Recebi de um amigo de grupo a seguinte indagação: “Você que é um cara que eu o admiro pelos seus talentos e idoneidade, está por dentro dos fatos do cotidiano e da nossa podre política, gostaria que emitisse sua opinião sobre o que leva um grupo de generais traírem um povo e um país aflito por justiça, de dar um basta nessa mazela criada pelos ‘poderes’ da República. Que deve ter havido de fato essa desonra ao exército de Caxias? Propina, ameaça, corrupção? O que você atribui tamanha insensatez diante de um presidente que fez o máximo para colocar o Brasil nos eixos em todos os setores, deixando para dar o golpe fatal do ‘não vou trocar vinte dias de glória por vinte anos de incômodo’ no último dia da decisão que consertaria o Brasil dessa bagunça generalizada? Por favor, esclareça um pouco as minhas ideias, pois ainda estou incrédulo, perdido e com esperança somente em Deus que um dia essa situação possa se reverter. Qual a moral que sobrou para o exército a partir de agora? Obrigado por sua resposta opinião.”.
Em resposta à respeitável indagação,
eu disse ao amigo que tinha ficado bastante honrado pela sincera avaliação acerca
da minha capacidade de discernimento sobre os fatos da vida, especialmente de natureza política.
Para ser claro, objetivo, curto e
grosso, a minha opinião, como tentativa de resposta à sua angustiante indagação,
comporta única palavra: incompetência, porque nem precisa dizer mais nada para
o bom entendedor, que logo entende o suficiente, nas circunstâncias dos
acontecimentos.
Não obstante, convenhamos que o
contexto político-administrativo se configurava extremamente perturbado, com
destaque para as suspeitas sobre a operacionalização das últimas eleições, a
despeito de irregularidades detetadas nas urnas eletrônicas, sob a suspeita de possível
manipulação de resultados prejudiciais, em especial, ao candidato à reeleição.
A intervenção militar poderia ter
contribuído para o saneamento de anormalidades, com a simples checagem ou
recontagem dos votos, passível com acesso ao código-fonte, que foi negado às
Forças Armadas e ao partido do candidato à reeleição pela Justiça eleitoral.
Isso configura afronta ao
princípio constitucional da publicidade, também conhecido por princípio da
transparência, que tem sede no artigo 37 da Lei Maior do país, que estabelece:
“A administração pública (…) obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade (…)”.
A combinação dessa norma com o
disposto no artigo 142 da Constituição, dava respaldo ao presidente da
República para decretar intervenção militar, independentemente da vontade de
ninguém, nem do Congresso Nacional, nem do poder Judiciário e muito menos das
Forças Armadas e, de resto, nem mesmo de oficiais generais.
Convém transcrever o citado artigo 142, para
se ter absoluta certeza sobre a incompetência caracterizada com a omissão da
principal autoridade brasileira, quando esse dispositivo diz que “As Forças
Armadas, (…), sob a autoridade suprema do presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”.
Importa se esclarecer que a expressão
“por iniciativa” significa dizer o mesmo por decretação de qualquer poder da
República, em que as Forças Armadas são convocadas para a execução de determinada
missão especial, de forma que, imediatamente, todos os poderes ficam suspensos,
prevalecendo apenas a autoridade do poder interventor, até que a incumbência
recebida seja concluída, quando então tudo vota à normalidade.
Ou seja, não restava a menor
dúvida de que os pressupostos para a implantação da intervenção militar estavam
configurados em forma de acomodação nos textos constitucionais, faltando apenas
competência por parte da principal autoridade da República, que se “borrou” de
medo de ser preso por subordinados dele, em declarada demonstração de covardia.
O presidente do país poderia ter
exonerado os oficiais generais rebelados e até, conforme o caso, determinar a
prisão deles, à vista da caracterização do crime de insubordinação, ficando
livre para a decretação da imediata a intervenção militar, para as providências
necessárias à limpeza da esculhambação que vem predominando no país.
É preciso ficar claro que não se
trata de traição de oficiais generais (brigadeiro e generais), que até poderiam
se rebelarem, porque era opção deles, como assim prevaleceu, mas a intervenção
militar não aconteceu por exclusiva e inexplicável frouxidão da autoridade
suprema.
Caso o ex-presidente do Brasil fosse
minimamente corajoso, a história do Brasil seria, hoje, contada diferentemente,
com muitos oficiais generais na prisão, tendo a importante companhia de
políticos, magistrados, comunistas, corruptos etc., com o Brasil absolutamente
livre, no momento, do caos que grassa nas suas entranhas.
Infelizmente, graças à
incompetência e à demonstração de medo de quem levou todo tempo dizendo “O
Brasil acima de tudo…”, mas ele foi mui irresponsável e inconsequente, que
vai passar para a história da República como o culpado-mor, por ter sido responsável
direto pela maior tragédia causada ao Brasil e aos brasileiros, em razão da extrema
omissão dele, cuja inação permitiu a entrega da nação à esquerda, sem nenhuma
resistência, a despeito das suspeitas de irregularidades na operacionalização das
urnas eletrônicas, que exigiam os devidos esclarecimentos, caso o Brasil fosse
um país sério e evoluído, em termos políticos e democráticos.
