sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Em defesa do princípio humanitário

 

Defendi, em crônica, a fidelidade das propagandas eleitorais aos programas de governo em condições de factibilidade das medidas anunciadas neles, em caso de vitória do candidato, tendo condenado com veemência as pessoas que, infelizmente, ainda insistem em disseminar mensagens fantasiosas e mentirosas, bem distanciadas da realidade dos candidatos, em clara evidência da falta de honestidade que não condiz com o verdadeiro sentimento da política, que precisa ser realmente praticada por gente digna e merecedora de respeito.

Diane disso, uma distinta e sempre atenta conterrânea escreveu a seguinte mensagem, verbis: “O que precisa vencer no Brasil! É a honestidade vencer a corrupção com voto transformador de gente honesta, trabalhadora para mudar São Paulo e o Brasil tudo começa pelo povo. Os paulistanos tem que ter consciência votar em Boulos e Herundina. Eles defendem a classe trabalhadoras, defendem os mais sofridos, pelas dificuldades da VIDA ...Sou Nordestina... Torcendo Por Boulos e Herundina minha conterrânea.”.

A propósito do pleito eleitoral, deixei bastante claro não ter defendido nem acusado ninguém, em estrito respeito aos princípios democráticos e ao direito de cada cidadão se expressar, embora a maioria das pessoas faz avaliação sem a menor consciência sobre seus atos, ou seja, avaliam candidatos sem conhecer efetivamente a plenitude da sua verdadeira formação ideológica, como o que realmente existe nas cabeças dos seguidores da esquerda brasileira.

O texto em que me referi na crônica mostra a nítida falta de caráter de quem faz e dissemina programa e metas de governo que é indiscutivelmente inviável e isso significa, na prática, falta de caráter por parte de quem demonstra simpatizar pela vitória de candidatos com anúncio de programa mentiroso e tendencioso, destinado a enganar os eleitores.

Muitas pessoas se mostram bastante honestas, em declarar que votaria em determinados candidatos, porque, nas circunstâncias, eles defendem as classes dos trabalhadores e as dos mais sofridos, sem sequer se preocuparem em atentar para o seu real sentimento de democracia, como a defesa de regime socialista, onde o governante é brutamonte ditador, tirano, que comete as piores atrocidades contra o seu povo e isso não condiz com os princípios cristãos, ou seja, é muito importante que se valorize quem defende trabalhadores, sem descurar das demais defesas, porque estas são aquelas que conseguem martirizar o povo, a exemplo do que acontece na Venezuela, apoiada e defendida igualmente pelos mesmos candidatos que defendem trabalhadores.

Não há a menor dúvida de que é importante e preciso sim que as classes minoritárias sejam defendidas pelos políticos, porque elas pertencem à sociedade, em muitos caso, com menor poder de barganha e ainda com maior tendência para a fragilização de competividade social.

Agora, é importante que, na democracia, seja razoável que apareça também alguém para defender a classe dos empresários, porque somente existe a classe trabalhadora forte se tiver classe empresarial em condições de sustentabilidade econômica, para puder garantir empregos, produzir mais, pagar mais impostos e desenvolver o país, porque, ao contrário disso, há o deságue no regime socialista, defendido por tais candidatos, cuja ideologia não tem a menor conveniência para os brasileiros com a mínima consciência sobre o verdadeiro desastre que ela representa para a humanidade sadia.  

Muitas pessoas têm visão incompleta sobre os fatos da vida, deixando de enxergar o conjunto da obra, como fazem normalmente os socialistas, que lutam pela defesa da igualdade social e isso significa o triste fim das classes trabalhadora e empresarial, diante da eliminação do capital, da indústria, da produção, à vista da  pretendida igualdade estabelecida entre o trabalhador e o empresário, ou seja, a eliminação total do capital e a morte das atividades econômicas, visto que o Estado é dono de tudo e fiscaliza e controla todos, em total privacidade da individualidade e do patrimônio.

