Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma
senhora tenta mostrar, com número, que o desempenho da última gestão pública,
em todos os aspectos, do que os governos da esquerda, conforme excerto a seguir
transcrito.
“Se eu conseguir provar para você que você
está errado, você teria a humildade de mudar de opinião? Ou você se manteria
fiel à filosofia que você acreditou até hoje, mesmo que fosse contra fatos? Eu
tenho escutado muita discutindo opinião. Eu acredito que opinião não se deve
discutir. Cada um tem a sua e isso tá de acordo com a forma de cada um ver o
mundo, mas número não mudam. Fatos não mentem. Então, eu fiz um apurado de
números dos dois governos, para puder mostrar aqui, para vocês de fontes
oficiais. Importante entender que esses números são como o governo foi entregue
e não como ele foi recebido. (...)”.
Na tentativa de comprovar o melhor desenho do
último governo, a mencionada pessoa descreve o desempenho da situação econômica,
que mostra performance superior em todos os indicadores e setores produtivos,
como inflação, juros, PIB, contas estatais, distribuição de casas e terras
públicas, entre outros fatores econômicos.
Diante disso, eu disse que a questão referente
à opinião pessoal é muito relativa e depende não somente da comparação do
desempenho entre governos, salvo tão somente para se concluir quem foi o pior
deles, conquanto todos tenham feito o estritamente necessário, evidentemente
cada qual ao seu modo de mentalidade política, de acordo com as suas condições
gerenciais, o que, com isso, se possa avaliar que alguém se superou e fez além
do que se poderia esperar de qualquer governo.
Isso vale se dizer que o último governo teve
desempenho superior aos anteriores, mas nem por isso ele conseguiu convencer
que seria o suficiente para satisfazer à maioria dos brasileiros, conforme o
resultado das urnas, segundo a Justiça eleitoral.
O último presidente brasileiro poderia apenas
ter cumprido as promessas básicas do seu plano de governo, na forma apresentada
na campanha eleitoral, no sentido de se pretender a moralização do Brasil e o
seu desenvolvimento socioeconômico, promessas estas que foram cumpridas
parcialmente, à vista dos resultados apresentados no vídeo.
O que o último presidente fez não foi o
necessário para o convencimento dos brasileiros, uma vez que o governo foi
completamente incapaz, entre outras medidas imprescindíveis ao progresso do
país, por não ter aprovado reformas essenciais à modernidade das estrutura e
conjuntura da velha e enferrujada máquina pública, em especial quanto ao
arcaísmo dos sistemas referentes à educação, à saúde pública, à segurança
pública, à tributação, à administração, à previdência (que ainda mereceu
meia-sola), à infraestrutura, entre outras políticas públicas indispensáveis ao
aperfeiçoamento da gestão pública e à economia de despesas, além da
contribuição à evolução da sociedade.
Na questão da moralidade, basta apenas se
mencionar o emporcalhamento do mandatário com a velha política, o chamado por
ele de Centrão, grupo político exemplo do pior fisiologismo da história
política brasileira.
Outro aspecto importante que tem suma
importância na mudança de opinião dos brasileiros diz respeito à maneira como o
ex-presidente se conduziu no seu mandato, quando esteve todo tempo se
comportando como se estivesse em campanha eleitoral, em defesa de princípios
pessoais, quando ele já era o próprio presidente da República, mas não se
interessava em ser o verdadeiro estadista, quando sempre confundia o público
com o privado e vice-versa, em eterna dificuldade para compreender a sua real missão
presidencial, no estrito cumprimento da liturgia do cargo.
O seu governo foi dominado por infindáveis
discursões e debates inúteis e infrutíferos, cujos assuntos deveriam ter sido
resolvidos sob a tecnicidade do diálogo, do bom senso, da racionalidade e da
medida administrativa apropriada, sem os arroubos da incompetência e da
intolerância, como foram tratados muitos dos assuntos que resultaram em
verdadeiros fracassos, cujo resume foi mostrado por meio da votação dos
brasileiros, que sintetizaram o seu desejo de mandá-lo para casa.
Convém sim se mudar de opinião exatamente
quando existem elementos suficientemente capazes para a certeza desse
conhecimento, na firmeza da solidez de seus pressupostos.
