quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A esperança da paz

Passada a euforia pela conquista, considerada heróica, do Morro do Alemão, não se tem notícia alguma sobre planos ou estudos de medidas governamentais, com vistas ao efetivo combate ao fantástico mercado das drogas. Talvez seja necessário que haja reincidência dos fatos lamentáveis ocorridos anteriormente à invasão àquela localidade, para que as autoridades sintam novamente a gravidade da situação e se arvorem em esboçar alguma iniciativa a respeito. Enquanto isso não acontece, a indústria química do Brasil, a maior da América Latina, continua abastecendo abundante e livremente insumos químicos necessários ao refino da cocaína, as fronteiras permanecem escancaradas e sem restrição para a entrada à vontade no país de drogas, armas e munições e também não há sequer iniciativa de cooperação internacional para o estabelecimento de políticas capazes de coibir as atividades lucrativas dos narcotraficantes. Sem mencionar a evidente falta de estrutura para atender e apoiar os usuários das drogas, que tranquilamente lotam as ruas das cidades. Com a finalidade de combater o tráfego de drogas, considerado todo o conjunto das mazelas a elas inerentes, o governo federal tem a obrigação, mais do que urgente, de priorizar a adoção de providências enérgicas, drásticas, objetivas de eficientes, abrangendo todo o território nacional, para serem executadas nos moldes da operação “Morro do Alemão”, devendo, para tanto, convocar a participação da sociedade, que terá total interesse em contribuir para erradicar do seu seio essa chaga maldita.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                           

Brasília, em 12 de janeiro de 2011

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