Em crônica, eu disse que, realmente, o ano de
2020 foi extremamente lastimável, mas não pode, em hipótese alguma, ser
considerado o pior de todos, salvo para quem foi acometido por esse vírus quase
sempre letal e não resistiu ao seu poderoso impacto somente comparável ao que
aconteceu nas terríveis guerras mundiais, que tiveram outras conotações
próprias da crueldade humana.
Agora, a humanidade vive momento de expectativa
quanto à esperança de que as vacinas tragam no seu bojo o poder milagroso da
proteção contra a Covid-19, de modo que a vida humana volte à normalidade
anterior à tragédia que abalou e impactou às atividades essenciais à
sobrevivência do homem, que precisa urgentemente ser recompensado com as
belezas da liberdade em todos os sentidos.
A sempre distinta conterrânea e elegante nos seus
comentários, prezada senhora Bernadete Gonçalves escreveu a seguinte mensagem: “Parabéns
pelo belo texto tenho orgulho de tê-lo como conterrâneo. Com certeza amigo,
esse foi um ano muito triste, quem não foi atingido direta ou indiretamente com
esse vírus da covid 19!! Pais de luto, filhos de luto, parentes intubados,
vizinhos contaminados... a dor, sofrimento e angústia, tomaram conta das mentes
e corações, desemprego aumentou, a fome chegou, a solidão e depressão também.
Mas confiando em Deus temos a esperança de um ano de 2021 melhor com todos
vacinados e curados desse vírus. (...)”.
Em
resposta à ponderada mensagem, eu digo que a sua explanação, prezada amiga Bernadete Gonçalves representa síntese muito
clara do que pode ter sido o ano 2020, que precisa ser abandonado, o mais
rapidamente e sem nenhuma saudade, salvo sobre quanto aos gigantescos atos
explícitos de maldade e crueldade contra a humanidade, que precisam ser muito
bem aprendidos como lição negativa, para que muitas atrocidades contra as
pessoas possam ser doravante evitadas.
Isso
parece ser preciso, principalmente no sentido de que os incompetentes possam se
conscientizar sobre o tamanho das suas omissões e irresponsabilidades inerentes
aos seus atos de desmazelo com relação aos cuidados que deveriam ter tido, no
exato cumprimento das suas obrigações constitucional e legal, mas, ao
contrário, eles permitiram que a sua vaidade falasse mais alto do que o
interesse da sociedade, cujo terrível resultado salta impunemente aos olhos,
com a quantidade estarrecedora e inadmissível de milhares de mortes e
infectados pela Covid-19.
Para a tristeza maior, esses tristes acontecimentos
ainda recebem aplausos de milhões de brasileiros que dão guarida a atos de pura
insanidade praticados por quem precisa aprender o mínimo do dever de estadista
cônscio das suas funções constitucional e legal perante os seus representados,
tendo a obrigação primacial de cuidar deles em melhores condições do que em relação
a si próprio.
Urge
que os brasileiros se conscientizem sobre a sua real importância de ser povo
que mantém a República com a arrecadação de seus tributos e, por isso mesmo,
tem o direito de ser comandado por pessoa, no mínimo, com competência,
equilíbrio, humildade, serenidade, responsabilidade e, acima de tudo, amor ao
ser humano, para que possa sentir na própria pele o tanto de dor e sofrimento
que as pessoas que já perderam entes queridos.
Esse
fato exige que alguém com incumbência de comandar o país estivesse dia e noite
à frente de tudo que fosse necessário para combater, com total empenho e dedicação,
com toda as forças e em todos os francos os efeitos desse terrível vírus letal
e assustador.
É
extremamente doloroso o acompanhamento das medidas que já foram adotadas pelo
governo e das outras que estão em curso, para apenas se perceber que nada,
absolutamente nada, de extraordinário se contabiliza como tenha sido feito pelo
governo para combater a desgraça da Covid-19, salvo as medidas extremamente
corriqueiras e apenas necessárias, quando elas já foram adotadas
além-fronteiras brasileiras.
Citem-se,
como excelente exemplo a vacinação, que é forma inteligente de prevenção contra
o vírus, em que vários países já iniciaram a imunização, enquanto a
incompetência brasileira, ainda se encontra emaranhado nas teias da complicada burocracia
governamental, sem planos nem efetividade de coisa alguma, deixando expostas as
completas e costumeiras omissões e irresponsabilidades, a se permitirem graves
prejuízos para os brasileiros, em termos de perdas de vida.
Sabe-se
que, quanto mais tempo se demora para a imunização da população, muito mais
risco de exposição se tem a favor do vírus e isso pode implicar mais
legalidade, que deveria sim ser imputada a quem dá causa a esse drástico dano à
vida humana, ou seja, enquanto a sociedade não se mobilizar para
responsabilizar os maus administradores, aqueles que demoram em cumprir o seu
dever constitucional, os estragos continuam a acontecer normalmente, e a
irresponsabilidade se expande, na certeza da impunidade e ainda se achando que
seus atos são os melhores que realmente deveriam ter sido adotados.
Há
a clara certeza de que nem titular à altura do ministério existe para cuidar da
saúde pública, como constitucionalmente deveria, uma vez que ele é ocupado por
especialista em suprimento de víveres do Exército, quando à sua frente deveria
estar, em razão da gravidade da pandemia, especialista gabaritado em conhecimento
da saúde dos brasileiros, em evidente demonstração de competência, consciência
sobre a gravidade da situação, importância sobre o ser humano e principalmente
responsabilidade administrativa, que todo estadista precisa saber como o seu
intrínseco dever maior de comandar os interesses da nação com a grandeza do
Brasil.
Acredita-se
que essas poucas palavras apenas expõem a veemente indignação de muitos
brasileiros que sentem, com muita tristeza no coração, que a perda de muitas
vidas bem que poderia ter sido evitada, se realmente a saúde pública da população
estivesse sendo cuidada com as devidas competência e responsabilidade.
Ante a evidência dos fatos, há a absoluta certeza
de que convém que sejam realizadas medidas extraordinariamente além do
necessário, em combate à pandemia do novo coronavírus, como demonstração do
quanto a vida humana precisa ser valorizada e certamente isso ainda precisa ser
mostrado, com o devido vigor, para os brasileiros.
Brasília, em 27 de dezembro de 2020
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