sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Provas sem validade?

 

Segundo consta de vídeo que circula nas redes sociais, o candidato à reeleição teria ganho as eleições, conforme a seguinte mensagem, verbis: “Acabou de sair nos EUA afirmando que Bolsonaro efetivamente venceu o segundo turno. Um excelente artigo com um levantamento técnico de ciência forense  mostrando ‘como’ e ‘onde’. O texto também fez uma extensa pesquisa afirmando a parcialidade do zelador eleitoral. Provavelmente a melhor, mais extensa e detalhada matéria jornalística internacional sobre o assunto. Vale a pena uma leitura detalhada, traduzir ponto a ponto e ir repassando nos grupos. Um texto muito completo que vai no cerne da questão, abordando o mecanismo eleitoral, os instrumentos de censura e o desequilíbrio assimétrico que marca todo esse processo.”.

Se existem relevantes e substanciais provas sobre irregularidades na operacionalização das últimas eleições, causa perplexidade que esses elementos não tenham sido utilizados para coisíssima alguma, quando eles poderiam servir de base para mostrar a inconsistência do resultado proclamado da votação, de modo a alimentar recursos junto ao Tribunal Superior Eleitoral e, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal, além de denúncias a organismos internacionais e mais onde fosse possível botar a boca no trombone, no bom sentido, no caso de se mostrar a existência de manipulação das urnas eletrônicas.

Agora, o que se ver é a total incompetência e a falta de iniciativa para movimentar recursos e denúncias para tudo que é lado, já que o principal interessado se acomodou, não se insurgiu contra nada, não recorreu além da Justiça eleitoral, ficou em silêncio, medroso e preferiu a cômoda saída do Brasil, fugindo com medo de ser preso.

Isso fica muito claro que tudo não passou da aceitação tácita da derrota consumada, em que pesem os seguidores dele terem pago preço altíssimo pela mobilização que foi feita perante os quartéis do Exército, implorando por socorro que não veio das Força Armadas, na tentativa da decretação da intervenção militar, que só dependia, pasmem, da vontade do então presidente da República, que também era o principal interessado nessa importante medida, tendo como mais relevante efeito o impedimento da volta ao poder da esquerda, pelo menos enquanto não se concluísse a auditoria nas urnas eletrônicas, tendo por base o acesso ao código-fonte, que possibilitaria a fiscalização pretendida.

O certo é que de nada adianta ter montanha de elementos com substancial indicativo de suspeitas de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas, se esse acervo e nada têm o mesmo significado: nenhum.

Ou seja, mesmo tendo elementos em substância, isso não tem a menor validade, por inexistir iniciativa para o seu aproveitamento, em termos de recursos que poderiam ser manejados por juristas de experiência nos assuntos referentes à legislação eleitoral e aos meandros do Tribunal eleitoral, de modo a se moverem as medidas pertinentes, em auxílio a quem já demonstrou total inabilidade para tratar dos próprios interesses.

Já se disse alhures, que a Justiça não socorre quem dorme, que parece ser o caso do candidato derrotado, que não conseguiu esboçar reação alguma, em forma de reivindicação de seus direitos, tendo praticamente aceitado passivamente o resultado das urnas, a despeito das muitas e consistentes denúncias de irregularidades, inclusive de que muitas urnas teriam 100% de votos para único candidato, entre outras distorções, que seriam passíveis de esclarecimentos por parte da Justiças eleitoral.

Enfim, em que pesem as informações sobre a existência de fatos consistentes relacionados com as últimas eleições, nada disso foi aproveitado para a formalização de recursos pertinentes, uma vez que isso faz parte dos princípios democráticos, em termos da busca de reparação de situações questionáveis e carentes de esclarecimentos e justificativas, na forma da Constituição Federal.

          Brasília, em 31 de janeiro de 2023

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