O presidente da República disse, em evento que tratava da vacina contra a Covid-19, que “Nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos desse mal. Se algum de nós extrapolou ou até exagerou foi no afã de buscar solução para um problema que nos afligiu desde o início.”, sim, acreditem, é verdade, ele disse exatamente isso.
Só que, diante do tanto que o presidente já
aprontou contra às orientações pertinentes ao combate à Covid-19, as aludidas palavras
parecem soar sem a menor validade, sem a mínima ressonância, à vista de
comportamentos contrários e desrespeitosos à dolorosa e à alarmante situação de
desastre já contabilizada contra os brasileiros, em especial, levando-se em
conta o preciso sentimento pelas perdas de preciosas vidas.
Só para desacreditar das palavras acima, no dia
anterior desse discurso, que soa muito mais em tom de demagogia, o presidente se
dizia contrário à vacina, ao bradar que “Não vou tomar, e ponto final”, deixando
claro que não tem sentimento de irmanado coisa nenhuma, mas sim contrário a isso,
fato que só evidencia explícita forma de insensibilidade.
É preciso sublinhar ainda, como importante
lembrança aos brasileiros, que antes disso, por muito tempo, o presidente vem
fazendo declarações, o mais que pôde, talvez com o propósito para se manter em
evidência na mídia, com a finalidade de minar a credibilidade e a confiança nas
vacinas, tornando mais difícil a importante tarefa de se levar pessoas, em número
substancial e expresso, aos postos de saúde, porque isso contribui para a criação
da chamada “imunidade de rebanho”.
O que se sabe mesmo é que a maior quantidade de pessoas
vacinadas fortalece o combate ao vírus, sob a compreensão de que ele vai deixar
de causar estragos, em termos de contaminação, quando houver mais gente
resistente do que suscetível a ele e isso, é evidente, depende da compreensão também
das autoridades públicas, no sentido mesmo do esforço de irmandade, na união em
prol de importante causa.
Nesses casos, acresce de muita importância a conscientização
das pessoas que têm a responsabilidade pela execução das políticas de saúde
pública, em especial pela saúde coletiva, a exemplo do presidente da República,
que deveriam se policiar no sentido de somente proferirem palavras compatíveis
com o incentivo à vacinação em massa.
Esse movimento com vistas à mobilização a favor da
boa causa não tem sido da simpatia do presidente, que esteve o tempo todo na
contramão das medidas e orientações pertinentes ao combate à pandemia,
mostrando claramente as suas insensatez e insensibilidade para com a causa de
suma importância para a vida dos brasileiros, que precisam acreditar em quem
demonstra amor no coração e a sua voz sempre foi em sentido adverso, quando, mesmo
discordando de algo, é preciso ter a compreensão de se manifestar somente para contribuir
para beneficiar e não para dividir opiniões.
A sugestão do presidente de se tentar encontrar saídas
não passa de medíocre senha capaz de mostrar a completa incompetência governamental
de lidar com a pandemia, à vista da total falta de iniciativa e gravíssima
intempestividade quanto à adoção das medidas necessárias à vacinação dos
brasileiros, porquanto muitas nações já começaram a imunização e o Brasil, por enquanto,
só consegue bater cabeças entre as autoridades, feitos baratas tontas, que não conseguem
vislumbrar coisa com coisa, deixando a população bastante perplexa e preocupada
sobre o resultado da evidente incompetência administrativa.
Na verdade, tudo o que está acontecendo quanto à imprecisão
na orientação e na coordenação e principalmente e à indefinição sobre o que já
deveria ter sido feito, há bastante tempo, tem como responsável o presidente do
país, por admitir que o principal órgão responsável pela execução das políticas
referentes à saúde pública esteja acéfalo e, sem a titularidade com competência
e conhecimento sobre as precisas medidas a serem tomadas, e isso não poderia
resultar em situação vexatória pior do que se apresenta a saúde pública, em relação
à incumbência das atribuições sob os cuidados do governo.
Diante do caos a que chegou a gestão da saúde pública
brasileira, conforme mostram os fatos, o governo precisaria ter a dignidade de
se declarar totalmente incompetente para cuidar da saúde pública, assumido em definitivo
a sua falta de compromisso público e o desmazelo perante a sociedade,
permitindo que as entidades civis entendidas e especializadas sobre o assunto
imunizante se encarreguem de cuidar das medidas impostergáveis e urgentes em
benefício da sociedade.
Pelo tanto de incompetência administrativa já
protagonizada pelo governo, certamente que os atos de omissão já teriam sido motivo,
em se tratando de nação com o mínimo de seriedade, em termos de competência político-administrativa, de responsabilização dos
envolvidos, em razão de tudo quanto de omissão e dos atos necessários que
deixaram de ser adotados em prol da saúde pública, no sentido da razoabilidade
em benefício da população, tendo em vista a suma importância que precisa ser
atribuída à vida humana, visivelmente prejudicada com as mortes já havidas e o
tanto de pessoas infectadas.
Certamente que esse triste quadro poderia ter sido bem
menos traumático se o governo tivesse sido apenas sensível à gravidade da
pandemia e cuidado das necessárias e capazes medidas preventivas de combate à
crise, quando se sabe que nada foi feito senão o necessário para não se caracterizar
a total omissão governamental, mas pelo menos ele não tem como se justificar de
não ter nomeado técnico competente e capacitado para cuidar do grave problema
da pandemia e isso é apenas imperdoável, sob a ótica da responsabilidade administrativa.
Em se tratando de pandemia, caracterizada por
epidemia generalizada de grave doença que afeta gravemente o sistema de saúde
pública, o bom senso aconselha que, necessariamente, por força dos princípios
da sensibilidade e da inteligência administrativas, o assunto fosse cuidado por
equipe técnico-especializada, com preparo e experiência suficientes ao caso,
com capacidade em condições de orientar o governo quanto à adoção das medidas
adequadas e necessárias ao combate da crise de que se trata, de modo a se
evitar o caos a que chegou o Brasil, que é fortemente criticado por se
encontrar estagnado na encruzilhada da incompetência, exatamente porque não quis
contar com assessoramento qualificado para orientá-lo como se evitar a cair no
atoleiro da saúde pública, onde ele, infelizmente, se encontra.
É evidente que, nesse caso da vacinação, a sociedade
vem sendo perversamente tratada pela insensatez que se apresenta por meio de manifestações
de desapreço à vida humana, a exemplo da última declaração do responsável pelo
órgão da saúde pública, que é militar sem especialização na área médica, por
ter tido a indelicadeza de afirmar, verbis: “Por que essa ansiedade,
essa angústia?, dando a entender que ele ignora, em harmonia com o princípio
da insensatez, a gravidade da pandemia do novo coronavírus, que já matou mais
de 180 mil brasileiros e continua a causar enormes estragos à população, fatos
estes que, por si sós, exigem urgência, urgentíssima, na adoça de todas as
medidas relacionadas com o combate à pandemia, inclusive no que diz respeito à vacinação.
Infelizmente, a atitude do general é apenas a confirmação
de que o governo se encontra apenas estendido nos corredores frios e em macas postas
dos hospitais assoberbados de doentes desatendidos pela falta não de recursos matérias,
pessoais e financeiros, mas sim da exclusiva indigência de vontade política e
de competência administrativa para tratar de assunto da maior complexidade e
responsabilidade, por envolver vidas humanas, que acontece precisamente no
momento errado e em circunstâncias inapropriadas, cuja consequência é a gravidade
da saúde pública dos brasileiros, que foi relegada à vala do brutal descaso.
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