quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Perseguição política?

  Diante de crônica que analisei um pouco do desempenho do último ex-presidente do Brasil, em especial no que diz respeito ao seu natural comportamento de se considerar vítima do sistema e de que não pôde governar, devido à visível perseguição, um amigo de grupo disse que discordava do meu entendimento, conforme a mensagem a seguir.

“(...), não via no Bolsonaro a intenção em suas inúmeras pelejas com o judiciário, imprensa, políticos... de sair como coitadinho, e passar à história como o bem-intencionado que não pode fazer nada. Vejo-o como talvez o único governante  que numa visão maior de nação e ‘jogando dentro das quatro linhas’ não cedeu ao modo operante de governar o país, o tomá-la da-cá entre os três poderes, em parceria com a corja de velhacos instalados em nossa sociedade. Eu não acho que ele entrava nesses embates na intenção de sair como vítima, vejo-o como alguém que com essas pelejas tentou mudar o destino de nossa nação e acordou grande parte da população, que há anos é massificada/doutrinada com slogans ‘País do futuro’  ‘Deus é brasileiro’ ‘O brasileiro é um povo pacífico’... Se não conseguiu foram pelas causas que citei, bem como do nosso irmão: não se muda o que foi construído em décadas,  em 4 anos e com todas as adversidades que enfrentou. Acho que sou fanático, não pelas pessoas, mas por boas causas, que possam mudar esse lindo país, chamado Brasil.”. 

Em resposta à respeitável mensagem, eu disse que deixava claro que a minha visão de fanático é aquele que se limita a seguir na risca o ex-presidente do país, sem entender que ele não cometeu deslize, que não é o caso do amigo, que reconhece que ele cometeu erros.

Por outro lado, os fatos mostram que o ex-presidente do país alimentava debates desnecessários, porque sempre resultavam em nada e depois ele vinha com desculpas por que teria sido impedido de realizar isso ou aquilo, ou seja, ele teria sido impedido de governar, quando nada disso é verdade.

Em qualquer situação ele poderia ter recorrido à Justiça e argumentar que havia abuso de quem o impedisse de governar, mas os fatos mostram que não há recursos nenhum contra ninguém nesse sentido, embora ele sempre alegou perseguição, quando isso não é verdade, em especial diante da autonomia dos poderes da República, em que cada qual tem liberdade para agir, no âmbito dos seus limites constitucionais.

Dizer que não governava porque foi atrapalhado por perseguição só conspira contra a inteligência das pessoas, exatamente porque o presidente da República, além de poder recorrer normalmente contra os perseguidores, poderia executar qualquer coisa e esperar que alguém impugnasse o que ele tivesse feito em contrariedade jurídica ou administrativa, algo que também não se tem notícia.

Não obstante, é fato que o ex-presidente sempre dizia que teria sido impedido de governar, sem mostrar os fatos concretos, com exclusiva finalidade para se passar por vítima e perseguido e isso é fato.

Enfim, eu entendo que o verdadeiro estadista não tem direito de discutir nada em público senão os assuntos estritamente necessários, devendo tratar das matérias na forma estabelecida no manual previsto para o cargo, em estrito respeito à liturgia das funções presidenciais, exatamente para se evitar se passar por ridículo, como assim foi seguido por quem fazia questão de se manter permanentemente na mídia, conforme mostram os fatos.

          Brasília, em 22 de fevereiro de 2023

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