sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Como vontade?

         Em crônica em que analisei a omissão do presidente da República, de ter deixado de decretar a intervenção militar, um amigo de grupo se manifestou em contrariedade ao meu texto, dizendo o seguinte: “Adalmir, vontade ele teve, porém os oficiais. generais, traíram ele. Só o Comandante da Marinha estava com ele. Até o Mourão traiu ele. Sozinho, ele não pôde fazer nada.”.

Em resposta, eu disse que, diante dos interesses da pátria, pouco importava quem o tivessem traído ou sido contra o então presidente da República, porque ele era o poder máximo da nação, com base na Constituição, e poderia mandar todos os subordinados, menos o vice-presidente, com licença da palavra, para o inferno, com apenas uma canetada e ninguém poderia fazer absolutamente nada contra ele, nem mesmo o Congresso Nacional nem o Supremo Tribunal Federal.

Será que é difícil se entender isso, gente?

Que democracia é essa que o presidente da República se considera no direito fraquejar e se acovardar diante de seus subordinados e as pessoas ainda se dignarem a entender que isso é normal, quando tudo isso representa clara inversão dos valores hierárquicos e republicanos, absolutamente inadmissível em país sérios e evoluído, em termos políticos e democráticos?

O que aconteceu no Brasil, sob a versão de que o presidente da nação teria se curvado à imposição de oficiais generais subordinados à autoridade constitucional dele, jamais aconteceria nas piores republiquetas, onde sequer há respeito às normas legais e constitucionais, quando todos estariam presos e sem patentes, ante o grave e injustificável crime de insubordinação.

 Que povo é esse que aceita passivamente uma desgraça como essa imposta pelo nefasto sistema que tomou o poder, na marra, por meios irregulares e inconstitucionais, e ainda se conforma com gritante omissão do mandatário, que poderia, ao menos, tentar aclarar, por meio da intervenção militar, a nebulosidade que pesa sabre as questões suspeitas de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas, cujos resultados proclamados das últimas eleições podem nem refletirem a verdade das urnas? 

Então, que magia absurda existe nesse ex-presidente que foi incapaz de enxergar o óbvio, no sentido que a nação estaria indo literalmente para o abismo caso não fosse decretada a intervenção militar, como de fato e de direito foi, mas mesmo assim nada foi feito para se evitar tamanha tragédia contra o Brasil, os brasileiros e a ele próprio, que fugiu, às pressas, antes do término do mandato dele, para outro país, onde ainda se encontra, com medo de ser preso?

Diante de gente que acha normal a deplorável inação presidencial, em que pesem as circunstâncias, que eram absolutamente contornáveis, penso que vivo em outro planeta, por ter enorme dificuldade para aceitar como normal que uma nação seja entregue ao demônio que todas as suas falanges do mal, quando a sua salvação estava na mão de pessoa que não teve discernimento para perceber sobre a possibilidade de se evitar a definitiva ruína de um povo?

Diante das gravíssimas questões político-administrativas que predominavam no Brasil, não havia qualquer alternativa senão a adoção de intervenção militar, destinada ao saneamento, em especial, das dúvidas quanto às suspeitas de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas, que ainda exigem esclarecimentos quanto à regularidade do resultado da votação.

Enfim, no momento crucial de uma nação, com seríssimas influências e reflexos sobre os interesses do povo, não se pode falar que alguém teve vontade, quando prevaleceram a covardia, o medo e principalmente a insensatez quanto às consequências terríveis, por conta  da falta de atitude presidencial, em nome de situação extremamente justa e necessária para os destinos do Brasil.

É preciso sim que as pessoas sejam lembradas também pelas desgraças que elas foram capazes de produzir, porque seus infortúnios precisam servir de lição para que tamanha tragédia semelhante jamais volte a ocorrer contra o Brasil.

          Brasília, em 17 de fevereiro de 2023

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