sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

gesto da humilhação?

            A imagem de um general de exército apertando as mãos e ainda em aberto sorriso para político que é símbolo da corrupção e da desonestidade, na administração pública, traduz o sentimento das monstruosas insensatez e indignidade às origens do Exército brasileiro, que, até antes, tinha como rigoroso respeito aos princípios da moralidade e ao culto à honradez cívica, motivos do elevado conceito sempre desfrutado perante a sociedade igualmente digna e honrada.

A atitude de clara submissão do general a político destituído de princípios ético e moral demonstra verdadeira traição à grandeza da pátria, como gesto de abandono ao que sempre foi mais sagrado em forma de respeito às tradições da caserna, de nunca se permitir que os militares se curvassem à degeneração dos costumes e das disciplinas aos sentimentos da retidão e do equilíbrio quanto às regras de moralidade e civismo.

 Não há a menor dúvida de que a aproximação de forma visivelmente promíscua de generais com político que já foi condenado à prisão pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que ainda responde a processos na Justiça, evidencia traição aos princípios éticos e morais sempre respeitados como forma de integridade e honestidade da farda, cujo gesto mostra o deslustre da corporação, pela forma clara do servilismo à causa do sistema organizado que tomou o poder no Brasil, que o levará, sem volta, ao horroroso declínio do abismo da desonestidade e da regressão socioeconômica.

Diante da seriedade e honradez da caserna, jamais se pudesse imaginar que o Exército, que já foi do respeitado e sempre venerado marechal Caxias, perdesse a dignidade ao beijar, pasmem, a mão e ainda com o sorriso da Monalisa de pessoa que, como homem público, tem o pior e mais sujo currículo da história republicana, à vista do seu envolvimento com esquemas criminosos de corrupção, com grave prática de desvio de recursos públicos, inclusive tendo se beneficiado indevidamente de propinas, conforme mostram as investigações policiais e os julgamentos judiciais.

O gesto do general é degradante, mostrando, ao contrário, como se ele estivesse diante da sua majestade, o homem mais imaculado do universo, cuja reverência seria apenas ritual de praxe, em cumprimento meramente protocolar e respeitoso?

Na verdade, a vexaminosa e humilhante imagem do militar se expondo ao ridículo diante de político desqualificado, em termos de moralidade, tem o condão de representar, na atualidade, o real significado do Exército brasileiro perante a sociedade, nada mais, nada menos, do que a mera caricatura de quem já foi o símbolo da grandeza moral da nação, quando ele se empunhava por força de seus atos heroicos de firmeza em defesa dos princípios republicanos da moralidade, honestidade, legalidade e dignidade, na administração pública.

A lição do general não poderia ter sido a pior possível para as tropas de Caxias, que nem faz mais sentido essa denominação que tanto honrava em dignidade, honradez e civismo patriótico a instituição Exército, quando seus atos eram somente de valorização dos princípios militares de amor à pátria e à sua grandeza republicana.

Quanta decadência moral atribuída à verde-oliva de tantas glórias e bravuras reconhecidas pelos brasileiros, precisamente em face de notáveis exemplos de atitudes dignas e honradas, mas a sua personalidade, representada por esse general, se associa a governo que é símbolo da desonestidade e da decadência moral, na administração pública, à vista do seu passado enuviado com cinzas que projetam incertezas para o futuro dos brasileiros.

          Brasília, em 10 de fevereiro de 2023

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