Vem circulando nas redes sociais a imagem bastante
inusitada, em que dois homens idosos passeiam normalmente em uma rua, de mãos
dadas.
As pessoas que se deparam com essa cena ficam, em
princípio, curiosas e a questionam, posto que, afinal de contas não se vê algo
assim normalmente, em que dois homens idosos andando juntos numa rua,
principalmente nessa idade e de mãos dadas, não é mesmo?
À primeira vista, algumas pessoas imaginam que eles
se amam como par romântico, o que tem sido até normal nos tempos modernos,
porém, antes que a criatividade mental se expanda desnecessariamente, a filha de
um deles informou que os idosos são amigos de muitos anos, conhecidos desde os
tempos de infância e um deles é quase cego.
Em razão da idade idosa, eles precisam fazer caminhada
diária, por prescrição médica.
Nesse caso, o que enxerga tem enorme prazer em conduzir
seu amigo que pouco ver, todos os dias, para fazerem exercício juntos, fato que
só demonstra o verdadeiro sentido de amizade sadia e benéfica, em proveito de
ambos e que merecem os aplausos da sociedade, porque não há prova maior do que
estar ao lado, em apoio às necessidades do próximo.
Na verdade, ressalte-se que é sempre bom lembrar que amigo pode
ser definido como a pessoa com quem se mantém relação de amizade, afeto,
companheirismo, identificação de propósitos, manutenção de intimidade e
principalmente o indivíduo que se pode contar, principalmente nos momentos
incertos, conforme os laços de amizade, ajuda, apoio, como aquele que faz as
vezes de braço direito, como fiel companheiro e irmão mesmo, para o que der e
vier, não importando as circunstâncias, como nesse caso.
A
verdade é que, na era da modernidade, que se harmoniza com os avanços dos
conhecimentos humanos, em que as pessoas estão pensando muito mais com o
usufruto do conforto oferecido pela complexa tecnologia da informática e sobre
a necessidade dos seus aprendizagem e controle, o sentido de amizade se
distancia aceleradamente do sentimento especial e generoso das velhas e
memoráveis amizades, que constituíam verdadeira relação de família, ou seja, a amizade
se transformava em situação familiar, por força da aproximação de interesses
mútuos muito além do conceito de amigos.
Esse
caso é a prova viva da relação familiar, em que uma pessoa demonstra seu gesto
de generosidade, ao conduzir o seu irmão especial, em passeio que satisfaz
plenamente a ambos, na busca do natural alongamento da vida, por meio de
proveitosas caminhadas que ajudam na consolidação do verdadeiro sentimento de
bons e saudáveis amigos.
Trata-se
de momento especial na vida dessas pessoas, em proveito do seu próprio bem e
ainda há a disseminação de gesto de amor ao próxima, em forma maravilhosa de
apoio ao irmão, em momento tão delicado, que nada disso poderia existir se o
amigo benevolente não se dispusesse a compreender a dificuldade do amigo
carente de ajuda, na forma de importante e prazerosa companhia.
Esse
é momento da maior importância para a humanidade, como lição de vida, porque
ela se mostra, como nunca, muito distanciada dos princípios capazes de
contribuir para a aproximação das pessoas, mesmo por meio de atitude singela
como essa entre dois bons e eternos amigos de sangue e alma.
Esse
caso é daqueles em que a sabedoria popular denomina como amigo do peito, que
tem a mão a mais amiga de todas, muito próxima do amigo, porque ela é capaz de
segurar a mão do outro e somente soltá-la quando este estiver novamente seguro
de ter cumprido verdadeiro gesto de amizade, com a firmeza do coração bondoso e
feliz.
Que
Deus multiplique, na humanidade, esse excelente sentimento de sublime amizade
entre bons companheiros de longa data...
Brasília, em 5 de dezembro de 2020
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