Uma senhora de oitenta e quatro anos foi criticada
por ainda continuar em plena atividade política, nessa idade, porque há o
entendimento de algumas pessoas segundo o qual ela já teria passado do momento
de se aposentar, para, em especial, transferir o bastão para gente mais jovem,
que reúne maiores condições e disposição para defender os interesses da sociedade.
Essa senhora respondeu, com disposição impressionante,
ao afirmar o seguinte: “Que se danem! Estou vivendo meu tempo, minha saúde e
inteligência, minha experiência. Estou fazendo mal para alguém? Não estou. E
quero que mulheres com a minha idade também se sintam assim, que sejam
contagiadas pela minha vivência e vontade de seguir trabalhando. E, para aqueles
que se sentem incomodados, desejo que tenham a sorte de chegar onde cheguei com
a energia e convicção que tenho. Sabe, se você perde seu projeto de vida, tudo
perde o sentido. E meu projeto de vida não termina no meu tempo. Meu projeto é
sonhar com outro futuro. Não quero só mudar São Paulo e Brasil, quero mudar o
mundo. O meu sonho, de uma sociedade socialista, fraterna e igualitária,
infelizmente não vai acontecer no meu tempo, tenho consciência disso. Mas se eu
não fizer minha parte agora, esse modelo de sociedade não vai acontecer nunca.
A velhice não é doença, não é defeito, a velhice não impede o sonho. Portanto o
sonho que me move, em relação às transformações que a sociedade precisa, não
envelheceu.".
Não há a menor dúvida de que a idade não é fator de
limitação para nada nesta vida e nada impede que se trabalhe enquanto tiver disposição
e energia para a realização das atividades preferidas.
A limitação mesmo é não ter iniciativa para
realizar absolutamente nada, como muitos fazem pelo simples prazer de se acomodar
e se considerar inútil e fora da sociedade.
Há até quem se afirme que as pessoas de maior idade
têm mais condições para a realização de melhores obras em benefício da sociedade,
exatamente porque a sua experiência tem o formato ideal para a facilitação do encontro
do melhor caminho, em tudo nesta vida.
É muito importante que mulheres e homens velhos possam
estar contribuindo com a sua experiência, na execução de qualquer atividade e
quanto mais complexa melhor, porque a sua habilidade é fator precioso para a desempenho
de qualquer tarefa, por mais complexa que ela seja, não importando as dificuldades.
Imagina-se que as ponderadas colocações dessa cidadã
estão relacionadas exatamente com a sua ideologia política, quando ela afirma
que “O meu sonho, de uma sociedade socialista, fraterna e igualitária,
infelizmente não vai acontecer no meu tempo, tenho consciência disso. Mas se eu
não fizer minha parte agora, esse modelo de sociedade não vai acontecer nunca.
A velhice não é doença, não é defeito, a velhice não impede o sonho. Portanto o
sonho que me move, em relação às transformações que a sociedade precisa, não
envelheceu.".
Para o bom entendedor, trata-se de socialista que
tem no sangue e na alma o sentimento de sociedade verdadeiramente igualitária,
em que não deva existir nem riqueza nem pobreza, mas que todos possam viver igualmente
no mesmo nível social, todos dividindo as riquezas e as pobrezas, em puro
sentimento universal em que realmente possa prevalecer somente a igualdade
entre as pessoas.
Essa avaliação que se faz nas palavras de “sociedade
socialista, fraterna e igualitária,” causa-me sentimento maravilhoso de
compreensão entre as pessoas, como sendo algo nascido da mais pura genialidade
e inteligência humanas, a ponto de eu invejar ao extremo as criaturas que defendem
tão importante e mágica ideologia, no sentido de haver sociedade fraterna, ou
seja, irmã, com o domínio da igualdade entre elas, onde o sentimento de
convivência tem por predominância interesses comuns, em estado de absoluta maravilha
de vivência, como se todos vivessem no paraíso sonhado.
Não obstante, logo imagino que os defensores da maravilhosa
e mágica ideologia socialista são, na verdade, pessoas físicas, donas das suas
consciência, inteligência e domínio, com amplos poderes para agirem livremente
no sentido de promover com seus próprios bens a política que eles defendem como
ideal para a sociedade.
Ou seja, os defensores da ideologia da fraternidade
e da igualdade socialista ficam, por toda a sua vida, iguais cigarras repetindo
a lindeza da filosofia e do princípio de que todos devam ser tratados nas
mesmas condições, como no caso dessa política de idade, que até tem muita razão
quanto ao questionamento de ainda ela estar em atividade política, que até teme
que irá morrer e não vai ver o seu sonho realizado, mas, com certeza, ela ainda
não se dignou a distribuir seus bens para as pessoas carentes, como maneira
coerente de se promover a igualdade e promoção do sentimento de fraternidade
que os socialistas defendem com inquebrantável ardor.
Em síntese, o que se percebe mesmo é o sentimento
hipócrita e demagogo de pessoas defensoras da fraternidade e da igualdade
socialistas, tanto em palavras como por escrito, mas, na prática são todas
endinheiradas e até ricas, que não têm a dignidade para praticarem a verdadeira
socialização com os próprios bens e recursos, dando a entender que maravilhoso mesmo
é que tal procedimento seja feito com o dinheiro dos outros, os não socialistas,
porque com o seu patrimônio nem depois da morte.
Convém que os verdadeiros socialistas brasileiros
se dignem a honrar os princípios que dizem amar e defender e pô-los imediatamente
em prática, promovendo a distribuição de seu patrimônio entre as pessoas mais
carentes, em forma da promoção da fraternização e socialização, passando
inclusive a conviverem com elas, na beleza da igualdade que eles tanto
consideram maravilhosa, de modo a se eliminar tamanha desgraça objeto do
sofrimento e da amargura deles, como no caso dessa senhora que diz que o seu sonho
não vai acontecer no seu tempo nem nunca, a depender dos socialistas
tupiniquins, que são hábeis defensores dos princípios igualdade social, mas só
da boca para fora, porque, na prática, há está bem distante...
A verdade é que ela pode muito bem fazer a parte
dela, por meio da distribuição de seus bens aos carentes e irmãos na ideologia,
com o que estaria realizando a bonita filosofia que ela defendeu por toda a sua
vida.
Somente haveria possibilidade de convencimento sobre
a beleza no socialismo quando seus defensores aderirem voluntariamente à prática
da sua filosofia, com a imediata distribuição de seus bens aos necessitados e se
juntarem a eles, para demonstrarem que a experiência vivida por eles é
realmente fantástica, de modo a convencerem os indecisos de que as belezas da
vida se encontram precisamente na aceitação da igualdade social.
Ao contrário disso, não passa de grosseira e
repugnável hipocrisia, em forma de absurdo fingimento, a defesa intransigente da
igualdade socialista, com bonitas palavras estampadas em clichês que conduzem às
mil maravilhas, quando nenhum dos ideólogos tupiniquins se digna a provar das
benesses por ele alegada, com a distribuição, na prática, de seus recursos
financeiros para a pobreza, passando a igualmente a conviver com ela, nas
mesmas condições de igualdade social, com a participação dos belos usufrutos que
o socialismo oferece às pessoas.
Acredita-se que isso aí sim é o que se pode classificar
de coerência, sinceridade e respeito aos princípios defendidos por pessoas dignas,
justas, honradas e cônscias do que seja realmente o melhor para a própria vida
socialista.
Brasília,
em 16 de dezembro de 2020
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