A
cidade de Paris, França, decidiu conceder o título de cidadão honorário ao
ex-presidente da República petista, preso desde abril de 2018, na Superintendência
da Polícia Federal, em Curitiba (PR), pela prática dos crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro.
A
notícia foi informada pelo o jornal francês Le Figaro, dando conta de
que o Conseil de Paris, uma espécie de Câmara de Vereadores, fez o pedido para
a prefeitura da capital francesa, com base na luta política do petista pelos
direitos humanos, justiça social, proteção do meio ambiente e por seu
compromisso de reduzir a “desigualdade social e econômica”, no Brasil.
Segundo
a justificativa da prefeita de Paris, esse compromisso “permitiu que quase
30 milhões de brasileiros escapassem da pobreza extrema e acessassem direitos e
serviços essenciais”. em comunicado, após votação favorável dos
representantes do conselho da cidade.
Em
nota, a prefeita da capital francesa ressalta que esses são “valores
guardados pela cidade de Paris e que colocaram o político em perigo pelo seu engajamento.
Lula é conhecido por sua política proativa de combater a discriminação racial
particularmente acentuada no Brasil”.
O
texto ressalta que, por meio da pessoa do ex-presidente, “todos os
defensores da democracia no país são atacados”.
O
petista governou o Brasil entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010 e se encontra,
atualmente, encarcerado, cumprindo pena de prisão de oito anos e dez meses.
Conforme
determina a legislação penal, o ex-presidente já cumpriu um sexto da pena e
deve progredir para o regime semiaberto, bem mais brando, permanecendo integralmente
mantida a pena inicial aplicada pela Justiça.
Como
é bastante compreensível, o petista vem negando as acusações que lhe foram
feitas, sob a alegação de que é inocente, embora a robusteza das provas constantes
dos autos conspire pesadamente sobre seus ombros, não tendo ele logrado êxito
em nenhuma instância, quanto à sua alegada imaculabilidade.
É
preciso repudiar, com veemência, a afirmação inverídica, mentirosa, sórdida e
tendenciosa de que, em razão da defesa do petista, “todos os defensores da
democracia no país são atacados”, dando a entender que há ataques
generalizados aos seguidores do político e os demais brasileiros não são defensores
da democracia.
Como
se vê, trata-se de declaração extremamente infeliz, por atacar, de forma desrespeitosa
e atrevida, a maioria absoluta dos brasileiros, quando estes são verdadeiros e
autênticos defensores da democracia, eis que foram aqueles que resolveram banir
do governo, na última eleição, partidários e defensores dos esquemas de
corrupção lamentavelmente implantados no Brasil, tendo por finalidade a
perpetuação no poder.
Não
há a menor dúvida de que é plenamente inaceitável afirmação descabida e injusta
contra a maioria dos brasileiros, diante da cristalina realidade dos fatos, que
falam por si sós, em reafirmação da verdadeira democracia, que é antídoto de
governos malversadores de recursos públicos, a exemplo do mensalão e do
petrolão, escândalos estes devidamente confirmados pela Justiça, cujos desvios
do dinheiro público não foram assumidos por absolutamente ninguém, até o presente
momento, embora, em termos da democracia que tanto se alega, haveria de se
pronunciar os culpados pelo o que de ruim houve na história da roubalheira
brasileira, considerando que a verdade tem tudo a ver com o princípio de democracia.
Nessa
mesma linha de insensatez e insensibilidade, causa espécie que a tão evoluída Câmara
de Vereadores de Paris tenha aprovado o honroso título de cidadão honorário de
Paris a ser concedido ao ilustre político brasileiro, tendo por base relevantes
serviços prestados por ele, há mais de nove anos, conforme descritos acima, o
que realmente eles têm enorme relevância social e humanitária, a despeito de fatos
outros que posteriormente vieram à lume, mostrando outra face histórica do
homenageado, que foram deixados à margem, a exemplo da atual situação dele, que
fora condenado pela Justiça brasileira, por crimes gravíssimos contra a
administração pública e a humanidade, conforme devidamente comprovada a
materialidade dos fatos denunciados, na forma da lei.
Diante da sólida cultura e da avançada civilização
francesa, é evidente que causa enorme surpresa que ilustres representantes dos
munícipes parisienses tivessem posicionamento visivelmente na contramão da
história moderna, ao aprovar o agraciamento do título nobilitante de cidadão
parisiense a político brasileiro visivelmente em decadência moral, por ter sido
condenado pela Justiça, por crimes contra a administração pública e a sociedade
e ainda se encontrar preso, o que demonstra, com muita clareza, a incongruência
da medida, porque ela não se harmoniza exatamente com a realidade dos fatos, os
quais, por questão de princípios e justiça, deveriam ter sido avaliados para a
concessão de título da maior relevância mundial.
A verdade é que esse gesto de reconhecimento público,
à luz da razoabilidade, somente tem adequado cabimento para homenagear figuras
proeminentes, que possam servir de modelo de honorabilidade pública incontestável,
o que não é o caso do nobre político brasileiro, conforme demonstram, na
atualidade, sentenças proferidas pela Justiça pátria, em condenação às reprováveis
atitudes dele, em cristalina dissonância com os saudáveis princípios da ética, dignidade
e moralidade e isso é fato inegável da realidade, que o homenageado não conseguiu,
em momento apropriado, provar em contrário, embora não se canse de defender a
sua inocência, o que é mais do que natural, nas circunstâncias.
É
evidente que, se sopesados os fatos da atualidade, em termos de moralidade
pública, jamais uma prefeitura digna e honrada seria capaz de chancelar título
de tamanha nobreza a pessoa que, no presente momento, se encontra sem as
mínimas condições para ser homenageada, diante de a sua imagem de presidiário
contribuir para denigrir o prestigio a que ostenta, por certo, o honroso título
de cidadania parisiense, em que pese o agraciado se considerar inocente, mas ele
não conseguiu materializar e comprovar isso perante a Justiça brasileira.
Ou
seja, ao que tudo indica, o agrado ao político brasileiro veio extemporaneamente,
quando a sua honra pessoal se encontra inegavelmente em plena decadência moral,
fato este que, ao que se infere, ainda não chegou ao conhecimento dos edis
parisienses, porque a avaliação sobre o mérito do homenageado não levou em conta
o seu deplorável histórico policial, o que certamente seria inviabilizada a
concessão do título de cidadão parisiense, eis que, normalmente, por questão de
princípios, seus agraciados são cidadãos de conduta ilibada e caráter imaculado,
que servem de modelo para as gerações.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 6 de outubro de 2019
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