O ex-presidente da República petista, condenado a quase trinta anos de cadeia, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mesmo assim se encontra temporariamente em liberdade, acumulou sobre seus ombros mais um processo penal, o quarto da série.
Nesse
caso, ele conta com a companhia do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, o fiel
operador da planilha “Amigos”, que era abastecida por propina cobrada junto às
empreiteiras, sobretudo a Odebrecht, e o presidente do instituto que tem o nome
do político, considerado o eterno faz-tudo, por, em tese, “lavar” cerca de 4
milhões de reais, recebidos indevidamente como se fossem doação ao seu instituto.
O
ex-presidente coleciona inquéritos, processos e condenações criminais como poucos
criminosos do país, mas, por incrível que seja, ainda mas insiste em se dizer a
“alma mais honesta deste País”, tendo a proteção e compreensão de certos
togados supremos.
A
defesa do petista repetiu a velha ladainha no sentido de que “é perseguição”,
a começar do primeiro juiz, vindo depois a substituta dele e, agora, o atual
titular da Operação Lava-Jato, sem contar os três desembargadores do TRF-4, que
ratificaram, por unanimidade, todas as condenações anteriores, o que mostra que
o político não é tão bonzinho, tão honesto e tão injustiçado assim como tenta apregoar
a defesa dele.
O
Brasil é o país que os políticos se envolvem, desavergonhadamente e com frequência,
em irregularidades as mais criminosos possíveis com dinheiro público e o atual
presidente da República, com a cara mais limpa ainda se vangloria em alardear
que eliminou o principal órgão de combate à corrupção e à impunidade, como se essa
medida representasse algo da maior importância no seu governo, quando ela
simplesmente representa atitude das mais lamentáveis que o administrador público
poderia anunciar, porque a extinção de órgão da importância da Operação
Lava-Jato apenas demonstra visível cumplicidade com o crime organizado e a
decadência dos princípios da moralidade.
À
vista de muitos crimes que precisam urgentemente ser esclarecidos, a exemplo
das rachadinhas, dos cheques depositados imotivadamente na conta da primeira-dama,
de muito dinheiro nas partes íntimas, de doações irregulares e muitas escandalosas
operações envolvendo movimentação de recursos públicos, não tem graça alguma o
mandatário do país propugnar, de maneira ingênua e infundada pela extinção daquele
órgão, que é considera a verdadeira parte boa e positiva da administração pública,
porquanto nada foi comprovado que fosse capaz de macular seus atos, ressalvadas
apenas alguns senões de natureza formal, sem qualquer reflexo nos julgamentos
em si, eis que as culpas pelos fatos denunciados constam devidamente
materializadas nos autos, mostrando a autoria dos delitos devidamente
investigados.
Enfim,
resta apenas se lamentar o atual estágio de mediocridade de muitos homens
públicos que acham absolutamente normais a liberdade de narcotraficante
transnacional, em gesto nobre e humanitário, a extinção do único e principal órgão
que investiga e condena à prisão e à restituição de dinheiro roubado do Estado
e tantas outras barbaridades que afastam para o espaço sideral possibilidades
de moralização do Brasil, tão empobrecido pela riqueza do lamaçal da corrupção
e da impunidade.
Brasília, em 26 de novembro de 2020
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