O Facebook publicou, na minha página, uma crônica que eu escrevi sobre o casarão do Sitio do Canadá, no ano passado, e, ao vê-la, tive a ideia de elaborar o texto a seguir.
Faz
um ano que escrevi a crônica que encabeça e acompanha as lindas fotografias do
casarão do saudoso Sítio Canadá, meu carinhoso berço, que Deus teve a
generosidade de mim dá o principal e primeiro presente da minha vida, fazendo
com que a abençoada "cegonha" resolvesse pousar e me deixar nesse
lugar mágico, maravilhoso e cercado das perfeições divinais, onde tudo era
fantástico e eu fazia parte desse paraíso terrestre, com o direito de usufruir
todo o seu encanto.
É
evidente que eu não teria a mínima noção de ter sido superprivilegiado por Deus,
para viver na companhia de pessoas excepcionais e encantadoras, como meus
saudosos país Vaneir e Dalila (depois eles foram morar na cidade), mas eu
ficava sempre com o carinho e o aconchego de meus amáveis avós Juvino e Úrsula,
cuja corte se completava com as queridas tias Ritinha, Terezinha, Maria da
Conceição, Ana, Lourdes, Maria Francisca e Corrinha.
Ainda
tinham os tios Raimundo, Chico e Geraldo, por pouco tempo, mas eu me lembro do
convívio com eles também.
Tinha
ainda a companhia de madrinha Susete, beata de primeira hora, que levara o
tempo com o terço à mão, em linha direta, na sua internet imaginária, com Deus
e os santos, sempre a orar.
Se
eu me referi ao paraíso terrestre, é porque o casarão era apenas uma parte do
importante conjunto dele, sendo que os demais elementos desse impressionante e
especial jardim eram compostos pelo belíssimo sítio, de inigualável
fertilidade, onde sobressaía a exuberância de frutas variadas e saborosíssimas,
as mais deliciosas e autênticas possíveis, como a manga, o caju, a goiaba, a
banana, o araçá, a pitomba, o limão (esse é exceção, por óbvio), a jaca, a
pinha, o abacate, a graviola, a cana-de-açúcar (essa é planta), entre outras
que nem me lembro mais.
O
açude era outro ponto alto do éden, com as águas límpidas, doces e abundantes,
o qual permanecia sempre com muita água, entrava e saía ano, que nunca secava.
O
açude tinha uma das maravilhas que permitia os gostosos e demorados banhos, com
o desfrute dos nados e mergulhos sobre saltos, com o auxílio de pedra, ou seja,
os saltos se davam de cima de pedra.
As
pescarias no açude, com fartura de peixes, eram feitas periodicamente e o resultado
do pescado era distribuído em parte para os proprietários.
Lembro-me
que eu ficava olhando, do sobrado, para as suas águas, contemplando a imensidão
da sua beleza, vendo o reflexo do sol sobre elas, que formavam bonitas ondas
com o vento.
Completando
essa obra divina, tinha a magia do engenho, que anualmente se movia para a
produção da rapadura, da batida, do alfenim, além dos inesquecíveis mel e
garapa, com a doçura vinda do sítio, de farturas mil.
Vou
parar aqui, porque essa breve descrição fez meus olhos se encherem de lágrimas,
que foram interpretadas por mim como o sentimento de muita saudade de maravilhosos
tempos da minha rica e bela infância, no aconchego do inesquecível casarão do
Sítio Canadá.
Saudades!
Brasília, em 6 de maio de 2020
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