domingo, 2 de janeiro de 2011

Indecência

Espera-se para muito breve uma reforma política no mínimo séria,  que contemple, de forma abrangente, questões essencialmente voltadas para o debate, entre outros temas relevantes, sobre a moralização dos pleitos eleitorais e a necessidade de que o interesse público seja, enfim, colocado em patamar de absoluto e inquestionável relevo sobre qualquer conveniência  político-partidária ou pessoal de quem quer que seja. A toda evidência, a sociedade repudia a participação de mandatário de cargo público no pleito eleitoral fazendo uso explícito dos dinheiros e programas governamentais em prol de terceiro candidato, por comprometer a gestão dos negócios do Estado e evidenciar nítido abuso da autoridade, em flagrante desrespeito aos princípios da ética, moralidade e imparcialidade. Esse procedimento também torna-se aético para o candidato que aceita, com naturalidade, o comprometimento da máquina estatal na sua campanha, por caracterizar usurpação do poder em seu benefício. Urge a legitimação do salutar direito isonômico de tratamento e afastar em definitivo do certame o desejo egoístico e proveito personalístico, resultante de laços de arraigada amizade e de interesse partidário, em explícita demonstração de deslealdade aos objetivos de igualdade e legitimidade que deveriam nortear a competição. Em benefício da moralização da administração pública e da verdadeira democracia, propugna-se por que esses atos espúrios, abomináveis e tristes devem ser urgentemente banidos dos manuais da política.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 23 de novembro de 2010

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