domingo, 2 de janeiro de 2011

Devo, não nego

No passado próximo, o verdadeiro calcanhar de Aquiles do Brasil era a dívida externa, tendo como principal credor o FMI - Fundo Monetário Internacional. O engenhoso presidente da República conseguiu, em 2007, quitá-la, para se livrar dos rigores da fiscalização exercida por esse órgão, que praticamente ditava os rumos da economia do país, estabelecendo limites e impondo regras consideradas ortodoxas. Tudo foi motivo de muitas celebrações e exaltações exacerbadas. Porém, sem dinheiro em caixa, a astúcia do governo foi pegar emprestado aos banqueiros, a juros extorsivos de 11% a.a., enquanto o FMI cobrava apenas 1% a.a., ou seja, a liberdade da dívida externa implicou automática adesão ao pagamento de juros a mais de 10% a.a. Considerada milagrosa, essa operação vem causando verdadeiro rombo nas contas públicas, porque, à época da quitação, a dívida brasileira total era de 1,4 trilhão de reais e, agora, é de 1,89 trilhão de reais, significando aumento de 1 trilhão de reais da dívida do Brasil, desde o início desse governo, que era de 852 bilhões de reais. O expressivo aumento da dívida brasileira tem uma justificativa plausível. Destina-se aos gastos com o PAC e a infinidade de bolsas filantrópicas. O ritmo alucinante do endividamento tem motivado desastres para a economia do país e a sociedade contributiva certamente já está arcando com as consequências da malograda alforria. Na  campanha eleitoral recente, não houve debate sobre essa lamentável e terrível incompetência da gestão dos recursos dos brasileiros. 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 14 de dezembro de 2010

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