Fato bastante ilustrativo ocorreu tempos atrás, quando importante sindicalista que, de tanto defender os empregados, acabou se tornando  presidente da República e, no seu governo, fez tudo para alcançar algum progresso para o Brasil e, se realmente algo tenha acontecido nesse sentido, foi exatamente porque ele, como poucos, decidiu prestigiar e beneficiar sensivelmente os empresários e os bancários, justamente porque ele sabia que os donos do capital, quanto mais fortes, teriam condições de promover investimentos e contribuir para alavancar o desenvolvimento do país, por meio da garantia e da sustentação do emprego, da produção e do aumento da arrecadação governamental.

É muito estranho que muitas pessoas inteligentes e intelectualizadas tendem a defender o regime socialista, tendo como lema principal a precisa defesa da igualdade social, onde tem por princípio básico a isonomia social, em termos da miserabilidade e pobreza da sociedade, compreendendo o nivelamento por baixo da inferioridade social para todos.

É evidente que isso se processa sem a existência da poderosa classe dos empresários, porque, no regime socialista, não pode existir empresário, mas também não tem capital, não tem indústria privada, também não tem emprego, ou seja, não existe classe trabalhadora para ser defendida por políticos, diante do fato de que todos somente pensam exclusivamente no poder, na dominação das classe da única classe: a social, constituída por gente sofrida, privada de direitos e da individualidade, sem empregos.

É preciso que as pessoas compreendam que essa história pregada pelo socialismo é linda demais, muito maravilhosa, mais somente na teoria, porque na prática é outra história bem diferente, à vista do desastre que é a Venezuela, cujo povo implora pelo fim de tanto sofrimento, que só é apenas minimizado quando ele emigra, como já aconteceu com aproximadamente 4,8 milhões de pessoas, o equivalente a 15% da sua população, que era em torno de 32 milhões de pessoas.

Na prática, é como se se houvesse, no Brasil, uma desgraça igual a que acontece naquele país, em que 31 milhões de pessoas resolvessem emigrar, seria algo extremamente complicado, diante da saída de pessoas que equivalem a um país.   

Enfim, a abominável teoria socialista levada à prática, como existe realmente e funciona nos países sob a sua égide, a tragédia é aflorada de forma inapelável, exatamente porque acaba o capitalismo e se declara a extinção dos empresários, cujas funções exercidas por eles passam para o domínio e o comando do Estado, que, por falta de competência, consegue quebrar as indústrias, as fabricas e as empresas produtivas nas mãos dos empresários.

Isso é exatamente o que vem acontecendo na Venezuela, cujo governo se apoderou do parque industrial do país, passando-o para a sua administração, cujo desastre vem acontecendo de forma generalizada, com abrangência até mesmo na sua principal empresa petrolífera, que agora é comandada por pessoas da inteira confiança do ditador da nação, que se encarregaram de desviar recursos e permitiram que a empresa fosse dominada pelo processo de acelerada degeneração, que tem como principal causa a falta de investimentos na sua modernização e nas linhas operacionais de produção, cujo resultado é flagrantemente desastroso, com a vertiginosa queda da produção que, em pouco tempo, hoje, não atinge nem 10% da que era no passado, a demonstrar preocupante incompetência de gestão, cuja tendência é piorar com o tempo.

O resultado da incompetência do regime ditatorial socialista é refletido diretamente na bancarrota da economia do país, tendo como consequência as crônicas e intensas pobreza e miserabilidade da população, que depende, como no caso da Venezuela, exclusivamente das providências do governo, que não tem condições de fazer milagres.

