Em crônica, eu analisei e critiquei, com veemência,
a indigência de vontade política e de competência administrativa do governo para
tratar de assunto da maior complexidade e responsabilidade, como no caso da
vacina contra a Covid-19, por envolver vidas humanas, que acontece precisamente
no momento errado e em circunstâncias inapropriadas, cuja consequência é a
gravidade da saúde pública dos brasileiros, que foi relegada à vala do brutal descaso.
Diante
disso, um conterrâneo demonstrou sua indignação sobre a omissão do governo,
tendo escrito o seguinte comentário: “Para ser sincero, foi a primeira vez
na minha vida, que eu vi um governo ser contrário ao Programa de Vacinação, nem
mesmo o Collor que até então era considerado o pior governo dá na nossa
República, é inadmissível o que o Presidente está fazendo com o povo
brasileiro, um descaso total.”.
Em
resposta à mensagem de repúdio, eu disse que seu comentário, prezado amigo, tem
total pertinência, exatamente pela evidência de insensibilidade para assunto da
maior gravidade, por ter por alvo justamente a vida humana, que exige o máximo
de prioridade e o emprego de todos os recursos e empenhos para a otimização dos
melhores resultados possíveis.
Em
pleno século XXI, quando o homem já conseguiu desbravar quase tudo, em termos
de conhecimentos científico e tecnológico, parecia impossível existir
governante com mentalidade tão apequenada e problemática, em termos de competência
administrativa, sensibilidade para a gravidade sobre questões cruciais, como no
caso da pandemia, e amor ao ser humano, conjunto esse de fatores que dá a exata
dimensão do quanto o Brasil ainda precisa se desenvolver, e muito, para
alcançar as nações evoluídas, no que se refere, em especial, ao tratamento das
questões e dos problemas sociais.
Convém se chamar a atenção para que qualquer
mudança do status quo depende exclusivamente da vontade do povo, para a
escolha de seus representantes políticos, cuja ideologia seja, entre outros
requisitos, a competência, a eficiência, o equilíbrio e a sensibilidade humana,
além de que eles devam ser tolerantes e compreensíveis quanto à realidade sobre
os fatos da vida.
O
certo é que a experiência com o atual mandatário ficou mais do que provado e comprovado
que realmente o povo tem o governo que merece, exatamente porque ele foi
escolhido pela maioria de votos que tem prevalência no sistema político
democrático.
Por
certo, esse não é o governante que o Brasil merece, diante da sua grandeza de
nação que não pode mais ficar à mercê de homens públicos com mentalidades retrógradas
e bastante distanciadas da modernidade, que exige o arejamento de ideias e de
atitudes condizentes com a evolução da humanidade.
Brasília, em 28 de dezembro de 2020
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