quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Título ideológico?


Na crônica sob o título “Regressão da história”, foi dito que a concessão do título honorífico de cidadão de Paris ao ex-presidente da República petista jamais teria acontecido se o órgão que faz as vezes da Câmara de Vereadores da “Cidade Luz” tivesse avaliada a real situação moral do agraciado.
Fica patente que não foi levada em conta o seu deplorável histórico policial e judicial do momento, o que certamente seria inviabilizada a concessão do título tão representativo, eis que, normalmente, por questão de princípios, seus agraciados são cidadãos de conduta ilibada e de caráter imaculado, que sempre servem de modelo de honorabilidade para as gerações, o que não é nem de longe o caso do político brasileiro, que se encontra encarcerado, justamente por ter sido condenado pela Justiça, pela prática de crimes contra a administração pública.
Diante desse fato, o sempre atento e inteligente professor Xavier Fernandes, como sói acontecer, se manifestou dando a sua abalizada opinião sobre esse assunto, cujo texto está vazado com o seguinte teor: “Caríssimo conterrâneo Adalmir, o seu comentário me deixou surpreso, ao saber desse evento que a Câmara de Vereadores de Paris está patrocinando, ao outorgar ao ex- presidente presidiário corrupto um título de quê mesmo? Acho que Paris, acaba de perder a elegância, o estilo rebuscado de educação refinada e passa a ser uma trincheira de defesa ao descalabro, quando não tem a mínima noção do quanto está fazendo, desafiando a moral, o respeito e o caráter de uma nação inteira. Das duas, uma, ou não conhecem essa história ou estão tornando-se ridículos. Quando nada que o corrupto fez justifica essa comenda extemporânea. Que base tem esse título? Uma vergonha para Paris e para a França! Uma chacota com os milhares de brasileiros que expurgaram o partido do Lula e repudiaram os seus feitos danosos que levaram toda essa situação difícil que o Brasil vive atualmente, com mais de 13 milhões de desempregados, a economia arrasada, a corrupção instalada em todos os setores dos serviços públicos, deixando o país numa posição bastante complicada, pois o homenageado de Paris continua preso com mais de uma dezena de denúncias e processos para responder. Não há nenhuma razão para essa comenda, a não ser a provocação e o insulto ao bom senso de milhões de brasileiros que reclamam e sentem na pele o grande prejuízo econômico patrocinado por ele. Pelo futuro do cidadão parisiense. Com certeza, essa é ama situação por demais vexatória. Dá até para rir dessa insensatez! A que nível foram rebaixados os cidadãos parisienses honrados! Que interesse há para essa atitude? A Câmara Vereadores de Paris na contramão da história. Contudo, o título é deles. Eles podem dar a quem quiser, até mesmo a Lula.”.
Realmente, nobre Xavier Fernandes, à luz do bom senso e da racionalidade, somente há justificativa plausível para homenagem tão despropositada como essa à luz da explicita e da despudorada exposição do sentimento ideológico da esquerda, que vem demonstrando, nos últimos tempos, a banalização do desprezo aos sagrados princípios da ética e da moralidade.
O exemplo bem notório também vem acontecendo no país tupiniquim, em que a esquerda acompanha a desgraça tomando conta, de forma avassaladora, da Venezuela, envolvendo de roldão a sua população, que vem sendo destroçada e até dizimada por meio de atos de atrocidade, crueldade e desumanidade, mas, mesmo assim, ela continua empunhando a bandeira do socialismo, como sendo o regime ideal para a satisfação do ego de seus simpatizantes, infelizmente, muitos dos quais ensandecidos, não importando o que fazem ou o que praticam de ruim seus líderes, tanto naquele país como aqui no Brasil, conforme mostram os exemplos de apoiamentos às práticas contrárias aos princípios da ética e da moralidade.
No Brasil, por exemplo, importante empresa pública, comandada pelo governo, quase foi à bancarrota, no caso da Petrobras, por vontade de governos da esquerda, conforme ficou mais do que comprovado pelas competentes investigações da Operação Lava-Jato, tendo por propósito maior o desvio de recursos públicos destinados, entre outros fins escusos, à compra da consciência de congressistas, para garantir apoio aos projetos de governo da manutenção no poder e na sua perpetuidade, além da absoluta dominação das classes política e social.
A despeito disso, o rebanho de idólatras da esquerda só aumenta a sua paixão pelas lideranças que patrocinaram a destruição da economia e da moralidade brasileiras, justamente porque eles têm interesse mesmo é na valorização do seu ópio da ideologia demandada do falido e retrógrado regime socialista, independentemente de qualquer sentimento, inclusive dos princípios da moralidade e da dignidade, que têm tudo a ver com as atividades dos homens públicos, que, não se conduzindo sob o norte da ética e da moralidade, não possuem condições morais para representar nada, menos o povo, evidentemente em se tratando de país com o mínimo de seriedade e consciência cívica.
É pena que a cidade maravilhosa de Paris tenha decidido prestar esse gesto de solidariedade ao político brasileiro, que realmente tem como forte índole o amor ao social, mas isso não o faz imune a responder por seus atos questionáveis na vida pública, diante do primado segundo o qual o homem público tem o dever de prestar contas sobre seus atos, enquanto estiver em atividade na vida pública, sendo que alguns atos praticados pelo ex-presidente correspondem consequentemente à necessidade de prestações de contas à sociedade, que não foram devidamente comprovadas, em termos de regularidade, razão natural da sua condenação pela Justiça, não merecendo qualquer homenagem, enquanto não comprovar, por conta pessoal, a sua imaculabilidade.
À toda evidência, não se trata, no caso, da concessão de título na essência e na normalidade do mérito, indiscutível e inquestionável, onde são avaliados os requisitos próprios e inerentes e à honorabilidade realmente a merecer o homenageado, onde, em hipótese alguma, teria cabimento, à luz dos princípios éticos e morais, a sua outorga a quem se encontra preso, cumprindo pena por comportamento contrário ao conceito sagrado de imaculabilidade na vida pública.
Fora de dúvidas, o questionado título permite a ilação segundo a qual o sentimento ideológico, em tese, permite que seus seguidores não estão presos aos rigores do purismo para a prática de atos na vida pública, sendo natural que eles possam acontecer à revelia dos princípios da ética, moralidade e dignidade, em que a única explicação para tanto é a de que não precisa haver preocupação alguma com a observância de qualquer princípio, evidentemente sob a égide da ideologia comum, a justificar tudo.  
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 9 de outubro de 2019  

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