quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

O poder e a corrupção

 

Segundo o levantamento realizado pela Transparência Internacional, o Brasil piorou com relação às posições no ranking mundial da corrupção, compreendendo avaliação entre 180 países analisados.

Na última avaliação, o Brasil ocupava a 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), levando-se em conta que, quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto.

Numa escala de 0 a 100 pontos, o Brasil alcançou 38 pontos - a terceira pior nota da série histórica e a mesma pontuação alcançada na edição anterior.

O desempenho brasileiro ficou abaixo da média global de 43 pontos, com relação aos países da América Latina e do Caribe, de 41 pontos, e das nações que integram o G20, em média de 66 pontos.

No relatório da Transparência Internacional, as maiores pontuações foram alcançadas por Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, todos, pasmem, com 88 pontos, ou seja, mais do dobro alcançado pelo Brasil, fato este que mostra a esculhambação predominante no país tupiniquim.

No outro extremo da corrupção desenfreada e vergonhosa, as piores avaliações ficaram por conta da Venezuela, com 14 pontos, Somália e Síria, com 13 pontos, e Sudão do Sul, com 11 pontos.

A Transparência Internacional registra que o Brasil ficou "estagnado em um patamar muito ruim em relação à percepção da corrupção no setor público", conquanto as ações protagonizadas pelos governo federal, Congresso Nacional e Judiciário "levaram a retrocessos no arcabouço legal e institucional anticorrupção do país. O Brasil está passando por uma rápida deterioração do ambiente democrático e desmanche sem precedentes de sua capacidade de enfrentamento da corrupção".

Aquela entidade disse anda que "São marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir. Isso traz consequências ainda mais graves por ocorrer em meio à pandemia da Covid-19, quando a transparência e o controle dos recursos públicos deveriam ser priorizados para garantir seu bom uso frente à tragédia humanitária".

A citada organização aproveitou para ponderar que, nos últimos anos, vem alertando o enfraquecimento do combate à corrupção, diante das conversas antidemocráticas do então presidente do país.

A Transparência Internacional ressaltou a promiscuidade do relacionamento entre o então governo e o Congresso Nacional, por meio do abominável orçamento secreto, que foge aos padrões, em especial, de transparência e seriedade, diante da falta indicação sequer dos parlamentares aquinhoados com as verbas, quanto mais sobre a destinação exata dos recursos.

No entendimento daquela entidade, a falha no combate à corrupção prejudica os direitos humanos nos países, tendo afirmado que "A corrupção é indutora de violações e ativa um ciclo vicioso no qual os direitos e liberdades são erodidos, a democracia perde fôlego e o autoritarismo ganha espaço", ou seja, as estrutura morais da cidadania se torna extremamente vulnerável, cujo país perde total credibilidade diante do mundo.

Por fim, essa organização concluiu afirmando: "Portanto, a luta contra a corrupção não é um mero detalhe quando se fala em direitos humanos. É uma luta imperativa para garantir direitos.".

Ressalte-se que o resultado sobre  a incidência de corrupção é composto por 13 pesquisas e avaliações de especialistas, produzidas por instituições de  reconhecimento internacional, que vem consolidando credibilidade no seu importante trabalho de avaliação e consulta na área da moralização.

Convém ficar claro que tiveram muito pouca validade os esforços do governo anterior em tentar mostrar que o Brasil estava sob rígido controle da coisa pública, quando os parâmetros inerentes às avaliações não tiveram os cuidados exigidos pelo órgão que avalia o comportamento da corrupção, fato este que ainda mostra o país entre os mais corruptos do mundo e isso é motivo de muita preocupação por parte da sociedade.

Diante dessa difícil situação, que mostra índice preocupante de corrupção no Brasil, convém que os brasileiros se esforcem para contribuir para a moralização dos princípios da moralidade e da dignidade, em especial, na administração pública, somente apoiando homens públicos que se dediquem à defesa da regeneração das saudáveis estruturas republicanas e democráticas, quanto aos propósitos inerentes aos cuidados com a coisa pública.   

Brasília, em 1º de fevereiro de 2023

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