quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Basta de incêndios na floresta

         Vem circulando, nas redes sociais, mensagem com o seguinte teor, verbis: “O cara mora no Brasil e torce para Joe Biden que disse que vai reunir o mundo contra o Brasil. Parabéns, você é um OTÁRIO.”.

Com o devido respeito a quem concorda com essa mensagem absolutamente genérica, possivelmente fora de contexto, sob a ideia de que, a rigor, certamente ninguém vai adotar medida contra o Brasil se o governo brasileiro provar que inexiste o fato objeto da retaliação cogitada.

Ou seja, ao se imaginar forma de punição ao Brasil é somente possível se realmente ficar caracterizada a negligência por parte dos órgãos governamentais, a ensejar o corte ou a suspensão da transferência de recursos para investimento precisamente nas áreas incendiadas, em que o governo, nesse caso, tenha se tornado omisso e permitido, com isso, a degradação da área afetada.

A verdade é que os fatos mostram que as florestas brasileiras estão virando cinzas e ainda têm muitas pessoas que acham isso engraçado, apenas acompanhando o governo se justificando a dizer que não é verdade que áreas queimadas sejam consideradas alarmantes, tendo em conta que nos anos tais e atrás houve maiores quantidades de quilômetros destruídas, como se isso fosse suficiente e resolvesse o impasse com a torrefação da floresta e da fauna brasileiras, que vem se transformando em cinzas, dia após dia e nada, absolutamente nada se faz de efetivo.

Acredito piamente que o governo brasileiro provando que preserva a natureza, na proporção dos cuidados preventivos adotados e de conservação e proteção desejáveis, em razão da adoção das necessárias medidas, que são suficientes para a contenção dos incêndios, não há, certamente motivo algum para se preocupar com que ninguém teça críticas ou faça ameaças, porque elas não passam de bobagem, porque são refutáveis pela evidência das corretas políticas colocadas em prática, à prova de incêndios.

Até há poucos dias, o noticiário das principais páginas dos meios de comunicação focava nas preocupantes queimadas, com a indicação de incêndios exagerados e isso, para o meu sentir, não condiz necessariamente com as condições da normalidade que se espera para a preservação das florestas brasileiras, porque isso é evidência cristalina de que pode ter havido brutal descuido quanto às medidas preventivas para se evitar maiores danos a esse importante bioma.

Por seu turno, não é possível se entrar no mérito sobre o fato de alguém estranho ao Brasil puder fazer ameaças e críticas sobre possíveis retaliações ao Brasil, que somente têm cabimento na forma de suspensão ou corte do repasse  de recursos para a aplicação na proteção das florestas, mas não há qualquer margem de dúvida de que o governo brasileiro tem o dever primacial de adotar todas as medidas preventivas para se evitar os incêndios, salvo aqueles inevitáveis.

Diante desses fatos, convém que seja preciso se avaliar caso a casa, para o fim de se ponderar com a devida precisão sobre eles, porque a generalização pode não ser o caminho mais prudencial, principalmente nesse polêmico episódio dos incêndios, em que os governos jamais demonstram interesse na priorização ao seu efetivo combate, porque, se houve vontade política, certamente que as queimadas seriam insignificantes e não despertariam a preocupação do mundo.

O certo e isso não chega a ser novidade, é que o governo somente age quando a situação se torna alarmante e fora de controle, e ainda quando denunciado pela imprensa internacional, em especial, fato este que só reforça as suas incompetência e negligência, que são disseminadas mundo afora.

Certamente que, se realmente houvesse eficiência no controle dos incêndios, por meio da adoção de medidas adequadas e permanente, com pertinência à sua gravidade, ninguém estaria tecendo opinião nem fazendo ameaças sobre nada, à vista dos cuidados e da necessária preservação das florestas brasileiras.

Os brasileiros esperam que os governantes se conscientizem sobre a premente necessidade da priorização de políticas de preservação e proteção das florestas brasileiras, com capacidade de somente atrair avaliações elogiosas sobre as suas condutas de principais cuidadores do bioma brasileiro, em estrita consonância com o seu dever constitucional e legal, ante a gigantesca importância de se evitar, o máximo possível, toda forma de incêndio.

Brasília, em 16 de dezembro de 2020  


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