Um especialista da Escola de Engenharia da
Universidade de Edimburgo, capital da Escócia, disse que as máscaras faciais
reduzem em até 99,9%, ou seja, praticamente 100%, o risco de espalhar as
gotículas capazes de transmitir a Covid-19, ao falar ou tossir, de acordo com
uma nova experiência de laboratório realizada com manequins e humanos.
Os pesquisadores declararam, na data de ontem, que
uma pessoa a dois metros de outra que tosse sem máscara será exposta a 10.000
vezes mais gotas desse tipo do que se estivesse usando uma máscara, cujo relato
dos estudos foi publicado na revista Royal Society Open Science.
O principal autor do estudo, que é especialista em
dinâmica de fluidos aplicados na Escola de Engenharia da Universidade de
Edimburgo, afirmou que “Não há dúvida de que as máscaras podem reduzir consideravelmente
a dispersão de gotículas potencialmente carregadas de vírus”.
Essa notícia é de suma importância para que seja divulgada
entre os brasileiros, porque ela deriva de experiência feita por cientistas que
estão interessados em proteger a saúde das pessoas, no sentido de apelar para a
necessidade do intransigente uso das máscaras, como maneira simples e sem nenhum
empecilho ou incômodo.
Enquanto há pessoas que se preocupam com a vida do
seu semelhante, a principal autoridade brasileira, sem o menor sentimento de
sensatez ou responsabilidade públicas, ao contrário, tudo faz para as pessoas não
se preocuparem com esse pedacinho de pano que tem importância capital na preservação
da vida humana, pela garantia de se evitar a contaminação do Covid-19, que é
feita pelo ar respirado.
Ontem mesmo, o presidente do país participou de aglomeração
com o povo e colocou criancinha no colo, todos sem usar máscaras, em clara demonstração
de que, se depender dele, ninguém precisa usar mais a máscara, cuja atitude
somente evidencia o extremo da insensibilidade e da irresponsabilidade, à vista
da imperiosa necessidade de proteção da sociedade.
Se o Brasil fosse um país com o mínimo de seriedade,
em termos de responsabilidade cívica, o presidente da República precisaria ser
severamente admoestado pelas autoridades incumbidas da execução das políticas
de saúde pública, considerando que ele, como a principal autoridade do país,
tem o dever de dar bons exemplos e ser o principal defensor do uso de máscara e
de fiel cumpridor de todas as orientações pertinentes ao combate da pandemia,
que tantos malefícios já causou aos brasileiros.
Nesse caso imperioso de alerta sobre as cautelas de
distanciamento dos perigos de infecção pela Covid-19, a exemplo do uso da
máscara, pouco importa que o presidente tenha entendimento diferente, porque ele
sabe o que pode acontecer consigo, mas ele não tem o direito de se eximir da responsabilidade
perante a sociedade, na qualidade de lídimo representante do povo, no preciso sentido
de que ele foi eleito justamente para atuar sempre em defesa do interesse
público e essa forma de proteção pode servir para se evitar muitas contaminações,
com consequente vidas salvas e protegidas.
É impressionante como a pessoa que se investe em
cargo público da maior relevância não consiga atinar para sentimentos tão
simples, que o seu egoísmo e a sua prepotência podem efetivamente contribuir
como péssimo exemplo, quando muitas pessoas tendem a interpretar o fato de o presidente
do país, que é tão poderoso e influente, não precisar usar máscara, então por que as demais pessoas são obrigadas a usá-las?
É deplorável que o Brasil, mesmo diante dos avanços
e das modernidades obtidos com os esforços da humanidade, ainda seja governado
por pessoa que prefere ignorar, sabe-se lá por quais motivos, comezinhas regras
de civilidade, que poderiam contribuir para se evitar muitas perdas de vidas
humanas.
O mais grave disso é que essas terríveis teimosias,
omissões e irresponsabilidades não têm o poder de gerar, no presidente, o mínimo
sentimento de culpa nem de desumanidade, porque são exatamente esses atributos,
entre outros, que se inserem nas pessoas que têm o dever de praticar o bem, mas
decidem, deliberadamente, ou seja, conscientemente, seguir a orientação contrária,
em detrimento do bem-estar da sociedade.
Urge que o presidente da República se conscientize
de que, como pessoa física, cidadão, ele usufrui de plenas liberdades para
decidir normalmente da maneira que lhe aprouver, em termos de conveniência, porém,
como homem público, investido em cargo público, com a responsabilidade de
estadista, ele tem o dever constitucional e moral de se curvar aos ditames da
cartilha que se harmoniza com o dever de Estado, em estritos zelo e defesa do
interesse público, procurando ser o mais fiel possível no sentido de honrar a
representatividade do cargo de mandatário do país, para fazer exatamente as práticas
corretas e saudáveis, de modo a mostrar à população os bons exemplos de
cidadania, como nesse caso específico do uso da máscara, em que ele, mesmo não
gostando, tem o dever de usá-la, por ser prática recomendada por cientistas,
ante a sua importância para se evitar contato com a Covid-19, que se traduz em
beneficio para os brasileiros.
Brasília, em 24 de dezembro de 2020
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