À vista das notícias vindas daquele país, os sistemas administrativos se encontram em estado de completas degeneração e falência, não tendo a quem se recorrer nem se pedir socorro, porquanto os produtores de bens e serviços, no caso, os empresários não existem mais, uma vez que eles foram dizimados por força da famigerada ideologia da igualdade social, que tem como filosofia a defesa da classe trabalhadora, sem imaginar que ela somente tem condições de existir se houver parque industrial forte e em plena atividade, o que vale dizer que, sem os empresários, também inexiste capital e não há a menor condição de investimentos em atividades econômicas e produtivas, que são, na sabedoria popular, a galinha dos ovos de ouro, capazes de viabilizar o peno funcionamento das riquezas.

As mentes que se dizem inteligentes e intelectualizadas entendem que é muito importante a defesa da classe trabalhadora, que é realmente, mas também é de suma importância a defesa da classe empresarial e, enfim, dos princípios democráticos, com plenos respeitos aos direitos individuais e patrimoniais, como forma de sustentação do desenvolvimento socioeconômico de qualquer país.

As classes trabalhadoras e empresariais precisam sim ser respeitadas e valorizadas, porque, ambas fortalecidas, tem-se a certeza da sustentabilidade do emprego, do aumento da produção, do consumo e da arrecadação, que são as verdadeiras molas propulsoras do progresso das nações.

Ao contrário, sem ambas as classes, como é exatamente assim nas nações de regime socialista, que somente existe a classe representada pelo Estado, com perfil ditatorial e totalitário, porque tudo é controlado com mão-de-ferro por ele, com poder destruidor dos salutares princípios humanitários.

Por fim, é preciso se compreender que quem defende somente a classe trabalhadora, na prática, não defende coisa alguma, porque não faz o menor sentido se lutar em prol do fortalecimento de determinada causa, em detrimento do capital, que é justamente a principal causa da existência do trabalhador.

Em sínese, umas das principais lutas da esquerda é justamente a defesa da classe trabalhadora, mas há incoerência nisso, uma vez que nos países de regime socialista ela simplesmente inexiste.

A consequência disso é precisamente a desgraça impingida à população, que somente tem a opção, no caso do regime socialista, de se viver no verdadeiro inferno, com todas as “regalias” da convivência em plena miséria, passando fome e tendo a precisa tolerância às privações de toda ordem, como o que há de pior na Venezuela, precisamente porque o único empresário é o mentor intelectual do regime socialista implantado naquele país, cujo ditador não tem o menor interesse em mudar o status quo, porque ele e a sua estrutura administrativa estão usufruindo as maravilhosas benesses proporcionadas por esse desgraçado regime, inexplicavelmente adorado e idolatrado pela “ilustrada” esquerda brasileira, que, infelizmente, ainda há quem considere que seus representantes mereçam algum respeito.

Urge se acabar com esse sentimento esdrúxulo e hipócrita, de se idolatrar políticos socialistas somente porque eles defendem determinada posição social, como no caso, a classe trabalhadora ou outro caso pontual, quando o que interessa mesmo é a sua ideologia global, porque toda esquerda é unanimidade em compactuar com governantes de países socialistas, verdadeiros trogloditas ditadores insanos e insensatos, que são tiranos cruéis, monstruosos e desumanos, em defesa exclusivamente do poder, que apenas a motivação que justifica essa mente doentia de amor à ideologia de desapego aos princípios humanitários.

É preciso ficar muito claro que os socialistas brasileiros, os mesmos que “... defendem a classe trabalhadora, defendem os mais sofridos, pelas dificuldades da VIDA... são precisamente os mesmos que não têm o menor escrúpulo de se colocarem ao lado, em apoio e defesa da tirania impingida nos países comandados por trogloditas ditadores regidos por regime socialista/comunista, que são extremamente insensíveis aos princípios humanitários e declaradamente contrários aos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, conquanto esta é forte lição que fica para as pessoas cristãs, aquelas que não têm a menor consciência em defenderem tão antagônica filosofia que tem sido capaz de desdizer os lindos sentimentos de fraternidade e amor disseminados por quem somente pensava na valorização do ser humano.

Brasília, em 4 de dezembro de 2020  

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