A
revista americana Time descreve o ano de 2020 como o "O pior ano
de todos".
Em
edição colocada às bancas, dias atrás, a publicação reconhece que a humanidade
já enfrentou outros momentos de muitas dificuldades na história, a exemplo das
duas guerras mundiais, mas entende que a maior parte da população é muito nova
e não viveu essas difíceis tragédias do passado, nem nada parecido com a
pandemia do coronavírus.
No
texto, que foi elaborado por escritora e crítica de cinema, consta que "Meu
trabalho como crítica de cinema é olhar os filmes e descobrir suas conexões com
o mundo e com nossas vidas. Se 2020 fosse um filme distópico, você provavelmente
desligaria depois de 20 minutos".
A
escritora afirma ainda que “a sensação de impotência foi a ameaça mais
debilitante deste ano e critica a postura do presidente americano Donald Trump
na condução da crise do coronavírus.”.
Ela
disse que, "Desde o fascismo nos anos 1930, não enfrentávamos tantos
acontecimentos anormais que foram distorcidos de forma tão flagrante por
liderança que é como uma aberração. Enfrentamos o indizível apenas para sermos
enganosamente assegurados de que não era nada demais".
Com todo
o respeito, em especial, à revista Time, por prestígio mundial, em
termos importantes reportagens, mas é até compreensível que o ano de 2020
poderia ser considerado, no máximo, um dos piores para a humanidade, diante dos
males causados pela terrível pandemia do novo coronavírus, que já matou e
continua mantando milhares de pessoas em todo o mundo, o que não deixa de ser
situação extremamente traumática, por se tratar de verdadeira tragédia incontrolável
contra a humanidade.
Além
dessa desgraça, a humanidade foi totalmente privada da liberdade, sendo obrigada
ao dificílimo isolamento social, que contribuiu para atravancar o progresso
socioeconômico, em todo planeta, além de outras imposições, em forma de prevenção.
Em síntese,
o Covid-19 foi capaz de travar os planos da humanidade e adiar muitos projetos
que há de ser realizados com o passar desse furacão que se tornou impossível de
ser tanto administrável como contornável, diante da sua imponderabilidade.
É preciso
se reconhecer sim que a pandemia bateu muito forte sobre a humanidade, mas, à
luz do bom senso e da razoabilidade, não tem tanto cabimento se dizer que a
população atual é nova e não viu nem passou os horrores das guerras, para se
afirmar que este ano foi o pior de todos, como se fosse preciso se viver e
sentir na pele para se saber que as terríveis maldades das guerras podem ser
superadas, porque análise nesse sentido não faz o menor sentido, em termos
meramente comparativos sobre fatos e situações completamente diferentes.
Há nesse
análise um tanto de ingenuidade, quando se sabe que a truculência e a crueldade
das guerras são inevitáveis, incontornáveis ou inadministráveis, por parte de
pessoas e governos, cujo resultado delas é a destruição total, sem a menor
possibilidade de salvação dos envolvidos, enquanto a pandemia do coronavírus
pode haver sábias e humanas medidas preventivas e gerenciáveis racionalmente,
mesmo com aceitável e norma sacrifício, que possibilitam resultados satisfatoriamente
em benefício da humanidade, embora sob privações necessárias à prevenção da
vida e controle de hábitos próprios das pessoas, mas tais imposições são bem
diferentes dos regimes advindos compulsoriamente das guerra, em que não há a
menor chance de sobrevivência, salvo em alguns casos, mas mesmo sob incessante
estado de precariedade de segurança da vida.
É bem
provável que a matéria completa tenha abordado situações outras, com mais
abrangência, falando não somente da tristeza das mortes, mas das crises decorrentes,
em especial com relação à econômica, que resultou em desemprego e das
manifestações naturais contra as medidas de isolamento social, objeto do
desagrado das pessoas, à vista da natural perda de liberdade de ir e vir, caso em
que também se verifica nas guerras, cujas prioridades são voltadas pra a produção
de armas e produtos bélicos.
É
evidente que, comparativamente aos anos modernos, o fadigado ano 2020 foi
disparado o pior de todos, que merece qualquer título com o sinete de
tragicidade, notadamente não falando somente para as pessoas que se foram, em razão
do contágio com a Covid-19, mas para as consideradas de idade e aquelas
possuidores de comorbidade, que foram castigadas pelo desagradável isolamento
obsequioso.
Sem
dúvidas, este ano de 2020 foi extremamente trágico, pela infelicidade da produção
de muitas mortes e pelos graves problemas causados à economia, que saiu dos
trilhos em todo mundo, propiciado enormes dificuldades para a humanidade, que
foi obrigada a paralisar e adiar compulsoriamente seus planos de vida.
Agora,
fora de dúvidas, quem viveu na Europa, nos anos de 1914 a 1918 e 1939 a 1945,
gostaria muito conhecer o paraíso existente no ano 2020, porque tem-se a escolha
de viver, apenas sob o maravilhoso sacrifício do isolamento social e outras orientações
apenas protetivas, mas nada comparável às “bombinhas” surpreendentes e incessantes
lançadas sobre o telhado das casas e as cabeças da população, para a atanazar terrivelmente
as suas tranquilidade e paz.
Enfim,
o pior ano da vida é aquele onde as pessoas não têm qualquer perspectiva de
vida, o que nada disso aconteceu para as pessoas que puderam contar com a possibilidade
de se cuidar e contornar os perigos causados pela Covid-19, fato este que
mostra que realmente o ano de 2020 foi extremamente lastimável, mas não pode,
em hipótese alguma, ser considerado o pior de todos, salvo para quem foi
acometido por esse vírus quase sempre letal e não resistiu ao seu poderoso impacto
somente comparável ao que aconteceu nas terríveis guerras mundiais, que tiveram
outras conotações próprias da crueldade humana.
Agora,
a humanidade vive momento de expectativa quanto à esperança de que as vacinas
tragam no seu bojo o poder milagroso da proteção contra a Covid-19, de modo que
a vida humana volte à normalidade anterior à tragédia que abalou e impactou às
atividades essenciais à sobrevivência do homem, que precisa urgentemente ser
recompensado com as belezas da liberdade em todos os sentidos.
Brasília, em 26 de dezembro de 2020
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