Certamente que as 2.034 obras em andamento no Distrito Federal teriam maior notoriedade e destacado brilhantismo se estivessem sendo executadas por um governo probo, isento de suspeita de qualquer natureza. A verdade é que a assiduidade de atos lesivos contra a administração pública, praticados especialmente por políticos de elevado escalão, tem motivado incontrolável repulsa dos cidadãos cônscios de suas responsabilidades intrínsecas de respeito aos princípios éticos e morais. Diferentemente do pobre mortal, é provável que as autoridades achem normal a prática de irregularidades contra o erário, possivelmente por terem a concepção e convicção de que a Justiça irá entender o seu momento de fraqueza, restabelecendo, ao seu juízo, a verdade dos fatos, ou seja, pensam que jamais serão condenados. As imagens e gravações exibidas pela mídia não deixam nenhuma dúvida quanto ao desvio de dinheiros dos cofres do DF, evidenciando, de forma inconteste, a quebra de confiança adquirida legitimamente na última eleição. A questão crucial que ainda persiste, infelizmente sem solução à vista, diz respeito ao fato de que mensaleiros do DEM de Brasília insistem na ocupação dos seus cargos, de forma ilegítima, como se não tivessem praticado crime algum contra a sociedade.
Antonio Adalmir Fernandes
Brasília, em maio de 2010
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