quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A insensatez

  De longa data, a saúde pública de todo país é um verdadeiro caos, não sendo privilégio negativo somente da capital dos brasileiros, onde faltam equipamentos médico-hospitalares, medicamentos, médicos e apoio administrativo, que contribuem seriamente para dificultar atendimento digno à população menos aquinhoada. O principal sintoma dessa chaga é a má gestão dos recursos públicos, que são despendidos sem qualquer priorização, com graves reflexos no sistema de saúde pública nacional. Não se trata em absoluto de escassez de dinheiros públicos, porque o Brasil é pródigo em ajudas financeiras a países como Cuba e outros, exemplos de democracia e de respeito aos direitos sociais, e benevolente em concordar sem questionar com as absurdas exigências dos dirigentes do futebol internacional, para a liberação de recursos para construir e reformar monstruosos estádios para os jogos da Copa do Mundo de 2014, com custos estimados em montantes incalculáveis, cujos monumentos terão pouca utilidade após os eventos, como o de Brasília e de outros estados sem expressão alguma da prática do futebol. Essas evidências reforçam, de forma insofismável, a incompetência gerencial, a falta de priorização das necessidades humanas e acima de tudo a vulgarização do sofrimento das pessoas, que sempre são colocadas em planos secundários. Como a saúde pública encontra-se, há bastante tempo, padecendo na UTI, a alternativa mais adequada ao caso em tela é a responsabilização dos maus administradores públicos, que seriam obrigados a tomar remédios amargos, porém eficazes contra a insensibilidade, o descaso, o tratamento indigno e a perversidade praticados em desfavor do ser humano.   

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de janeiro de 2011
   

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