domingo, 2 de janeiro de 2011

O gol da vergonha

Não se discute que existe muito mistério e fascínio na arte denominada futebol e nada é capaz de desmistificá-la ou desacreditá-la, nem mesmo os vergonhosos fatos ocorridos nos últimos anos, em que o título do Campeonato Brasileiro tem sido decidido sob suspeitas explícitas de arranjos, facilidades, pouco interesse por adversários e entrega de partidas, com o propósito declarado e assumido de desforra contra times  rivais do mesmo Estado. Esse procedimento, nitidamente decepcionante, frustra, de forma escancarada, a espectativa, a esperança de confrontos entre agremiações isentas do desejo de revanche e da vontade deliberada da desforra por desvantagens acontecidas no passado. O “espírito” desportivo sente-se humilhado, ultrajado, em virtude dessa atitude que tem o condão de envergonhar e desmoralizar o objetivo supremo da competição, que é vencer os opositores  com a dignidade dos recursos fruto de sua competência e qualidades técnicas, dissociada de qualquer maquiavelismo inaplicável ao caso. A sociedade exige ética e moralidade nas competições futebolísticas, como forma de dignificar merecidamente o título conquistado pelo lídimo campeão, sem nódoa ou questionamento e que o encantamento e o feitiço do futebol jamais percam o seu verdadeiro brilho.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 25 de novembro de 2010

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