sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Basta de intolerância!

 

Em mensagem que circula nas redes sociais, alguém escreveu e vem sendo compartilhada certamente por quem tem a mesma mentalidade, o texto a seguir.

“Bolsonarismo é uma doença de caráter neurodegenerativo, que afeta o sistema nervoso causando agressividade, além de provocar danos incisivos ao córtex pré-frontal, comprometendo capacidades cognitivas como senso crítico ou noção da realidade. A doença apresenta também danos no lobo temporal, afetando a capacidade auditiva. Isso alimenta tendências a acreditar em teorias fúteis como terraplanismo e geocentrismo. O contágio se dá através de contatos com notícias duvidosas (fake news) e os maiores meios de transmissão são por WhatsApp e Facebook. Alguns sintomas incluem: - Olavismo; - Irritabilidade; - Falso nacionalismo; - Falso moralismo; - Ignorância; - Tendências fascistas e defesa irrestrita da violência; - Destruição de conceitos éticos; - Insanidades; - Terrorismo, sofrem de retardado mental, avessos a ciência, pesquisas, escolas, universidades, livros, bibliotecas, leituras, cultura...”.

É evidente que não tenciono contestar quem teve a iniciativa de formar juízo sobre tema que despertou seu maior interesse em definir como doença gravíssima ideologia densamente disseminada no seio da sociedade brasileira, certamente sob o prisma do seu pensamento e da sua inteligência nitidamente contrária a ela, ensejando a presunção de que seus conceitos estejam corretos e verdadeiros, ainda mais contando com a correspondência da aceitação de pessoas igualmente de mentes brilhantes, que compartilham o texto, por certo, em concordância com seus termos.

Mutatis mutandis, em sendo o bolsonarismo uma doença, com sintomas gravíssimos como os descritos acima, que somente poderiam ser imaginados por cabeça irresistivelmente dominada por puro preconceito, com forte tendência esquerdista, uma vez que seus fundamentos são totalmente absurdos, por não haver bases científicas para a sustentação como regra válida, não seria razoável também se imaginar que há outras doenças tão perigosos e gravíssimas como essa ora diagnosticada, no seio da sociedade, uma vez que as pessoas que defendem ideologia com sede em regime das trevas, da maldade e da crueldade humana consideram-no a salvação da humanidade e a solução para todos os males e os problemas existentes na face da Terra?

Em sendo assim, que massas encefálicas existem nas cabeças dessas pessoas que enxergam a ideologia contrária ao bolsonarismo a filosofia ideal para a humanidade, quando a sua prática somente demonstra a desgraça disseminada contra os seres humanos, em forma absurda do totalitarismo, do controle generalizado da consciência humana, inclusive da perda das liberdades individuais e democráticos, além da inexistência dos direitos humanos, que são fundamentais para se viver em harmonia com o bem comum.

Sim, é muito provável que alguns sintomas descritos na doença do bolsonarismo estejam corretos, mas não estaria havendo exagerada atitude discriminatória em se comparar seus integrantes como doentes mentais, dando a entender que seus opositores seriam normais e capacitados para assim procederem, como sendo pessoas qualificadamente perfeitas entre os seres humanos, em que pesem notórias monstruosidades ínsitas existentes na ideologia que eles defendem?

Pobre e deplorável humanidade, em que pessoas, se julgando perfeitas e donas da verdade, mesmo tendo congênitos aleijões, se acham no direito de julgar o seu semelhante, fazendo juízo de valor tão depreciativo que não conseguem disfarçar seu mórbido sentimento de ódio, vingança e desprezo ao seu semelhante, com clara denotação de extrema humilhação ao ser humano, que tem direito semelhante a elas de simpatização da ideologia da sua preferência, que, no caso, foi a direita, se mirando no seu líder maior, com a tarja do bolsonarismo.

Na verdade, a mensagem em apreço tem, na prática, e parece que é esse o objetivo, o condão de potenciar o acirramento dos ânimos das pessoas, uma vez que ela por clara finalidade de tentativa de degradação, aviltamento do ser humano, em atitude ofensiva e agressiva completamente desnecessária, cujo resultado é o da criação de desentendimento e desarmonia sociais.   

Enfim, diante da evolução e das conquistas obtidas pela humanidade, se imaginaria que as pessoas aprenderiam a respeitar a dignidade que é própria e inerente aos seres humanos, mas, infelizmente, na prática, os exemplos são exatamente em sentido contrário, quando até mesmo nas atividades políticas, há campo fértil para a disseminação de ideias absolutamente contrárias à tolerância e a harmonia no seio da sociedade, conforme mostra a mensagem em apreço.         

Brasília, em 3 de fevereiro de 2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário