segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

A antidiplomacia

O presidente da República, depois de transcorrido mais de mês da vitória do democrata presidente eleito dos Estados Unidos da América, ainda não o cumprimentou, para parabenizá-lo.

Há informações palacianas de que esse ato formal da diplomacia moderna, que vem sendo respeitado por verdadeiros estadistas, somente  será implementado depois que o Colégio Eleitoral americano se reunir para oficializar o resultado do pleito, com limite até amanhã.

Como se sabe, o democrata foi projetado, pelos meios de comunicação, presidente eleito dos Estados Unidos, em 7 de novembro, tendo derrotado o atual presidente republicano, que é ídolo do presidente brasileiro, que torcia pela vitória dele.

Acontece que o derrotado candidato republicano afirma, sem apresentar provas substanciais, ter sido vítima de fraude no processo eleitoral e, por força disso, ele vem resistindo a admitir que foi esmagado pelo democrata, nas urnas, tentando inclusive dificultar a transição de poder, que é praxe dos governantes civilizados e sensatos, para facilitar a continuidade administrativa do país.

O presidente brasileiro não só declarou ser torcedor do candidato republicano como encampou abertamente, sem também ter provas, as acusações do atual presidente americano, no sentido de que as eleições americanas foram fraudadas, em clara evidência de injustificável inconformismo com a vitória do democrata.

O presidente tupiniquim disse, em apoio ao candidato derrotado dos EUA,  que "Tenho minhas fontes que realmente teve muita fraude lá. Isso ninguém discute. Se foi suficiente para definir um ou outro, eu não sei".

Ao deixar de felicitar o democrata vitorioso, o presidente brasileiro se uniu a um pequeno grupo de chefes de governo sem compreensão diplomática, entre os quais se inserem os presidentes do México e da Russa, que preferiram ignorar as salutares práticas dos estadistas conscientes do seu cargo de principal representante do país.

O que não seria diferente, até mesmo como lição a esses presidentes omissos, os principais países do mundo enviaram suas congratulações ao presidente americano eleito pouco depois das projeções das redes americanas, porque isso faz parte de sadias e normais relações diplomáticas.

Vejam-se que até mesmo o líder da China, considerada a maior nação antagonista dos Estados Unidos, na arena global, telefonou para felicitar o democrata, cumprimentando-o pelo êxito nas urnas.

Nas relações internacionais, o envio de mensagens de felicitações após a eleição é ato meramente simbólico, mas a infeliz decisão do presidente brasileiro de ignorar, de forma deliberada e injustificada, o resultado eleitoral nos EUA tem sido interpretada como ridículo sinal de fidelidade ao atual presidente americano, por não condizer com as relações diplomáticas normais.

Não há a menor dúvida de que o inexplicável comportamento do presidente brasileiro é motivo a preocupar diplomatas e militares próximos dele, que temem que essa injustificável atitude antidiplomática possa servir para provocar o candidato democrata vitorioso, por denunciar possível prenúncio de relação nada amistosa logo com o futuro líder da maior economia mundial, que tem intensa relação comercial com o Brasil, tema que independe de ideologia, infantilmente nutrida pelo mandatário tupiniquim.

O estranhíssimo silêncio do presidente brasileiro, com relação ao resultado das eleições presidências norte-americanas, é prova inconteste de que a sua mentalidade político-administrativa se distancia bastante da realidade diplomática e isso pode até satisfazer o seu ego, a sua ideologia, mas certamente é essencialmente prejudicial aos interesses do Brasil, constituindo grave procedimento de indignidade no exercício do cargo, motivo a ensejar que os brasileiros repudiam sim tal procedimento anormal, para que ele se conscientize sobre a necessidade do exato cumprimento das funções para as quais foi eleito, de representar exclusiva e condignamente os interesses nacionais.

          Brasília, em 13 de dezembro de 2020 

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