segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Os cuidados com a vacina?

 

Vem circulando, nas redes sociais, vídeo que mostra um cientista explicando que algumas vacinas que estão sendo fabricadas contra a Covid-19, no momento, podem contribuir para alterar o código genético humano, exatamente por falta da completa e definitiva avaliação sobre a sua eficácia nas pessoas, com a finalidade de saber se seus componentes têm condições de incorporar ou não material genético, de modo a influenciar a estrutura do organismo e, no futuro mais longínquo, aparecer sintoma mutacional decorrente da vacina.

Na concepção desse cientista, não há a menor garantia de que é impossível, agora, se ter segurança sobre a impossibilidade da alteração do código genético, porque isso pode se processar no organismo a longo prazo, depois de muitos anos, quando há a incorporação do material genético desconhecido, introduzido pela vacina, com poder de eliminar ou introduzir elementos genéticos, como, por exemplo, alguma substância que tem a função de evitar o surgimento de célula cancerosa e outros com poder para revolucionar a estrutura organizacional do ser humano, até mesmo com o que diz respeito à reprodução, onde os filhos poderiam herdar parte dessa transmutação genética adquirida da vacina.

Para esse cientista, algumas vacinas podem ser eficazes contra o Covid-19, mas não há absoluta certeza de que elas não possam mexer, geneticamente, com outros sistemas do organismo humano.

Ou seja, sem nenhuma comprovação científica, mas com base em mera ilação pessoal, o cientista tenta dá maior seriedade a tema que pode não passar de especulação motivada por mero sentimento pessoal.

Seria preferível que ele somente evoluísse com a sua ideia quando tiver certeza quanto à sua dedução, porque ela pode influenciar, de alguma forma, a opinião pública e contribuir para as pessoas deixarem de tomar a vacina, que é instrumental importante de imunização contra a Covid-19 e o seu descarte pela população pode prejudicar àqueles que acreditarem na formulação dele, que pode ser factível como também pode não ser.  

          Em se tratando de opinião que pode ter enorme repercussão na opinião pública, enviei o vídeo para um dos maiores infectologistas brasileiros, que, atenciosamente, me respondeu precisamente nestes termos: “Ouvi o áudio em consideração a você que certamente queria ouvir alguma opinião minha. Não comento posições radicais, extremistas, que a mídia deveria ter mais responsabilidade de não colocar essas entrevistas. Liberdade de expressão sim, irresponsabilidade não! Afinal esse cara pode ser um influenciador da rede social e prejudicar muitas pessoas. Aguardaremos cautelosamente o resultado responsável da produção de uma vacina segura; essa será a melhor notícia que teremos no decorrer da pandemia.”.

Eu disse que era exatamente isso o que eu queria.

Quando eu vi o vídeo, vislumbrei sobre a possibilidade de que a opinião poderia ser séria e equilibrada sobre questão bastante espinhosa e que envolve o interesse maior da humanidade.

Neste caso, é claro que se trata de opinião isolada, mas que pode ter o poder de influenciar a opinião pública, precisamente à ausência da manifestação por parte de autoridades públicas incumbidas de orientar a população sobre possíveis riscos advindos da vacina, exatamente quanto a possíveis efeitos colaterais gravíssimos, com a eventual alteração do código genético, aventado pelo cientista.

Na minha modéstia opinião, esse vácuo é extremamente prejudicial ao interesse da população, que normalmente fica à mercê de extremistas que se consideram os donos da verdade e ainda entendem que estão prestando importante serviço à humanidade, quando, na verdade, a insipiência sobre a vacina aconselha que seria conveniente que o cientista se mantivesse calado, no aguardo de informações precisas sobre possíveis efeitos colaterais, exatamente porque ele é a primeira pessoa a prestar informações sem base científicas.

É por demais lamentável a inexistência de entidades, em especial públicas, com seriedade e responsabilidade, em condições de mostrar e esclarecer, com base em elementos  científicos, as questões relacionadas com a vacina, como devem agir normalmente, nesse sentido, as nações evoluídas, sérias e responsáveis.

Neste particular, o governo consolida a sua completa omissão sobre situações importantes relacionadas com a pandemia do novo coronavírus, porque ninguém melhor do ele próprio para esclarecer os fatos e acalmar a população, por meio de informações abrangentes e completas sobre a situação pertinente à Covid-19, inclusive com relação à vacina, que é tão ansiada pela população, que precisa ser esclarecida sobre a plena segurança da vacina, inclusive sobre a negativa da possibilidade da alteração do código genético, por se tratar de tema da maior importância para a sociedade.

Brasília, em 14 de dezembro de 2020

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