Na
proximidade do dia fatal da eleição, a pouco menos de um mês, a campanha
eleitoral somente agora começa a esquentar um pouquinho, depois das revelações
sobre as propinas pagas a alguns impudicos políticos, quando os candidatos
atiraram farpas para todos os lados, em patente prejuízo da apresentação dos
seus programas de governo, com as propostas sobre as realizações para o país e
a sociedade. Nas aparições nos programas transmitidos pelo rádio e pela
televisão, os candidatos ainda estão falando “abobrinhas”, meras histórias da
Carochinha, perdendo tempo e enchendo “linguiça”, esperando pacientemente o
tempo correr e tudo ficar na mesmice de sempre, sem novidade para atrair a
atenção do eleitor e mostrar competência para enfrentar o desafio que os
espera, ante a terrível crise que abate o
país, notadamente quanto ao desempenho das políticas econômicas. Até agora, os
candidatos estão falando obviedades e discutindo matérias sem objetividade, mas
recheadas de superficialidades, sem nenhum interesse para o eleitor, por não mostrarem,
como era de se esperar, casos concretos e factíveis sobre seus programas de
governo, no que se refere aos adversários à candidata petista. É de se lamentar
que nação continental como o Brasil tenha que passar por tamanha crise de
qualidade e de preparo dos homens públicos, em condições confiáveis para
administrá-lo com a competência à altura das suas grandezas e potencialidades.
No caso da atual gestão, já está mais do que provado que não adianta persistir
com o único projeto como marca de seu governo, por ter sido privilegiado, em
atendimento às conveniências partidárias e eleitoreiras, a distribuição de
renda à população carente como sendo o principal feito, que é considerado majestoso
legado não do país, que é o depositário dos recursos dos brasileiros, mas,
pasmem, do partido governista, como se ele fosse o próprio erário. Não
obstante, apesar do encantamento atribuído ao programa Bolsa Família, não há a
menor preocupação sobre a eficiência do cadastramento dos beneficiários, que
são aceitos, segundo levantamentos realizados pela Corregedoria Geral da União,
familiares de políticos, servidores públicos, comerciantes e outras pessoas com
renda incompatível com o mínimo exigido para ingresso nele, que são famílias carentes
da ajuda financeira do Estado. Verifica-se ainda grave ausência de controle,
acompanhamento e fiscalização quanto à efetividade da execução dos recursos
destinados a esse programa. Enquanto isso acontece, as políticas e ações essenciais
ao desenvolvimento do país mergulham no mar do ostracismo das prioridades
governamentais, permitindo, como no caso da política econômica, que o seu
desempenho sofra terríveis dificuldades, a ponto de prejudicarem os resultados
econômicos da nação, com a demonstração de continuada regressão do Produto
Interno Bruto, descontrole das dívidas e das contas públicas, crescimento das
taxas de juros, debandada do capital estrangeiro, arrocho do bolso dos cidadãos
com a pesada carga tributária, fechamento das empresas e das indústrias, em
razão do famigerado custo Brasil, cujos componentes passam ao largo das
indispensáveis reformas para debelar os gargalos que estão contribuindo para a
desindustrialização nunca vista neste país, a par das costumeiras precariedades
na prestação dos serviços públicos, a exemplo da falta de qualidade da
educação, da saúde, da segurança pública, do saneamento básico, da infraestrutura
etc., decorrentes da ausência de priorização das políticas públicas, do
fisiologismo imperante no serviço público, notadamente com o loteamento dos
ministérios e das empresas estatais aos aliados políticos, em troca de apoio ao
esdrúxulo projeto de perenidade no poder, da falta de investimentos em obras de
impacto e, enfim, da demonstração da falta de capacidade para transformar as
matérias primas das riquezas e das potencialidades brasileiras em bens valiosos
de desenvolvimento. No caso dos demais candidatos, ainda há verdadeira
incógnita quanto às suas reais capacidades para administrar o país, ante a
falta de comprovação sobre seus projetos e programas de governo, que ainda nem
se concretizaram como promessas de candidatos, a exemplo da manifestação sobre o
enxugamento da máquina pública, sem, no entanto, haver indicação objetiva
acerca da maneira como isso será processado, como, por exemplo, quais os órgãos
que serão extintos e as funções dos que vão permanecer, e assim por diante.
Convém que os candidatos sejam claros e objetivos quanto às suas intenções e
propostas de governo, para que a sociedade tenha efetivas condições de
discuti-las e decidir quem realmente tem capacidade e qualificação para
administrar o país com a eficiência que a população vem almejando, conquanto já
ficou demonstrado que a nação não pode continuar sob o comando de homens
públicos com ideias obsoletas e ultrapassadas, limitadas tão somente à visão
assistencialista, com viés nitidamente eleitoreiro, sem qualquer vislumbre do
horizonte do desenvolvimento, que somente será perseguido com capacidade e
competência para a realização de reformas capazes de aperfeiçoar e modernizar
os mecanismos que estão efetivamente contribuindo para a estagnação do
crescimento social, econômico, político e democraticamente do país. Não há a
menor dúvida de que a terrível máxima segundo a qual o povo tem o governo que
merece se aplica como uma luva ao caso brasileiro, por se verificar que a população ainda aprova a
continuidade de gestor público que vem demonstrando experiência da pior
qualidade e rentabilidade negativa na administração do país, à vista dos frequentes
casos de corrupção; da incompetência generalizada na gestão dos recursos públicos, a exemplo das desastrosas políticas econômicas;
da péssima qualidade da prestação dos serviços públicos; da falta de
investimentos em obras de impacto; da leniência com a impunidade; do inchamento
da máquina pública e do seu aparelhamento para serventias partidárias; dos elevados
investimentos em países comandados por ditadores socialistas; da falta de
prioridade de politicas desenvolvimentistas; e, enfim, da notória incapacidade
para reverter esse aterrorizante quadro de precariedades nas realizações subdesenvolvimentistas
do Estado, que têm sido capazes de contribuir apenas para a estagnação do crescimento
da nação. Urge que a sociedade mais conscientizada sobre as causas nacionais
não permita que o país continue sendo administrado sob a predominância da
incompetência, do arcaísmo, do obsoletismo e do comodismo quanto à falta das
reformas política, econômica, tributária, previdenciária, trabalhista,
administrativa, de infraestrutura etc., que são indispensáveis ao desenvolvimento
do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 09 de setembro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário