Conforme pesquisa Vox Populi divulgada no último
dia 15, a candidata petista mantém a dianteira à corrida ao Palácio do
Planalto, com 36% das intenções de voto, mantendo-se na mesma posição da última
pesquisa, com vantagem expressiva de 9 pontos à frente da ex-senadora, que vem
em seguida com 27% dos eleitores pesquisados, perdendo 1 ponto em relação à pesquisa
anterior. O candidato tucano manteve os 15% e a terceira colocação entre os
primeiros. Os votos brancos e nulos ficaram em 8% e os indecisos atingiram 12%.
Na disputa do segundo turno, as duas candidatas do PSB e do PT teriam,
respectivamente, 42% e 41%, representando o que se convencionou dizer empate técnico
entre ambas. Agora, não deixa de ser engraçada, para não dizer ridícula, a
diminuta quantidade de eleitores consultados, que totalizou exatamente 2.000
eleitores, distribuídos em 147 municípios, quando existem aproximadamente 140
milhões de eleitores e quase 5.800 municípios, demonstrando o quanto pesquisas
desse quilate não merecem o mínimo de confiabilidade nem credibilidade, ante a
constatação de que o universo dos eleitores pesquisados ser pouco
representativo para se formar juízo sobre possível tendência do eleitorado,
sendo incapaz de se afirmar, com precisão, embora o fazem, de forma leviana e
irresponsável, os institutos de pesquisas, como se o número de eleitor fosse
capaz de encaminhar o resultado do pleito, quando se sabe que isso não é
verdade. Não há dúvida de que essas pesquisas podem ser facilmente manipuladas
para beneficiar candidato A ou B, conforme a parte interessada pelo seu
resultado, basta promovê-las nas localidades onde há predominância da simpatia
pelo candidato que precisa de “estímulo” junto à opinião pública com os
elementos arranjados e preparados com essa finalidade. Não obstante, impende
ressaltar que, no geral, as pesquisas podem estar refletindo total incoerência
dos eleitores, uma vez que a economia passando por séria
crise e descendo de galope ladeira abaixo, conforme as desastrosas projeções
dos economistas especializados, com indicação de que o crescimento do Produto
Interno Bruto, deste ano, deve se situar no inacreditável patamar, em evidente
contraposição às potencialidades econômicas brasileiras, de tão somente 0,33%,
a inflação em franco aumento, a falta de controle das contas públicas e das
dívidas públicas, a elevadíssima taxa de juros, a falta de prioridade das
políticas públicas, o estímulo à prática do fisiologismo na administração
pública, o inchaço e a deficiência da máquina pública, a expansividade da corrupção
na administração pública - a exemplo dos rombos na Petrobras -, a omissão
quanto às prementes reformas das estruturas do Estado, a pesada carga
tributária e tantas precariedades na prestação dos serviços públicos, o povo
ainda se dispõe em dar preferência de voto a quem já demonstrou incapacidade
para administrar com eficiência o Brasil, que se encontra em crise por falta de
investimentos em obras de impacto e também por falta de confiança dos
investidores estrangeiros, que estão levando de retirada seu capital,
justamente por não acreditarem na recuperação, em curto prazo, da economia
nacional. O povo precisa avaliar com critério mais racional os candidatos não
apenas pelos programas assistencialistas em execução, porque isso faz parte das
políticas de qualquer governante que tem responsabilidade com a real situação
das famílias desprovidas de recursos financeiros, mas, sobretudo, tendo em
conta a capacidade para vislumbrar as questões macroeconômicas e encontrar as
medidas capazes para solucioná-las, não permitindo que o país ingresse e permaneça
em permanente crise, como é o caso da dificuldade pela qual ele se encontra
mergulhado no presente momento, sem perspectivas de superação, tão cedo, graças
às políticas anacrônicas e ineficientes empregadas pelo governo. Por seu turno,
é muito estranho que pesquisas recentes tenham mostrado que o povo, em absoluta
maioria, com representação de mais de 70%, acenou para a necessidade de
urgentes mudanças, mas, no momento ideal para confirmar o seu desejo, mediante
a intenção de votos, se manifeste, de forma inexplicável, pela permanência da
administração que já foi considerada como verdadeiro desgoverno, quando das
manifestações de protestos das ruas do ano passado, pela péssima prestação dos
serviços públicos e pela falta de realizações nos últimos quatro anos. Será
enorme retrocesso político-administrativo o povo admitir a necessidade de
mudanças, ante a comprovação das deficiências e precariedades
político-administrativas, e ainda ter a indignidade de optar pela continuidade
daquilo que nada acrescentou de benefício para a sociedade e o país. Acorda,
Brasil?
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de setembro de 2014
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