Não é verdade que o último ex-presidente
do país tenha feito o máximo para colocar o Brasil nos eixos, em todos os
setores, porque, pelo contrário, se isso fosse como imaginado por muitos, ele não
teria perdido a eleição logo para um dos principais criminosos políticos da
face da Terra, assim evidenciado pelos atos irregulares que são atribuídos à
autoria dele, que não conseguiu provar a própria inocência.
A verdade é que o ex-presidente demonstrou
muita incompetência como estadista, não tendo capacidade para contornar o
altíssimo índice de rejeição dos brasileiros, além de ter sido envolvido e
derrotado pelo sistema, que foi o tempo todo superior a ele, tanto isso é
verdade que, agora, quem manda no Brasil é o próprio sistema, sob a tutela da
esquerda.
Os fatos mostram que não precisa provar
a expressiva incompetência de gestão, conquanto o ex-presidente tenha se mantido
no auge do índice da rejeição, superando até mesmo o seu principal opositor, que
era e é o símbolo da desonestidade, tendo sido condenado à prisão por crime de
improbidade administrativa, exatamente por não ter conseguido contestar os
fatos delituosos denunciados na Justiça.
O pior deste país foi ter o
presidente com traços de incompetência, negacionismo e insensibilidade, em que
pese ele ser idolatrado por seus apoiadores, que ainda o acham que ele foi
injustiçado e traído por generais, quando ele foi derrotado e atropelado pela inexperiência
inata.
Na qualidade de presidente da
República, como comandante-em-chefe das Forças Armadas, ele poderia simplesmente
ter ignorado as negativas e as ameaças dos generais, porque ele tinha a caneta
para exonerá-los e puni-los, pela caracterização do crime de insubordinação.
Nada poderia ter sido mais
deplorável do que a injustificável reticência da principal autoridade da República,
porque, do contrário, ele passaria para a história brasileira como verdadeiro
herói nacional, se tivesse agido conforme exigiam as circunstâncias, diante da
desordem comandada pelo sistema que prometeu e tomou o poder.
Diante dos lamentáveis
acontecimentos, só resta esquecer o ex-presidente que dizia que amava o Brasil,
mas decidiu o abandonar quando mais se precisava do socorro dele, cuja omissão causou
enorme prejuízos ao Brasil e aos brasileiros.
Imediatamente ao meu comentário
acima, o amigo veio agradecê-lo, dizendo a seguinte mensagem: “Valeu
Patinho, vi através de suas palavras o outro lado da solução que poderia ter
acontecido. O fato de terem soltado o ‘nine’ da cadeia, era para o chefe maior
da nação ter tomado uma atitude enérgica, dentro da lei, e ter dado um basta
definitivo no rasgar da carta magna. Não depender de outros órgãos para
alinhamento. Realmente ele esteve com a faca e o queijo nas mãos. Por
incompetência, concordo com você, deixou o Brasil nessa situação caótica, que
provavelmente vai perdurar por muito tempo. Infelizmente!
Em resposta, eu disse que tinha certeza
absoluta de que o então presidente do país decretaria a intervenção militar,
porque, nas circunstâncias, de maior gravidade política, eu não enxergava outra
alternativa, diante do que estava acontecendo exatamente do pior possível no Brasil,
em termos político-administrativos.
Como é que o presidente do país,
tendo a faca e o queijo nas mãos, para salvar o Brasil da tragédia, decide abdicar
do seu poder, de forma inexplicável, e deixa de decretar ato que poderia torná-lo
herói nacional?
Só pode haver a prevalência de tremendas
incompetência e irresponsabilidade, em permitir, sem resistência, que a turma
que ele tanto dizia que abominava se apoderasse da nação, com o terrível
histórico de maldades praticadas contra os brasileiros, conforme o currículo
criminoso de seus integrantes.
A única explicação para tamanha
demência só pode ser vislumbrada diante da total perda das faculdades inerentes
à sensatez, em que a pessoa aparenta normalidade, mas se encontra dominada por
sentimentos estranhos, como o do medo e da plena incapacidade para agir com
racionalidade, exatamente como assim demonstrou o último ex-presidente
brasileiro, que se isolou, em obsequioso silêncio, tendo perdido completamente
o senso de responsabilidade, bem como de noção sobre a realidade ao seu redor,
tanto isso pode ser verdade que ele se refugiou nos Estados Unidos, com medo de
ser preso por generais subordinados dele.
O fim do governo dele foi o mais
melancólico da história do Brasil, justamente em razão do total desajuste administrativo
da principal autoridade da República, que teve o desplante de desprezar os
próprios apoiadores, que sequer mereceram qualquer palavra de conforto por
tanto tempo exposto às portas dos quartéis do Exército, que também não
mereceram nenhuma justificativa por parte dele, quanto ao fim desastroso sobre
a omissão inerente à decretação da intervenção militar.
São muitos os fatos que conspiram
contra quem não se cansava em falar em amor, família, pátria e Deus, mas
concluiu seu governo dando as costas para o Brasil e os brasileiros, indo para
os Estados Unidos da América, onde permanece até agora, quando ele deveria
jamais ter saído do Brasil.
Enfim, a omissão referente à falta
da intervenção militar, que era de fundamental importância para o saneamento de
questões político-administrativas, deixa importante e definitiva lição aos
brasileiros, em especial de que não se pode jamais confiar em homens públicos,
diante da confirmação de que eles estão preocupados somente com seus projetos políticos.
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