quinta-feira, 7 de maio de 2020

A vida em primeiro plano


A descrição do caso a seguir tem como objetivo mostrar às pessoas que é preciso encarar o coronavírus com o máximo de respeito, no sentido de acreditar que não compensa zombar ou desprezar o seu poder letal, por apenas imaginar que ele inexiste e é inofensivo, mas a sabedoria dos homens diz que seguro morreu de velho.
Pois bem, uma comerciante, do ramo de vidraçaria, de Santa Rita, em João Pessoa, Paraíba, sempre defendeu o funcionamento normal do comércio e chegou a zombar do "fique em casa", tendo desobedecido à orientação do governo nesse sentido.
Agora, ao contrário, ela acaba de gravar vídeo com a finalidade de orientar às pessoas que cumpram rigorosamente o isolamento social, para se protegerem contra a pandemia do novo coronavírus, diante do fato de que o seu marido, de 57 anos, ter morrido por causa do Covid-19.
Embora antes tivesse sido forte defensora do funcionamento do comércio e crítica do isolamento social, agora, ela faz veemente alerta à população e implora que todos fiquem em casa, evidentemente diante da fatalidade de ter perdido o seu ente querido, exatamente para quem ela nem temia.
A comerciante relatou que, "Há 15 dias, eu escutava essas palavras ‘fique em casa’ e até cheguei a zombar. Cheguei na loja e fiz um vídeo dizendo ‘fique em casa, mas quem vai pagar nossas contas no final do mês?’. Hoje eu digo, 'fique em casa'".
Após a morte do marido, ela fechou a sua loja e foi para à granja da família, junto com o filho do casal, de 10 anos, esperando que tudo volte à normalidade.
A comerciante disse que o seu ex-esposo tinha diabetes e doença cardiovascular, ou seja, ele pertencia ao grupo considerado de risco perante o coronavírus, ao qual se incluem também os bravos idosos.
Ela disse que "Essas palavras 'fique em casa' são muito pesadas para mim hoje, porque eu não fiquei em casa, meu marido não ficou e infelizmente faleceu. Ontem eu senti o peso delas mais ainda, quando cheguei em casa e meu filho olhou para mim: 'mãe, você salvou meu pai?' e eu apenas disse que não.".
Ela chegou à conclusão, em tom de lamentação, de que "Esse vírus humilha os seres humanos, porque ele nos faz sentir inválidos diante da situação. Nem um 'Pai Nosso' deixaram eu fazer para ele".
Infelizmente, esse triste acontecimento tem o condão de mostrar, com precisão, o quanto o homem ainda é frágil diante do invisível, que tem poder bem superior à sua resistência orgânica, que é totalmente incapaz de impedir os efeitos perversos e maléficos desse vírus.
Diante desse fato bastante lamentável, não tem como se opor à sábia orientação de isolamento social, principalmente em localidade onde há notícia sobre a incidência, em especial nas capitais, onde há maior fluxo de turistas e pessoas de outras localidades, com enorme possibilidade de serem portadores do novo coronavírus.
Além do confinamento, convém que as pessoas também se protejam quando for preciso sair à rua, tendo o cuidado de usar máscara, evitar se aproximar de pessoas ou aglomerações, e usar o álcool gel ou sabão, para a assepsia das mãos, além de não ficar passando às mãos na cara, constantemente.
Enfim, infelizmente foi preciso que acontecesse duro e pesado exemplo, no âmbito da família, para que essa senhora se dobrasse à realidade mais do que cruel e dolorosa, conforme mostram os fatos, que, querendo ou não, é uma forma de lição que precisa ser levada em conta, por tratar-se de situação real, que precisa ser mostrada como exemplo a ser evitado.
É preciso que os brasileiros compreendam e se conscientizem de que o esforço de todos, com o fortalecimento da campanha “fique em casa”, contribuem decisivamente para o salvamento de vidas, não valendo a pena se arriscar, acreditando que se trata de “gripezinha”, em triste e reprovável exemplo, porque os fatos estão provando justamente o contrário e, às vezes, o fim pode ser o pior possível.
Cuidem-se, em prol da preservação da vida, que é preciosíssima, mas a deficiência de imunidade pode a tornar extremante frágil ao contágio com o vírus letal.
O bom senso diz que fiquem em casa e se projetam ao máximo, em respeito aos ainda imprescindíveis isolamento social e outros cuidados essenciais.
Brasília, em 7 de maio de 2020

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