segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Privilégio da despedida

A concessão indevida de passaportes diplomáticos aos filhos e netos do ex-presidente da República, a dois dias do término do seu mandato, pegou tão mal que a nova administração federal cuidou imediatamente de mudar as regras para a liberação desse documento. O atual governo preferiu simplesmente “aperfeiçoar” as regras já existentes, que já eram claras quanto àqueles que têm direito ao usufruto das vantagens dos superpassaportes. Infelizmente, a péssima lição deixada por esse episódio não foi suficientemente capaz de incutir no novo governo a necessidade de serem corrigidos os erros da administração pública, como os aludidos acima, que vêm causando estragos na credibilidade dos seus atos e envergonhando a nação, com privilégios inaceitáveis e injustificáveis. Na realidade, a nação esperava, como forma de moralização do serviço público, o conserto da trapalhada, com o cancelamento dos questionados passaportes, por terem sido concedidos irregularmente, sob a fajuta argumentação de que teriam sido “em função do interesse do país”, quando todos sabem que aqueles destinatários, no momento da expedição, não preenchiam esse requisito.
                                                                    
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de janeiro de 2011


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