“(...), não via no Bolsonaro a intenção em suas inúmeras pelejas com
o judiciário, imprensa, políticos... de sair como coitadinho, e passar à
história como o bem-intencionado que não pode fazer nada. Vejo-o como talvez o
único governante que numa visão maior de nação e ‘jogando dentro das
quatro linhas’ não cedeu ao modo operante de governar o país, o tomá-la da-cá
entre os três poderes, em parceria com a corja de velhacos instalados em nossa
sociedade. Eu não acho que ele entrava nesses embates na intenção de sair como
vítima, vejo-o como alguém que com essas pelejas tentou mudar o destino de
nossa nação e acordou grande parte da população, que há anos é
massificada/doutrinada com slogans ‘País do futuro’ ‘Deus é brasileiro’ ‘O
brasileiro é um povo pacífico’... Se não conseguiu foram pelas causas que
citei, bem como do nosso irmão: não se muda o que foi construído em décadas,
em 4 anos e com todas as adversidades que enfrentou. Acho que sou
fanático, não pelas pessoas, mas por boas causas, que possam mudar esse lindo
país, chamado Brasil.”.
Em
resposta à respeitável mensagem, eu disse que deixava claro que a minha visão
de fanático é aquele que se limita a seguir na risca o ex-presidente do país,
sem entender que ele não cometeu deslize, que não é o caso do amigo, que
reconhece que ele cometeu erros.
Por
outro lado, os fatos mostram que o ex-presidente do país alimentava debates
desnecessários, porque sempre resultavam em nada e depois ele vinha com
desculpas por que teria sido impedido de realizar isso ou aquilo, ou seja, ele
teria sido impedido de governar, quando nada disso é verdade.
Em
qualquer situação ele poderia ter recorrido à Justiça e argumentar que havia
abuso de quem o impedisse de governar, mas os fatos mostram que não há recursos
nenhum contra ninguém nesse sentido, embora ele sempre alegou perseguição,
quando isso não é verdade, em especial diante da autonomia dos poderes da
República, em que cada qual tem liberdade para agir, no âmbito dos seus limites
constitucionais.
Dizer
que não governava porque foi atrapalhado por perseguição só conspira contra a
inteligência das pessoas, exatamente porque o presidente da República, além de
poder recorrer normalmente contra os perseguidores, poderia executar qualquer
coisa e esperar que alguém impugnasse o que ele tivesse feito em contrariedade jurídica
ou administrativa, algo que também não se tem notícia.
Não
obstante, é fato que o ex-presidente sempre dizia que teria sido impedido de
governar, sem mostrar os fatos concretos, com exclusiva finalidade para se
passar por vítima e perseguido e isso é fato.
Enfim,
eu entendo que o verdadeiro estadista não tem direito de discutir nada em
público senão os assuntos estritamente necessários, devendo tratar das matérias
na forma estabelecida no manual previsto para o cargo, em estrito respeito à
liturgia das funções presidenciais, exatamente para se evitar se passar por ridículo,
como assim foi seguido por quem fazia questão de se manter permanentemente na
mídia, conforme mostram os fatos.
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