senão com relação às suas atividades
parlamentares, sem sequer mencionar que eles têm pai-presidente, porque este
exerce, no momento, o cargo de mandatário do Brasil, que não tem nada com a
atividade do lar, inerente à paternidade, que é outra coisa completamente distinta
e não pode se confundir em momento algum, nem se misturar, à luz dos princípios
do bom senso e da razoabilidade.
Só
pelo fato de ser família profissionalizada na política, algo extremamente
inusitado na história da República, em que o pai é presidente do país, um filho
é senador, outro é deputado federal e ainda tem um deputado estadual, isso
demonstra indiscutível promiscuidade com a coisa pública, dando a entender,
salvo melhor juízo, que essa profissionalização não é nada construtiva nem benéfica
para o interesse público, porque já está mais do que comprovado que os insensatos
filhos imaginam, a todo instante, que o governo é o lar deles, tendo o direito de
se meter onde eles não têm nem afinidade e muito competência para opinarem sobre
os assuntos que precisam ser tratados e resolvidos diretamente pelo pai, no
âmbito da Presidência da República.
Ou
seja, como os filhos já demonstraram que não tiveram, no berço, como devia,
orientação e instrução suficientes, o Palácio do Planalto passou a ser a
verdadeira casa da “Mãe Joana”, em que os filhos do presidente se acham no
direito de ter exclusivo assessoramento ao lado do gabinete do presidente, a exemplo
do denominado “gabinete do ódio”, onde funciona pessoas indicadas por um dos
filhos do presidente para darem orientações estapafúrdias e até despropositadas
para o pai dele, conforme foi amplamente divulgado na mídia.
Por
seu turno, tem sido useiro e vezeiro, os filhos do presidente fazerem
declarações bombásticas à nação, fazendo as vezes de porta-voz do Palácio do
Planalto, justamente para colherem o sentimento da opinião pública sobre o tema
certamente do interesse do governo, que não se digna a tratar dele diretamente,
por temer a reação nem sempre favorável ou do agrado do pai.
A
reação da deputada que se insurgiu contra as inadmissíveis presepadas protagonizadas
pelos desastrados e trapalhões filhos do presidente do país, conforme ficou evidente
no primeiro episódio da tentativa de substituição do líder do partido na Câmara
dos Deputados, deixa muitíssimo cristalino o sentimento da expressiva maioria
dos brasileiros sensatos.
Na
verdade, os brasileiros, que primam pelo bom senso e pela razoabilidade, entendem
que essa promiscuidade de interesses existentes na família trapo já deveria ter
sido eliminada há bastante tempo, para o bem deles próprios e do país, em clara
demonstração, principalmente, da necessidade do aperfeiçoamento dos princípios democrático e
republicano, tendo em conta que é preciso que cada membro da família apenas
exerça o cargo para o qual tenha sido eleito, observando rigorosamente a liturgia
e a finalidade institucional dele, como forma de contribuição positiva e
efetiva ao bem do Brasil e dos brasileiros.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de outubro de 2019
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