domingo, 2 de janeiro de 2011

Legalizar é preciso

O ministro da Defesa havia asseverado, no alto de sua sapiência, que é inconcebível a permanência das Forças Armadas no apoio às ações militares nos morros, por falta de autorização legal. Curiosamente, militares sob o seu comando podem exercer normalmente funções similares, com atribuições ampliadas, no Haiti e onde mais a ONU deles precisar. A questão em foco se insere no contexto da segurança nacional e alguém por certo o alertara de que o apoio à manutenção do controle da ordem pública diz respeito à defesa da vida humana que estava à margem dos cuidados do Estado, que tem a obrigação de zelar pela segurança e integridade de cada brasileiro, fiel custeador das despesas públicas, inclusive das Forças Armadas, que estariam atuando no estrito cumprimento do dever constitucional, ao defenderem a pátria da invasão e do domínio dos narcotraficantes, que desafiam flagrantemente as autoridades constituídas, as leis e a ordem pública. A implementação dessa ideia retrógrada poderia beneficiar o crime organizado, só que com o beneplácito e a benevolência da autoridade mor da defesa nacional, que tem o dever de ser intransigente contra a bandidagem e não com a aplicação da lei, quando o seu rigor pode ser amenizado por se tratar do favorecimento à vida. Na pior das hipóteses, seria o caso se colocar as Forças Armadas à disposição da ONU, para que ela cuidasse da segurança nas áreas brasileiras de risco ou, então, entregar as vidas dos pobres marginalizados indefesos às mãos de Deus, para a sua proteção a todos, como já fazia anteriormente. Amém.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 08 de dezembro de 2010

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