domingo, 2 de janeiro de 2011

À espera da competência

O descenso do Brasiliense à terceira divisão do futebol brasileiro não foi surpresa alguma, nem é motivo capaz de causar qualquer comoção aos apaixonados por esse gênero de esporte, máxime porque o resultado obtido pelo time na competição corresponde exatamente ao investimento feito para a composição do seu elenco, com uma plêiade de jogadores veteranos em fim de carreira. A sociedade deveria estar preocupada é com a insensatez  dos governantes distritais em chancelar o projeto megalomaníaco dos dirigentes do futebol nacional, com a torração e o  esbanjamento de dinheiros públicos, algo em torno de um bilhão de reais, na reforma de um estádio para setenta mil pessoas, público que somente poderá ser atingido na eventual abertura da Copa do Mundo. Após o evento, em consonância com representatividade do futebol local, o estádio ficará entregue às moscas. Diversamente, há, já agora, afluência diária de pacientes aos hospitais públicos em quantitativo superior à média de torcedores em cada partida do campeonato local e que os estádios já existentes suprem com sobras as necessidades desse futebolzinho dos times da capital federal. Compete às autoridades governamentais a opção pelos estádios vazios, de manutenção onerosa, ou pela convivência com a superlotação dos hospitais, com a costumeira e gravíssima deficiência de sua estrutura para atendimento à população, sabendo-se que, na gestão de recursos públicos, o essencial é priorizar os serviços de interesse público.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 1º de dezembro de 2010

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