domingo, 20 de dezembro de 2020

A inglória defesa da miséria?

 

Em crônica, eu disse que é preciso ficar muito claro que os socialistas brasileiros, os mesmos que “... defendem a classe trabalhadora, defendem os mais sofridos, pelas dificuldades da VIDA... são precisamente os que não têm o menor escrúpulo em se colocarem ao lado, em apoio e defesa da tirania impingida nos países comandados por trogloditas ditadores regidos pelo socialismo/comunismo, que são extremamente insensíveis aos princípios humanitários e declaradamente contrários aos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, conquanto esta é forte lição que fica para as pessoas cristãs, aquelas que não têm a menor consciência em defenderem tão antagônica filosofia que tem sido capaz de desdizer os lindos sentimentos de fraternidade e amor disseminados por quem somente pensava na valorização do ser humano.

Diante do meu texto, uma distinta e inteligente cidadã escreveu a seguinte mensagem: “Eu entendi seu texto bem explicado e com muita sabedoria que só vc sabe fazer, gosto muito de ler, tem uns que me recordo o tempo que estudava na infância e no colegial, lembro de muitas coisa. Fiz aquele comentário pq me simpatizo com Boullos e Herondina e as propostas deles são ótimas para os mais necessitados em todos os sentidos, todos nós sabemos que:... ‘Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça com desigualdade’. Veja que ponto a gente chegou, é crise atrás da outra, cada vez mais gente passando fome e nas ruas, desemprego nas alturas e preço dos alimentos nem se fala e só bastou a chegada de uma pandemia pra revelar o caráter e atitude do nosso Presidente que é péssimo... O puro fanatismo fez colocar ele no poder... E hoje o país está caminhando ao abismo que já está ficando inviável viver. O Brasil não esconde mais o caminho escolhido. Ignorância, miséria, mordaça, chamas, desemprego, milícias, fome, armas, fanatismo e desesperança. Para onde vamos? No fundo, todos sabemos, mas só alguns acordaram. Bom amigo, um abraço. Desculpe o comentário.”.

Em resposta às ponderáveis e respeitáveis argumentações, eu digo que, em absoluto, não há nada a que se desculpar no seu comentário, porque a senhora o fez diante de seus pensamento e sabedoria sobre os fatos da vida, que eu respeito muito, porque eles merecem a minha análise, não para contestá-los, mas para tentar me explicar pelo que afirmei acima.

          É preciso de entender que todo comentário é importante, em especial quando ele se origina de pessoa com a sua sabedoria, que tanto já me deu lições de vida, opinando sobre questões essenciais sobre os fatos da vida e contribuindo para novos textos.

          É bom que fique claro que não pretendo ser e mesmo que quisesse jamais seria o dono da verdade, porque esta pertence às pessoas, que a têm como princípio de vida e defendem seus valores.

Posso até ter viés diferente para enxergar os fatos do dia a dia e, certo ou errado, dizer montão de verdades ou mentiras, conforme a interpretação de cada pessoa sobre eles, mas sempre respeitando a inteligência dela, principalmente sob a ótica de um mesmo fato ser considerado excelente para alguns intérpretes, mas, ao mesmo tempo, horrível para outros.

Exemplifico, nesse caso em comento, em que eu também tenho a maior admiração pela nossa política conterrânea, que a elevo ao patamar dos grandes políticos nacionais e que ela muito dignifica a nossa terra natal, mas jamais nem por isso eu me convenceria a votar nela, exatamente por divergência de ideologia, por ela ser ultraesquerdista, que respeito normalmente, mas prefiro outra forma de filosofia política, não por ser melhor pensar assim, mas pelo direito ao pensamento próprio, no sentido de se estar bem comigo mesmo.

Em qualquer circunstância, mesmo que alguém seja defensor de determinada situação, tenho por hábito analisar o seu conjunto e o resultado da ideologia, eventualmente da esquerda, conforme mostram os fatos em comento, por exemplo.

Quanto a este, venho percebendo que a principal ideia defendida pela esquerda brasileira e de resto do mundo é a conquista do poder, a qualquer custo, e a perenidade nele, sobre a prevalência, em especial pela dominação das classes política e social, como bem demonstram os governos ditatoriais de países sob a égide do regime socialista.

Especificamente aqui no Brasil, não fosse a ganância das lideranças do partido que tanto tempo ficou no governo, neste século, a sua saída do poder somente aconteceu devido ao terrível escândalo, notadamente do petrolão, com as suspeitas do gigantesco desvio de recursos da Petrobras e outros fatos irregulares que ensejaram o afastamento da esquerda do poder.

Na minha diminuta concepção política, a ideologia defendida pela esquerda tem por essência o desenvolvimento social, que é realmente fórmula mágica importante para qualquer povo, mas somente isso não é suficientemente possível para a sustentabilidade econômica desse povo, quando a principal vertente capaz da geração do progresso socioeconômica é desfeita, que tem por base justamente a eliminação do capital, que é necessário aos investimentos nas grandes obras pública e privada, em condições de condicionar a normalidade da produtividade e do emprego para o povo.

Enfim, é possível que o sistema político de governo dependa muito do grau de instrução e esclarecimento do povo, que pode simplesmente se conformar com as pseudomelhorias de vida da população, em termos sociais, com desprezo aos investimentos capazes da geração e sustentabilidade dos meios de produção, e é exatamente a ideologia defendida pela esquerda, cuja concepção resultará, de forma inevitável no que é hoje a Venezuela.

Aquele país se encontrava em pleno progresso, na época do capitalismo, cuja guinada à degeneração socioeconômica aconteceu justamente depois da decretação do fim desse importante sistema, fato que evidencia, queira ou não, que nenhuma nação, nenhum povo, subsistem com a sua extinção, porque não há milagre econômico sem dinheiro e ainda mais quando ele é controlado por mãos incompetentes e corruptas, que são comuns no socialismo.

Diante disso, as pessoas precisam pensar que realmente "Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça com desigualdade" e tudo isso e muito mais grave e tenebroso são exatamente o que vêm ocorrendo nos países de regime socialista, onde inexiste a principal mola mestra da economia que faz manterem vivos a produção e o emprego, sob os poderosos respaldos do capital.

A conclusão disso tudo é que há muita lindeza na defesa dos princípios sociais, mas só isso não basta e faz o menor sentido prático, porque é essencial que haja também a defesa do que se pode ser chamada a “costela de Adão”, na fórmula mágica do capital, como elemento essencial aos investimentos em obras e produção, que são esteios do emprego indispensável à sobrevivência das pessoas, sem a necessidade das esmolas assistencialistas do governo, que são próprias dos países sob a égide do regime socialista.  

Brasília, em 19 de dezembro de 2020   

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