O
presidente da Coreia do Norte discutiu com o partido comunista sobre a
necessidade do desenvolvimento agrícola do país, após fortes relatos acerca de "grave"
escassez de alimentos, tendo por premissa básica se "analisar e revisar
(...) o programa da revolução rural na nova era e decidir sobre as tarefas
imediatas e as tarefas urgentes.”.
A
frequência incomum das reuniões sobre agricultura alimenta as especulações de
que aquele país pode estar tendo grave crise de escassez de alimentos.
Segundo
a imprensa, os participantes "aprovaram os tópicos da agenda, por
unanimidade, e iniciaram a discussão sobre o tema".
Recentemente,
o ministério da Unificação da Coreia do Sul destacou relatos referentes à crise
de fome na Coreia do Norte, tendo declarado: “Nós consideramos que a
escassez de alimentos é grave" e que Pyongyang parece ter solicitado
ajuda do Programa Mundial de Alimentos, da ONU, ante o drama da fome naquele
país.
O
site 38 North, que monitora a situação na Coreia do Norte, afirmou que a atual
escassez de alimentos no país é a mais grave dos últimos tempos.
A
análise sobre os preços do arroz e do milho, no mundo e na Coreia do Norte,
mostra divergência "significativa" desde o início de 2021, o
que significa que estes alimentos são muito mais caros no Norte, fato este que
tem influência no abastecimento de alimentos e indício do possível "colapso"
de escassez, segundo explicado pelo mencionado site.
Não
obstante, comentário recente publicado pelo jornal estatal norte-coreano Rodong
Sinmun afirma que o país deve continuar com sua "economia
autossuficiente" como parte de sua luta contra os "imperialistas".
A
Coreia do Norte, por ser alvo de várias sanções, em especial econômicas, em razão
da sua insistência com seus programas armamentistas, com destaque para as
experiências nucleares, enfrenta dificuldades para a obtenção de alimentos, já há
bastante tempo.
O
país se tornou vulnerável aos desastres naturais, como inundações e secas,
devido à ausência crônica de infraestrutura, desmatamento e décadas de má
administração do Estado, sob o regime comunista.
Essa
grave situação também foi agravada pelo fechamento prolongado das suas
fronteiras, a partir do início da pandemia do coronavírus, o qual somente foi
flexibilizado recentemente, para permitir o comércio com a China, que tem sido
um dos únicos países que ainda mantém relações diplomáticas normalmente com
aquele país.
A
história mostra que a Coreia do Norte já foi afetada por vários episódios de
fome, mas, na década de 1990, a fome matou centenas de milhares de pessoas, conquanto
tenham estimativas afirmando que foram milhões de vítimas fatais.
A
verdade precisa ser mostrada para o mundo, no sentido de que esse país, que é
exemplo da prática do comunismo na essência, tem dado prioridade às experiências
com armamentos nucleares, para onde são destinados seus escassos recursos, em visível
detrimento da dignidade do seu povo, que paga pelas incompetência e insensibilidade
humanitárias protagonizadas pelo ditador, sendo obrigado ao risco da fome, por
conta da escassez de alimentos.
A
verdade é que, caso a Coreia do Norte consiga ajuda humanitária, mediante a ajuda
em alimentos, aquele país vai continuar investindo desnecessariamente em armas
nucleares, independentemente de que a sua população esteja morrendo de fome,
que deve será isso que irá acontecer,
justamente porque a vida humana não é prioritária naquele país comunista.
Ou
seja, se não houver firme ultimato ao ditador, no sentido de não ter ajuda de
alimentos enquanto tiver investimentos em armas nucleares, a Coreia do Norte
vai preferir que a sua população morra do que decidir pela paralisação das desnecessárias
pesquisas de armas nucleares, à vista de fortes pressões nesse sentido, que
resultaram infrutíferas.
Como
se trata de questão humanitária, que obriga, necessariamente, a priorização do
suprimento de alimentos aos famintos, o Programa Mundial de Alimentos da ONU tem
a obrigação de exigir, mesmo que haja ajuda, que a Coreia do Norte aplique os
recursos destinados às experiências de armas nucleares em programa contra a fome,
uma vez que a vida humana tem prevalência sobre todos os outros programas, por
mais que eles sejam importantes.
Brasília, em 28 de março
de 2023
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