Diante do meu texto, um amigo de grupo entendeu
de discordar do meu pensamento, na forma da seguinte mensagem: “Meu irmão,
respeito, mas discordo um pouco da tua avaliação, não esqueçamos que nem Jesus
conseguiu mudar a humanidade, nos deixou o caminho a seguir, o problema é que o
povo espera um salvador da pátria, não esqueçamos que o Bolsonaro não foi
reeleito pela vontade popular, e sim que Lula foi eleito pelo STF com o apoio
de uma plêiade de corruptos instalados em nossa sociedade, vide congresso,
imprensa, empresários, bancos, artistas...e o pior sem o apoio dos melancias,
com os quais tenho certeza teve reuniões para virar o jogo, como já citei uma
vez, ninguém vai à guerra com o pessoal desarmado, além do mais ele é um
ser humano, deve ter pensado na sua família, na minha opinião, independente da
análise de números, ele fez o que pode nas circunstâncias em que governou,
poderia ter feito mais ? Poderia, mas uma andorinha só não faz verão. A plêiade
acima citada escolheu Barrabás e uma parte do povo/gado os seguiu. Essa é minha
humilde opinião.”.
Outro amigo de grupo também houve por bem dizer
que discordava do meu texto, tendo escrito a seguinte mensagem: “Essa é a
sua opinião, devo lembrar que o Presidente anterior não conseguiu fazer mais em
virtude da perseguição implacável do Congresso, STF e o aparelhamento da
justiça, dos professores, da mídia e de outros setores. Para desfazer isso são
necessários, no mínimo uns 20 anos. Com a volta desses corruptos ao poder, está
se desfazendo o pouco do progresso que o governo anterior fez.”.
Em resposta às respeitáveis mensagens, eu disse
que, como se pode ver, é da maior importância a pluralidade de opiniões, em
especial quando se analisa um pouco o desempenho de presidente da República que
se encarregou de gerenciar intrincadas polêmicas para o fim de tentar se
beneficiar delas, como se percebe facilmente dos comentários acima, quando as
disputas envolvendo ele e ministros do Judiciário, que nunca tinham final feliz,
sempre se resumiam na sinalização de que ele terminaria como o coitadinho, a
vítima, o injustiçado, o perseguido, que até pode ter sido, mas tudo aconteceu
precisamente conforme planejado politicamente como ele queria, sim para se
passar por eterno vítima e perseguido e isso vai passar para a história como aceitável
por seus seguidores fanáticos, quando, na realidade, tudo tinha a marca da
ensebação e do maquiavelismo políticos, para acobertar incompetência gerencial,
quando ele, atento ao princípio constitucional da autonomia e da independência
constitucionais dos poderes da República, teria apenas procurado cumprir as
funções inerentes ao cargo presidencial, sem necessidade alguma de ficar
debatendo em público picuinhas estranhas às importantes atribuições próprias do
Estado brasileiro.
É preciso se compreender que o verdadeiro
estadista se pauta exclusivamente na agenda relacionada com a liturgia do cargo
presidencial, que foi absolutamente diferente feito por ele, que se metia em
tudo, exatamente para que ele pudesse se passar por vítima e perseguido, para que
esse sentimento ficasse gravado no coração dos fiéis seguidores dele, sempre
achando que ele não pôde realizar grandes obras por ter sido eterno perseguido
pelos demais poderes, quando os fatos mostram que ele não produziu porque não
tinha competência, ante a incumbência próprio e autônoma do poder Executivo,
que tinha inclusive o orçamento à sua disposição.
Não obstante, o ex-presidente do pais preferiu
criar essa monstruosidade de se fazer perseguido pelo sistema, que até pode ser
verdade, mas se aconteceu foi por exclusivas opção e imaginação estratégicas
dele, que os incautos engoliram como sendo inevitável realidade.
O estadista minimamente inteligente, usa a
infalível estratégia dos recursos, nas vias competentes, à vista do principal
constitucional da ampla defesa e do contraditório, conforme as circunstâncias,
em caso de tentativa de perseguição a si ou ao seu governo, não aceitando qualquer
outra forma menos efetivas de defesa dos seus direitos e os do Estado, conforme
a praxe utilizada nos países evoluídos,
em termos políticos e democráticos.
Enfim, cada pessoa tem direito sim de avaliar
os governos segundo as suas opiniões e eu, como amo o meu Brasil, tenho direito
de me manifestar exatamente segundo como penso, independentemente de ideologia
e apenas de acordo com a minha modesta experiência de vida, aceitando todas as
manifestações sobre meus textos, à vista do respeito aos salutares princípios
democráticos, ínsitos no livre pensamento de opinião.
Brasília, em 21 de fevereiro de 2023